Capítulo 5

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Tamara

_Matheus ou Kenário ou seja lá qual é o seu nome, eu só quero entender o porquê de estar a levar-me. Você nem me conhece. _Gesticulando para todos os lados digo com lágrimas escorrendo e a cara toda vermelha. Eu estava irritada também, era muita coisa a acontecer e nenhum esclarecimento.

_Conversamos depois. _Ele diz em um tom baixo com frieza e desprezo em relação ao meu desespero.

_AGORA. _Grito pela força da raiva e logo me arrependo arduamente por isso. Ele aponta a arma dele na minha testa e levanta a sombrancelha esquerda.

_Eu disse, conversamos depois. _Fecho os olhos e as lágrimas rolaram naturalmente, viro-me para a frente e tento me acalmar. Eu não sei o que é pior, o facto de eu ter quase ficado em casa de um homem visivelmente obcecado por mim ou por um grupo me ter sequestrado pela segunda vez.

Meto a mochila no chão do carro e levanto as minhas pernas metendo a cabeça entre elas e as mãos cruzadas nos ouvidos, eu estava com muito frio e muito medo também, as lágrimas não paravam de rolar e a minha cabeça doía bastante, eu só pensava em como naquele momento eu queria estar com a minha família, com os meus amigos... com o meu Nick. Só de pensar em não te notícias dele o meu coração fica aflito, não sei se o quadro dele piorou ou não, eu não o quero perder.

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Chegamos a uma espécie de aeroporto privado e estavamos a entrar na pista de embarque. Assim que estacionam o carro, os dois homens da frente descem mas o Matheus não, eu ainda estava encolhida entre as minhas pernas sem querer me mover, estava com muito frio, olho para o lado oposto com a visão direcionada para a pista e os homens falavam com os pilotos e os assistentes de bordo, acredito que para preparar tudo para recebe-los. Sinto alguém a cobrir-me com algo, olho para o lado e vejo o Matheus sem o casaco militar da farda, só com uma T-shirt branca até aos pulsos que cobria o pescoço e com o resto da roupa, ele olhava para o nada e isso me deixou menos assustada, o cheiro do casaco era podero e muito forte , em pouco tempo a minha roupa já estava toda com o seu perfume. Um dos homens bate no vidro nos dando a entender que é para descer. Ele abre a porta e desce do carro, olha para mim e eu para ele não conseguindo me mover, estava com muito frio e muito medo também, não sei onde esse vôo me vai levar. Ele fecha a porta do lado em que desceu e dá a volta abrindo a minha porta, passou-me pela cabeça a cena que ele me puxaria a força e me fizesse andar até ao avião com uma arma apontada na cabeça, mas, ele limitou-se a pegar na minha cintura e nas minhas pernas me carregando em seu colo, fiquei muito chocada mas não protestei, eu acabaria caindo de tanto frio. Ele carregou-me e pegou a minha mochila até ao início das escadas e meteu-me no chão me entregando a mochila.

_Sobe._ Ele diz e eu respiro fundo, não queria subir, prefiria morrer congelada ao subir. Ele aproxima-se do meu rosto nos fazendo ficar cara a cara, eu estava com muito medo de alguma coisa acontecer por eu não ter subido, mas com mais medo do destino. Abanei a cabeça em sinal negativo e ele puxou a arma da cintura e aponta para os meus pés. _Ou sobes, ou paras de andar. _O tom calmo dele me fazia ficar com mais medo, ele não parecia nervoso, parecia passivo. Tento pensar em puxar a arma ou algo assim mas ele é mais rápido, dando um tiro no chão e me fazendo assustar e pular para outro lado, ele não deu propriamente perto do meu pé, mas entendi que era um aviso, sem êxitar subo já com lágrimas a caírem. Sento-me no fundo em um banco perto da janela e coloco o sinto. Ele sobe a seguir e os outros homens que ainda estavam de máscaras também. O Matheus senta-se a minha frente e os outros sentam-se à nossa frente em outro espaço.

_ Não te quero matar ainda, O'txala. _ Ele diz e puxa um edredom do banco ao lado me entregando. Como é que ele sabe esse nome? ninguém excepto a minha família sabe esse nome, até porque não gosto de ser chamada de O'txala por qualquer pessoa, a única pessoa que me chama por O'txala é a minha nona. Resolvi não responder e receber o endredom, me cobrindo nas pernas e vestindo o casaco dele.
O avião já estava a descolar.

A Garantia do TraficanteOnde histórias criam vida. Descubra agora