Quando acordei dos meus pensamentos já eram 7:25 da manhã por isso saí da casa de banho e dirigi-me para a cozinha.
Preparei o meu pequeno-almoço e também o dos meus pais e do meu irmão, o Peter...ele é o meu irmão mais novo...e ao contrário de mim é considerado um dos rapazes mais populares da escola.
O Peter tem 17 anos e todas as raparigas da universidade estão caídinhas por ele! O Peter... bem toda a gente diz que ele é perfeito... não é de admirar afinal tem cabelos loiros como o ouro, uns olhos verdes esmeralda e está sempre contente, coisa que eu nunca suportei. A única coisa em que ele não era "perfeito" era ser responsável e maduro. Desde sempre eu tenho de fazer as suas tarefas domésticas!!! Ele diz que é trabalho para "MULHERES" e a minha mãe só para me por ainda mais bem disposta do que estou diz-me que ele é só uma "CRIANÇA" uma "CRIANÇA", acorda mulher, ele já tem 17 anos. Desde que ele nasceu ninguém me ligava...por culpa desse intrometido a minha vida foi ainda pior...ninguém me ligava...ninguém estava lá para me dar um abraço quando estava triste... ninguém... só uma pessoa...a minha avó...ela estava lá quando necessitava de chorar... ela era como... o meu anjinho da guarda. Ela dizia com uma voz doce...quando eu estava a chorar para deitar tudo cá para fora...para não esconder aquilo que sentia... e eu cega por aquelas palavras doces e carinhosas... chorava e chorava. Ela compreendia-me e eu a ela... estava tudo bem... até que... o destino levou-me um dos meus bens mais preciosos... a minha avó morrera... num acidente de carro... e isso aconteceu quando eu tinha 9 anos... quando eu soube da notícia... que a minha avó estava morta... fiquei imóvel... ouvia toda a gente a lamentar a sua morte... a mim... ao meu avô e à minha mãe que choravam baba e ranho... mas eu... eu continuava imóvel a pensar nas palavras da minha avó... que diziam para eu soltar os meus sentimentos... mas eu não conseguia... por mais que tentasse... eu queria chorar como o meu avô e minha mãe... mas não... a dor que eu sentia era demasiado grande para eu suportar... o destino foi cruel comigo... tirou-me algo que eu amava... tirou-me a luz da minha infância...a minha avó... por isso nunca mais chorei, ri, gritei... os sentimentos que eu tinha ficaram contidos dentro de mim... e as recordações alegres que eu tinha... essas tornaram-se em pesadelos... e desde esse acidente nunca mais fui a mesma.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A vida depois da morte
Non-FictionSophie é uma rapariga de 19 anos, que teve uma infância triste, sem felicidade, carinho, amizade e amor. Na infância de Sophie toda a gente gozava com ela e isso continuou até cumprir 15 anos. Nessa altura conheceu uma pessoa muito especial, Amália...