sex shop [h.s.] [portuguese]

trinta e quatro.

Já se passavam das duas da manhã quando decidi voltar para o meu apartamento. Meu celular estava completamente descarregado, e se não mandasse notícias para Hanna logo, ela enlouqueceria. Harry pediu que eu ficasse e dormisse com ele, mas recusei, gentilmente – com o turbilhão de sensações que me preencheram depois de ouvi-lo cantar, achei melhor não permanecer por lá. Com o casaco pendurado num ombro e os saltos na mão, desci os degraus até o andar de baixo.

Abri a porta lentamente, rezando para que minha amiga não acordasse com o barulho. Pendurei o casaco no mancebo e deixei o par de sapatos no chão, colocando a chave ao lado depois de trancar a entrada. Na ponta dos pés, caminhei até o corredor. Senti o coração subindo na garganta e voltando para o lugar em apenas um movimento assim que as luzes se acenderam e uma Hanna surgiu no fundo do corredor.

— Caralho. Te liguei mais de cinco vezes! — coloquei a mão sobre o peito, me recuperando do susto.

— A bateria do celular zerou. — exibi os dentes amarelados, sem graça. — Me desculpe. Não quis te acordar.

— Não estava dormindo. — usando uma camisola e calçando pantufas nos pés, caminhou até mim. Entrei no meu quarto, começando a arrumar a cama para jogar-me no colchão e desmaiar. Minha amiga permaneceu encostada no batente da porta, com os braços cruzados. — Parece que a noite foi boa, hum?

— Eu sei o que está insinuando, Hanna. Mas não. Dessa vez, não transamos. — retirei a saia que usava, logo depois, o top. Já tínhamos nos visto nuas diversas vezes, então a presença da morena não me causava desconforto.