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Eu dei glórias quando o soro acabou, eu não via a hora de ir para casa e finalmente ficar longe de Victor. Eu não aguentava mais ele falando de futebol e de como o time dele vai estar melhor do que o ano passado.

- Victor pelo amor de Deus, cala a boca! - Falei cortando ele completamente. - O soro já acabou, pelo amor de Deus vamos embora!

- Tá bom, eu vou chamar a enfer... - Ele parou quando me viu arrancar o acesso do braço e colocar um algodão para estancar o sangue.

- Não precisa, cadê minha mochila? E o meu celular?

- Estão no carro, eu não...

- Espera, qual hospital a gente tá? - Perguntei cortando ele de novo.

- Estamos no hospital particular - Ele respondeu calmo.

- O QUE? - Eu disse alterando a voz.
- Eu não tenho dinheiro pra pagar - Falei jogando a cabeça no travesseiro e olhando pro teto.

- Eu pago, não se preocupe com isso.

- Não, você não vai pagar. Não quero sua caridade. - Falei fazendo aspas com as mãos.

- A, então temos um problema, porque eu já paguei!

- Como Bennett? Sendo que você acabou de falar que ia pagar?

- Eu deixei na conta do hospital da minha família então praticamente já tá pago. - Ele respondeu.

- Eu não acredito! - Falei olhando a janela. Já estava de noite. - Bennett que horas são? - Perguntei levantando da cama.

- Não sei, você dormiu demais, deve ser umas dez e meia, mas porque?

- Merda, merda, merda! - Falei saindo da cama esquecendo completamente do meu tornozelo. - Merda Bennett, Meus pais vão viajar hoje 9 horas da noite em ponto! Eles devem ter trancado a casa e me deixaram para fora.

- Seu tornozelo Magarett, pelo amor de Deus se acalma. Você pode ficar na casa da Valerie, é esse o nome dela né? É ela sua melhor amiga não é?

- Eu não vou ficar na casa dela. Nós discutimos! - Afirmei olhando para ele enquanto tentava colocar o meu tênis que estava ao lado da cama.

- Mas hoje na aula vocês estavam juntas.

- Eu não ligo, eu não vou pra casa dela!

- Tá, e o gay lá, o seu amigo?

- O nome dele é Calvin, e ele tá em um encontro. - Afirmei quase caindo depois de colocar meu tênis.

- Vamos logo Bennett, vamos sair daqui! - Falei indo em direção a porta.

- Tá, mas onde você vai ficar? - Ele disse levantando da cadeira ao lado da cama.

- Não faço ideia, quando eu chegar em casa eu vejo.

Eu abri a porta que dava direto a um corredor espaçoso e bem iluminado. Do meu lado direito tinham duas portas e uma janela no final do corredor. E do meu lado esquerdo mais quatro portas e o que provavelmente era um tipo de recepção e o elevador.

- Será que você pode me esperar!? - Bennett disse segurando meu ombro.

- Eu adoraria, mas para um jogador de futebol americano você é muito lerdo.

- Você anda rápido demais, mesmo tendo pernas curtas. - Ele disse sarcasticamente.

Altura não é documento merdinha, e eu sou alta, 1,68 é alta o suficiente, não é culpa minha se você é um poste ambulante.

- Escuta aqui - Eu disse virando pra ele. - Eu tenho altura suficiente para te alcançar um ta... - Eu logo parei quando minha atenção foi roubada pela vista incrível da janela enorme do hospital.

The Universe Hates MeOnde histórias criam vida. Descubra agora