sex shop [h.s.] [portuguese]

seis.

Passei cerca de dez minutos dentro daquele cubículo. Me apoiei no lavatório para encarar o reflexo do espelho. Pessoas batiam na porta, gritando para que eu saísse. Fechei os olhos para acalmar a respiração ofegante. Contei mentalmente até cinco antes de abrir a porta. A loira que beijava um rapaz negro me encarou, com o cenho franzido. Esbarrou contra mim, entrando no banheiro com seu parceiro.

Rodei o olhar pelo ambiente, procurando por algum sinal de Parker e sua namorada. Nenhum sinal do casal no primeiro andar. Então, subi os degraus para tentar encontrá-los. Num longo corredor do andar superior haviam quatro portas, todas fechadas.

Tentei abrir a primeira. Trancada. Ao virar outra maçaneta, vi um luxuoso banheiro, decorado com ladrilhos e azulejos escuros. Um garoto sentado na tampa da privada, apertando a bunda da moça em seu colo enquanto se beijavam. Lentamente, fechei a porta, tentando não fazer barulho.

A terceira trancada, também. Pela última porta, consegui acesso. Um quarto grande, com tons neutros de cinza. A cama de casal no centro. Um enorme armário ao lado da portinha aberta, que levava ao banheiro da suíte. Quadros pequenos pendurados nas paredes. Fotografias presas num mural. E no canto, um violão.

Estranhamente, ninguém ali.

Entrei para observar as fotografias, mas me surpreendi com a varanda. Curiosa, abri a janela de correr para olhar a bela vista. Apoiei os cotovelos no parapeito, desejando ter uma paisagem daquelas para ser admirada todas as manhãs em meu apartamento.