Força de vontade

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Música: I'm with you - Avril Lavigne

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InuYasha POV

Entrei no estacionamento do Tribunal da Cidade de Houston e fui até a guarita, sendo atendido por um guarda que me liberou logo depois de apresentar meus documentos à ele. Tão breve o guarda me indicou onde encontraria o responsável pela expedição de ordens de serviço e outras requisições.

Um amigo meu de longa data me devia um favor e agora eu iria cobrá-lo! Adentrei o prédio e passei pela recepção ignorando as tentativas de cantada da secretária. Eu não estava ali com a alma leve e espírito solto. Estava sentindo o peso das dores de Kagome em minhas mãos depois de vê-la chorar daquela forma. Não sabia dizer o que isso realmente tivera feito à mim, no entanto, eu me sentia totalmente à frente de sua vida. Tinha que evitar aquelas lágrimas, apesar de... Apesar de que eu sabia que era quase impossível.

Subi a escadaria principal e virei para o corredor à direita, entrando na sala do Delegado responsável.

- John! – bati na porta e o ouvi respondê-lo.

- Entre! – ao abrir e entrar no ambiente, notei que ele usava seus óculos e analisava alguns papeis, com o seu assessor bem ao seu lado, que segurava outra pilha enorme de papeis. Pigarrei e ele levantou seus olhos, arregalando-os ao me perceber e largando o que fazia. – InuYasha? – sorriu – O que faz aqui, Sr. Taisho? – andou até mim e apertei sua mão.

- John, vim cobrar aquele favor. – fui direto ao assunto. Ele viu que eu estava sério e sua postura ficou tal como a minha.

- O que aconteceu para te deixar sério assim, rapaz? – colocou as mãos nos bolsos da calça. Fez um sinal para o seu assessor que saiu em seguida, nos deixando a sós. – Sente-se.

- Um caso bem complicado. – fui até a cadeira e sentei-me, vendo-o retornar a sua, sentar-se e colocar os cotovelos acima da mesa, enlaçando seus dedos depois.

- Diga-me.

- Preciso de uma requisição de corpo de delito para reabrir um caso.

- Corpo de delito? – arregalou os olhos.

- Sim.

- Mas, InuYasha... Essa não é a especialidade do escritório de vocês! – apertou os lábios.

- Eu sei, John! Mas... – virei a cara e suspirei pesado. Eu tinha que me manter calmo acima de tudo. – Por favor. É importante! Escute, vou lhe explicar o caso! – ele assentiu e eu contei tudo o que eu sabia. Falei inclusive que já havia visitado a ré do caso em questão.

Depois de alguns minutos de conversa, John encostou suas costas na cadeira e colocou a mão sobre a testa, passando por todo o seu rosto e bufando em protesto.

- Realmente, é estranho. – suspirou – Não garanto que eu consiga, por que já se passaram três meses. A garota deveria ter dito o que sofreu enquanto viveu com o tal Bankotsu.

- Acredito que ela até gostaria de ter dito... – rosnei quase sutilmente, mas John era um youkai e percebeu logo de cara.

Ele cruzou os braços e eu notei uma feição estranha nele. Estava sorrindo?

- InuYasha... Seu interesse nesse caso veio pela sede de justiça ou sua motivação é outra? – aquele sorriso curto e olhar malicioso quase me fez socar a mesa dele. 

Aquele maldito sempre lia as pessoas de uma forma que me deixava raivoso. Claro, ele havia me ensinado essas táticas de leitura facial e comportamentais quando eu estava na faculdade. John havia sido meu professor de direito. A essa altura, não tinha mais como esconder dele, mas eu somente estava atraído fisicamente por ela. Não estava apaixonado.

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