Um sonho

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Capítulo 2: Um sonho.

Por que eu não tiro aquele garoto da minha cabeça, nem o conheço, como posso ficar fixada nele desse jeito... que inferno... vou enlouquecer pensando nele desse. Preciso me concentrar em algo que não seja ele, mas o que, nem o meu livro está mas me chamando a atenção.

Ontem eu saí do colégio praticamente na velocidade da luz, pois sabia que eu estava sendo observada por ele, depois daquele olhar, foi a vez dele me observar, mesmo que eu não estivesse olhando pra ele, eu sentia seus olhos em mim, não sei mas eu sentia a sua presença em todo o lugar a minha volta, minha pele queimava com o calor que eu sentia, meu estômago fervilhava de ansiedade, só de o imaginar me olhando, e eu não sei o por que disso tudo.

Eu não entendo como um simples olhar pode me deixar desse jeito, eu até vi ele dando alguns sorrisos disfarçado de mim, provavelmente ele deve ter percebido a vergonha que eu estava sentindo só dele olhar, ele deve me achar patética e maluca.  A maluca que fica encarando as pessoas.

Assim que o sinal bateu, eu saí voada da sala, não queria ver ninguém, pois eu tinha certeza de que o meu rosto estava vermelho de vergonha, eu sou muito patética mesmo, não consigo ser mulher o suficiente para fingir que nada aconteceu.

Depois daquele acontecimento na sala eu só consegui me acalmar quando já estava andando na trilha da floresta, lá eu podia respirar aliviada ou não, pois ainda sentia aquela sensação estranha dentro de mim, como se ele estivesse perto de mim o tempo todo. Eu sentia a presença dele aqui dentro de mim, isso é muita loucura, que sensação nova é essa que estou sentindo. Eu estou ficando paranóica, ficar pensando no garoto que não conheço e nem quero conhecer.

Eu tive a impressão de está sendo seguida por algum animal, pois escutei galhos se quebrando, deveria ser só um animal andando por aí, continuei andando normalmente, mas aquela sensação que eu sentia estava aumentando, como se estivesse se aproximando, como se algo ou alguém se aproximar-se de mim, sentia a mesma se sensação de segurança, de hoje mas cedo. Por um segundo eu viajei naquela sensação de proteção, não sei por que mas era boa aquela sensação.

Só que de novo eu escutava estalos de galhos secos no chão se quebrando, e isso era meio dia ainda, mas qualquer floresta fica aterrorizante com o silêncio absoluto, estava me sentindo uma presa fácil ali. Não tinha um pássaro se quer cantando, só tinha o barulho de galhos se quebrando de vez em quando, não sei mas isso me deixou em alerta máximo, pois eu escutei rosnados baixinhos vindo do lado sul da floresta, isso não pode ser um lobo né... mas  lobos não vem pra cá.

O rosnado tinha ficado mais intenso, provavelmente percebendo que eu já o percebi... mas como isso é possível, os lobos nunca vieram para esse lado da floresta, já que aqui fica muito perto da cidade. O barulho do rosnados ficava mais alto na medida que eu andava, isso era sinal de que ele estava se aproximando mas da trilha, e provavelmente se preparando pra atacar, mas do outro lado eu escutei um uivo que estava bem mais longe que o rosnado do outro lobo, eu não sabia se corria o se sentava no chão e só aceitava a morte, pois estava cercada dos dois lados, e eu não corria mais que aqueles lobos.

Mas depois de ouvir esse uivo do outro lado, o rosnado do outro lobo tinha ficado mais feroz, provavelmente por o outro ter revelado a sua posição antes da hora. Os dois lobos pareciam está tendo um diálogo só pelo rosnados, será que eram da mesma alcateia e estavam discutindo a melhor forma de me matar ou se eu valia apena virar comida ou não. Em consideração eu era muito magra, então não valeria muito apena servir de comida pra eles, eles podiam achar que eu sou perca de tempo e ir caçar algo mais gordinho.

Nesses rosados altos vindo um de cada lado, um parecia estar entretido com o outro, essa seria a minha chance de correr pra longe, não pensei duas vezes antes de correr desesperadamente para fora, talvez eles nem dessem a minha falta. Mas quando eu menos esperava parecia que os dois lobos me seguiam pois escutava o barulho de suas patas batendo forte no chão, indicando que eles estavam correndo também. Eu não sabia qual ia chegar primeiro em mim, mas tomara que quem me matar morra intoxicado.

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