Capítulo 16

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Tamara

Depois de meia hora de muito olhar para o céu e de eu ter conseguido me acalmar com a ajuda do Kenário que praticamente deixou-me com dor de barriga de tanto me fazer rir, ele levou-me para um restaurante e eu consegui parar de pensar um pouco no Nick. Nesse preciso momento estou no carro a caminho de casa, sinceramente me sinto mais preparada para falar com a Lana, com certeza se fosse há algumas horas eu não saberia contar tudo sem o meu emocional ficar abalado ao ponto de eu voltar a chorar sem parar novamente. Assim que o carro pára eu noto que já tinhamos chegado, o meu coração da um aperto tão forte que a minha respiração começou a falhar, a mão do Kenário pousa sobre a minha mão e eu olho imediatamente para ele, sem dizer uma palavra apenas da um sorriso de lado me deixando menos nervosa para iniciar a conversa.

Saímos do carro em simultâneo e entramos em casa, a Lana ainda estava lá porém na companhia da Val e da Tatá que assim que nos viu correu até nós e o Kenário agarra-a colocando no seu colo.

_Olá Mamã e papá. _Ela diz de uma forma engraçada e da um extenso sorriso o que nos fez rir. Dou um beijo nela e o Kenário faz-lhe cócegas o que prolongou ainda mais a duração do belo sorriso que ela tem. _Vocês ficaram juntinhos né?_Ela diz semicerrando os olhos de uma forma engraçada e nós começamos a rir no mesmo instante. Olho para a Alana e vejo ela seriamente concentrada naquela cena sem nem piscar.

_Sim, a pensar nas saudades que tinhamos de ti. _Diz o Kenário e ela dá um um beijinho na sua bochecha. _Vamos assistir a um filme no meu quarto? _Ele pergunta e ela dá um gritinho de alegria que faz o pai dela e eu rirmos, então eles sobem. A val aproxima-se um pouco e olha para mim.

_Já tentei ajudar a Lana, mas ela recusa-se a colaborar. Que bom que chegaste, Mara, só estava a vossa espera para poder sair e deixar a Tatá com vocês. _Ela diz e ao passar por mim dando-me um beijo na bochecha.

_Vamos subir. _Digo me aproximando da Lana.

_Eu não saio daqui, se tu não...

_Vamos subir! _Digo cortando-a antes que toda a calma que tinha passasse. Ela apenas passa por mim e sobe irritada, dou um suspiro e subo atrás dela, torço levemente a cabeça olhando para o leão que terei que domar a partir de agora. Abro a porta e ela entra e vai logo até a cama sem dizer uma única palavra, depois de meses e meses a pensar que eu saberia exatamente como explicar tudo o que aconteceu à toda gente, ao olhar para a Lana sinto que estou a ser obrigada a contar tudo, eu não quero contar, eu me envolvi demais nessa história toda e ao contar parece que automaticamente estou a trair a minha nova vida ao expor para alguém da antiga. Ando até ela, puxo a cadeira da minha mesa de escritório e sento-me frente a ela.
Ela torce o pescoço e eu tento tirar a rouquidão que vinha tossindo devagar.

_Quando desliguei a chamada no dia em que disseste que os rapazes tinham sofrido um acidente. _Baixo a cabeça ao lembrar da dolorosa recordação. _Fiquei completamente desesperada, afinal... O Nick estava quase a morrer. _Ela mantém-se seria ao olhar para mim. _Sentei-me a espera de um táxi parar e o primeiro carro que parou eu entrei logo, e logo que entrei no carro deparei-me com uns homens que me doparam e enfim... _Continuei a narrar a história e ela ouvia atentamente, a cada parágrafo a sua feição relaxa cada vez mais...

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_Não ligaste, mensagem, gritar, qualquer coisa?_Ela fala meio alto e eu baixo o olhar.

_Burra seria eu se fizesse isso, eu estou sobre vigilância absoluta. Em cada canto que eu vou há sempre um dos homens dele a vigiar-me, pedir a estranhos na rua para ligar, é comprometer a vida deles... Eu me recuso a fazer mal a alguém para benefício próprio, eu sei que não fiz nada para merecer estar aqui mas, não posso e nem vou sair disso agora. _Digo levantando a cabeça.

A Garantia do TraficanteOnde histórias criam vida. Descubra agora