Gaiola

O elástico

No dia seguinte...

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Kagome POV

Tomei um banho e segui para minha cela escoltada por uma carcereira. Ayumi caminhava atrás de mim. Estava muito interessada em conversar desde que eu retornei daquele quarto branco de pânico.

- Vai Kagome! - sussurrou - Me conta o que vocês falaram! - quase suplicava. Sua voz estava chorosa e manhosa como de uma criança ao pedir um doce para a mãe fora de hora.

A carcereira olhou-nos por cima do ombro e lançou um olhar mortal. Parecia que iríamos morrer só com aquela cara feiosa que ela nos apresentou. Qual era o problema dela?

- "Provavelmente essa aí tá precisando de um homem..." - sorri quieta e reparei como agora eu estava pensando esse tipo de coisa novamente.

- Desculpa, senhora! - Ayumi falou e começou a assobiar, deixando a mulher a nossa frente tão irritada que ela estalou o cassetete em uma das barras de ferro à frente.

- Pare com isso! Sua irritante! - chiou.

- Ela só assobiou! - eu falei simplesmente. - O que vai fazer? - respirei fundo e fiquei séria - Vai bater na gente com isso? - indiquei o item com o queixo levantado.

Ayumi arregalou os olhos e dividiu o olhar entre nós.

- Era isso que você passava, não é? - a guarda me empurrou contra a grade e eu segurei o ar. - Você gostava de apanhar? Ou gostava de bater? - a boca dela se aproximou e eu notei que ela não estava brincando. Balançou o cassetete do lado da minha cabeça e começou a bater na barra.

- O que está acontecendo aqui? - Trisha se aproximou com os braços cruzados, Ayumi deu um gritinho de surpresa e ficou parada como estátua. Os saltos da encarregada soaram no piso de concreto pintado e pararam bem ao lado de mim.

- Nada, senhora! - a carcereira se afastou e olhou-me.

- "Medrosa..." - pensei.

Trisha viu que eu estava quieta e não tinha sinais de que estava fazendo algo errado. Presumi quando ela respondeu:

- Leve a prisioneira Ayumi para sua cela... - a carcereira balançou a cabeça e assentiu mesmo que aparentemente discordando da superior. - Kagome, você vem comigo. - começou a caminhar e eu me ajeitei e comecei a segui-la.

Tanto eu quanto a gorila estávamos surpresas pelo pedido dela.

- "Por que? Será que eu fiz algo errado assim em confrontar aquela gorila?" - revirei os olhos e o pouco da minha energia positiva saiu pelo ralo. Deve estar afundando na tubulação do ralo do chuveiro.

Andamos mais um pouco e acessamos um corredor largo e escuro. Sinceramente, parecia um corredor da morte! Engoli em seco e continuei andando. Minhas mãos estavam postas a frente, presas com uma algema gelada e apertada.

Eu odiava que nos tratássemos feito animais. Isso não era digno para seres humanos.

Trisha parou na frente de uma porta e se virou, fazendo-me parar e olhá-la. Era mais alta que eu, principalmente com aqueles saltos enormes.

- Kagome, você tem duas horas. - não havia expressão em seu rosto. - Erga seus pulsos.

- Por que eu... Tenho duas horas? - arfei enquanto ela retirava os meus grilhões.

- Entre... Você tem... Visita. - os seus olhos brilharam e eu engoli em seco.

- Visita? Mas... Quem? - "Ah... Não! E se for ele? E se for o Bankotsu?" - tremi na possibilidade de vê-lo outra vez.