Capítulo 20

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Tamara

_Pelo tamanho do teu sorriso, a noite foi boa. _Assim que entramos no quarto, a Val diz isso e eu me atiro na cama dela.

_Foi. _Digo a rir e ela ri também.

_Então? _Ela senta na cadeira da sua mesa de escritório.

_Bom, depois da missão fomos para uma casa e Valentina..._Viro os olhos lembrando da noite passada e ela ri empolgada.

_Pelos vistos o Kenário te deixou nas alturas ontem._Ela ri.

_Não só ontem, hoje também. _Digo sentando com as pernas cruzadas.

_Vocês estão com muito fogo._Ela diz em um tom engraçado me fazendo rir.

_Ele apresentou-me ao senhor Andrés Castello. _Digo e ela faz uma expressão de espanto.

_Ele apresentou-te ao pai?_ Ela fica boquiaberta e eu não entendo o espanto. _O quê que estás a fazer com o meu irmão ?_Ela pergunta sem desfazer a cara de espanto.

_Por que? _Pergunto rindo.

_O Kenário nunca, apresentou ninguém ao meu pai, bom..._Ela para de falar como se estivesse a recordar de alguma coisa.

_O quê? _Pergunto curiosa.

_Ele quase apresentou a Dimetria. _Ela fala um nome que eu nunca tinha antes ouvido.

_Quem é a Dimetria?_Pergunto.

_É a mãe da Tatá. _Ela diz suspirando.

_Conta-me a história. _Digo a ela.

_Acho que é uma história que deves pedir ao próprio Kenário para contar. _Ela diz e eu simplesmente assinto. _Mas para ele chegar ao ponto de apresentar-te ao meu pai, é porque alguma coisa está a nascer dentro dele. _Dou um sorriso casto. _E pelos vistos, dentro de ti também. _Diz ela e eu dou um alto suspiro.

_Eu não sei se posso afirmar isso. _Digo e ela senta comigo na cama.

_Por que não? _Ela pergunta.

_Porque o Nick morreu a bem pouco tempo, e isso ainda dói muito em mim, Val. Eu não posso fazer isso com ele. _Digo.

_Então a morte do Nick te impossibilita de aceitar o que aparentemente estás a sentir? _Pergunta ela me deixando incrédula.

_Acho que sim, não sei.

_Olha, diz-me o quê que sentias com o Nick. _Ela mete as mãos na cama.

_Com o Nick eu sentia que era muito puro e genuíno, ele sempre foi muito prestativo. Não me lembro de uma única vez que discutimos, era simplesmente perfeito. _Dou um sorriso lembrando da história que vivi com ele e uma lágrima escapa.

_Boa. _Ela da um sorriso de canto._E o quê que o traficante te faz sentir?

_Raiva, o Kenário é muito chato. Muda muito rápido de humor, está sempre de cara fechada, não suporto quando eu faço uma simples pergunta e ele olha para mim e responde de uma forma curta ou até nem chega a responder, é mandão e autoritário, quando tenta me fazer ciúmes ou afirma que eu fiquei com ciúmes de alguma coisa, comporta-se como um gru maldisposto e olha lá. _Digo e ela dá uma gargalhada._Para piorar fecha-se sempre, nunca conta coisas sobre si e isso é chato às vezes. Ah, pior é quando ele fixa aqueles olhos azuis em mim, eu não me consigo controlar, a minha barriga começa a fazer danças e as minhas mãos a suar, quando ele se aproxima mais sinto o meu coração disparar e não consigo explicar a sensação que me dá, feliz por ele estar perto de mim, mas ao mesmo tempo uma necessidade muito grande de controlar esse sentimento porque não posso senti-lo de jeito algum..._Digo e quando penso um pouco mais, a ficha cai.

A Garantia do TraficanteOnde histórias criam vida. Descubra agora