Música: Unbreakable - Fireflight
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Kagome POV
Era o meu trigésimo dia ali. Se eu tivesse um único motivo para me sentir bem, seria o simples fato de estar... Longe! Longe dos mentirosos que nos rodeavam e que sumiram quando a acusação foi feita! Longe daquela cidade deprimente, daquele trailer imundo que cheirava à álcool e madeira velha. Eu tinha raiva daquele trailer! Eu vivia limpando ele, a ponto de que nossos amigos começarem a me diagnosticar com TOC de limpeza.
Talvez eu simplesmente descontasse a minha raiva e fraqueza na limpeza.
E agora, encontro-me abaixo de uma pequena ducha de água quase fria, com uma gota gelada que pinga de modo incômodo nas minhas costas enquanto tento me lavar com esse sabonete pequeno. Ironia? Talvez fosse, talvez não! Eu simplesmente vivia um dia após o outro.
A minha rotina fora mudada completamente! Às sete da manhã uma carcereira passa nos corredores e acorda a todas as moradoras do nosso incrível hotel. Ela bate a porra do cacetete nas barras de aço redondo das celas e às vezes, quando está de bom humor, apenas dá duas batidas fortes na barra central da porta da cela. Eu já havia me acostumado com isso. Depois de todas tomaram o café da manhã, era liberado um momento no pátio onde podíamos sentar nos bancos, ficar nas mesas e jogar papo fofa, caso eu tivesse com quem conversar. Mas isso ainda não me era motivo de incômodo. Quando o período de falsa liberdade acabava, voltávamos para os nossos belos quartos e tínhamos que aguardar o horário do almoço. Geralmente eu dormia nesse meio tempo. Mais tarde, depois de comermos o almoço, era um momento onde éramos chamadas em grupos para tomar o banho diário, ao término disso, poderíamos voltar às celas e só sairíamos para a última refeição.
Nesse último horário as coisas eram mais tensas.
Algumas mulheres se portavam como homens tanto fisicamente quanto em seus comportamentos rudes. Inclusive na forma que essas 'brucutus' davam em cima de outras garotas... Não que eu me incomodasse com a escolha delas, até por que tinha bons amigos na comunidade LGBT e estes eram casais maravilhosos. Amigos que eu não via há muito tempo por causa de Bankotsu, e continuaria por não vê-los por mais dez anos... Enfim, eu acabei os comparando e percebi que estar perto delas poderia significar me meter em encrenca. De fato, estas em específico transbordavam má índole e poderiam causar o mal só com o olhar. Suas caras eram fechadas e amedrontadoras demais! Então, eu sempre ficava mais longe por garantia.
Suspirei cansada e notei que estava sozinha no banheiro. Pensei em tentar relaxar, já que isso era bem raro. Então, simplesmente comecei a cantar baixinho...
Where are the people that acuse me?
Onde estão as pessoas que me acusam?
The ones who beat me down and bruise me
Os que me batem e me machucam?
The hide just out of sight
Que se escondem dos meus olhos?
Can't face me in the light
Não conseguem mais enfrentar a luz
They'll return, but I'll be stronger
Sei que voltarão, mas agora serei mais forteEnquanto começava a molhar minha cabeça e todo o comprimento dos meus fios um tanto embaraçados, comecei a sentir que algo mais quente rolava pela minha face e com certeza não era proveniente do chuveiro metálico.
God I want to dream again
Deus quero sonhar outra vez
Take me where I've never been
Leva me onde nunca fui
I wanna go there
Eu Quero ir pra lá
This time I'm not scared
Dessa vez eu não estou com medo
Now I am unbreakable
Agora eu sou inquebrável
It's unmistakable
Isso é inegável
No one can touch me
Ninguém pode me tocar
Nothing can stop me
Nada pode me parar
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Gaiola
FanficInspirada na música: History Of Violence - Theory Of a Deadman https://www.youtube.com/watch?v=hgHwXM7GYuk ~ ~ ~ O marido perfeito! Bankotsu aparentava ser doce para todos, querido e amável. Um homem digno de confiança! Mas o seu temperamento ex...