Free Falling - Pedro Pascal

Capítulo 15

Mais um capítulo novinho! Aproveitem (e não me matem hahaha)! Esse capítulo é relativamente menor pq eu tô em semana de provas :/

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Algumas semanas se passaram desde que Pedro e eu tivemos dias incríveis aproveitando ao máximo a companhia um do outro. Eu estava cada vez mais apaixonada, e era quase palpável que ele também. Mas como nada nessa vida é perfeito, a recepção dos fãs e da mídia ao anúncio de seu "término" com Verônica foi a pior possível. O lucro do filme nas bilheterias havia diminuído quase pela metade e havia até uma campanha dos fãs dela e fãs do casal para um possível boicote. Eles alegavam que o casal do filme tinha perdido a química e a "graça".

O assessor de Pedro e o produtor do filme sugeriram que ele "reatasse" com Verônica, ela já tinha aceitado a oferta, já que na visão deles, essa era a única maneira para recuperar o público. Pedro, no entanto, não aceitou a oferta, disse que aceitaria qualquer coisa menos aquilo.

Era uma quarta-feira de um feriado, e eu estava limpando minha casa. Pedro, não conseguiu limpar sua agenda já que tinha uma gravação externa. Seria bom tirar um dia para cuidar da minha casa, já que durante os dias da semana eu não tinha tempo nem para tirar o pó.

Era perto do meio-dia quando minha campainha tocou. Eu estranhei, já que a única pessoa que poderia me visitar era Pedro e ele estava ocupado. Desde o incidente com Ricky, antes de abrir a porta eu pergunto quem é. Pedro já sabendo do meu medo, toca a campainha 3 vezes de uma forma melodiosa, para que eu saiba que é ele. Mas dessa vez, ouvi apenas um toque.

- Quem é?

- Verônica Brown – respondeu o outro lado da porta e eu senti meu estômago revirar.

Sem hesitar, eu abri rapidamente a porta. Verônica me mediu de cima a baixo – eu estava de coque e vestindo a roupa mais velha do meu guarda-roupa: uma camiseta furada e uma legging manchada - e olhou ao redor da minha casa com um olhar de desdém e superioridade.

- Robert, me aguarde aqui na porta. Pretendo não demorar – instruiu o rapaz que estava parado no batente da porta, provavelmente seu segurança, e fechou a porta. Eu tremia dos pés à cabeça.

- Gostaria de tomar alguma coisa? – perguntei para ela, tentando soar o mais calma possível.

- Não. Não vim te visitar, vim tratar de negócios – responde Verônica de forma rude.

- Sente-se por favor – falo enquanto aponto o sofá.

Ela olha para o sofá e passa a mão para limpá-lo – ele não estava sujo – e começa:

- Olívia, eu vou direto ao assunto e espero que você coopere comigo – essas palavras não ajudaram em nada para que eu parasse de tremer e eu sentia meu coração saltar no peito de nervosismo – Meu filme com o Pedro está sendo um fracasso de bilheteria e eu te culpo por isso – eu abro a boca espantada, mas ela continua – Tenho certeza de que ele não aceitou voltar a namorar comigo por causa de você.

- Verônica, eu não estou entendendo onde você está tentando chegar.

- Então, eu vou ser muito clara: eu quero que você termine com o Pedro.

Eu não podia acreditar no que estava ouvindo. Eu não conseguia esboçar nenhuma reação. Abri a boca para tentar formular algo, qualquer coisa, mas eu estava incrédula e impactada demais para isso. Ela não poderia estar falando sério.

- Eu não vou fazer isso Verônica. Eu não acredito que você esteja me fazendo um pedido ridículo como esse. A gente se ama!

- Amor não é tudo. Não é suficiente.

- Para a gente é.

- Então, você não vai terminar com ele mesmo? – ela insistiu.

- Não. – respondo de forma objetiva.

Ela parece pensar. Depois de alguns minutos em silêncio, seu jogo fica ainda mais sujo:

- Eu sei que você é atriz, ou pelo menos tenta ser. Eu sei que você se mudou para cá para tentar se dar bem nessa profissão, mas só conseguiu papeis pequenos e de figuração. E acho que você sabe que além de atriz eu também sou produtora e diretora né? Uma das mais influentes de Hollywood. E queridinha, com apenas uma ligação – fala me mostrando seu celular – eu posso acabar com a sua carreira.

Eu estava cada vez mais impressionada com o baixo nível dela, mas dessa vez, nem precisei pensar muito para responder:

- Como você vai acabar com algo que nem começou? Pode ligar para quem você quiser Verônica. Não me importo.

Ela pareceu surpreendida pela minha resposta, e novamente pareceu pensar, soltando uma bomba aos meus pés:

- Ah, é? Eu não queria fazer isso, mas você não está me dando escolha. Se você não terminar com o Pedro, eu vou fazer essa ligação de qualquer maneira, mas não para acabar com a sua carreira. Eu vou acabar com a dele – meu mundo estava desabando bem abaixo dos meus pés – E você sabe né querida, o quanto ele ama o que faz. A reputação dele e o futuro dele como ator estão em suas mãos.

Minha cabeça estava embaralhada. Eu precisava tomar uma decisão rápida. Eu não podia acabar com a carreira dele, ele não podia perder aquilo que mais ama, aquilo que lutou a vida toda para conseguir. Finalmente ele estava recebendo o reconhecimento que sempre mereceu. Eu nunca me perdoaria de ver a reputação dele manchada. Iria doer muito terminar nosso relacionamento, mas nessas circunstâncias, era a coisa certa a se fazer e era para o bem dele. Eu só espero que um dia ele entenda.

- Tudo bem Verônica. Eu vou terminar com ele.

- Sabia que você era inteligente, até mesmo para uma garçonete – ela se levanta e se dirige a porta, mas antes de sair se vira mais uma vez para mim – Ah, quase me esqueci. Não conte para ele que tivemos essa conversa e tente botar um fim nisso o mais rápido possível. Posso contar com você?

E eu tinha alguma escolha?

- Pode. – respondo com um suspiro.

E vai embora, me deixando com meu coração em caquinhos, em um conflito interno comigo mesma. Começo a pensar nas palavras certas para usar com Pedro. Mas elas não existem. Não tem maneira certa ou menos dolorosa de fazer o que estou prestes a fazer. E antes que eu me dê conta, as lágrimas já rolam pelo meu rosto, como um sinal de que elas rolariam por um bom tempo.