Tamara
Semanas haviam se passado e eu já estava mais integrada naquela casa, a Val e eu nos tornamos grandes amigas, Fredic e o Grego sempre vinham para cá ficar connosco, a Tatá tornou-se um dos meus grandes amores e eu voltei a sorrir sem medo novamente. Desde o dia em que fui agredida, nunca mais voltei a ver o Kenário, eu me sentia agradecida por aquilo a início, mas não minto que de uns dias para cá eu comecei a pensar bastante nele de uma forma inevitável. Já faz muito tempo que ninguém sabe nada dele que está a ser preocupante, porém os rapazes estiveram connosco a nos tranquilizar em todos os momentos.
Como o Dono da casa não se fazia presente já há um bom tempo, eu andava pela casa sem medo, tinha adquirido o costume de acordar cedo e meditar, fazia-me bem, apesar de eu ainda estar com o meu coração muito entristecido, lutava diariamente para manter a saúde mental e não deixar o meu emocional ser derrubado novamente. Todos os empregados da casa haviam se dado muito bem comigo, principalmente o chefe da segurança da casa, Zyan. Haviam vezes que ele acompanhava-me nas meditações e até convidou-me para fazer caminhada e óbvio que eu aceitei. Não que eu tenha me dado ao luxo de reparar, mas era inevitável não ver o quão bonito ele é. Negro, olhos escuros e com a barba com falhas brancas perfeitamente alinhada aos seus curtos cachos, sobrancelhas muito cheias e olhos esbugalhados, nariz e boca médios e dono de um corpo consideravelmente musculado. Enfim, naquela manhã ele me tinha convidado para ir a uma sessão de meditação fora de casa e eu empolguei-me aceitando, eu precisava de desanuviar e pela primeira vez consegui ter cabeça para outras coisas que não fossem relacionadas a minha casa.
Naquele preciso momento eu estava na cozinha com a Val ajudando-a a cozinhar, Tatá estava na creche e os empregados da casa estavam de folga naquele dia, era sexta-feira e aqui sempre dão uma folga aos funcionários, mas ambas sabemos cozinhar, então não é um problema para ninguém.
_Então tu e o Grego já tiveram uma história? _Pergunto para ela com uma feição espantada e ela ri-se com a minha expressão.
_Já, mas foi a muito tempo. Aconteceram tantas coisas que prefererimos ser apenas amigos... _ Responde ela baixando o tom de voz na última parte.
_Mas vocês ainda gostam um do outro?_Pergunto directamente e ela olha para mim revirando os olhos com um sorriso.
_Nós já ficamos com várias pessoas ao longo desse tempo, não seria a mesma coisa olhar para ele depois de tudo. _Ela diz.
_Eu vejo como é que vocês olham um para o outro, comem-se com os olhos a frente de todos. _Ela dá uma gargalhada que me faz dar uma também.
_Ele não me come Mara, ele devora-me. _Ela diz olhando para o céu e eu começo a rir. _Mas já não podemos passar disso. _ e entristece a feição.
_Porquê? _A minha confusão era notória.
_O Kenário não sabe, mas sempre desconfiou e a cabeça do Grego pode rolar caso ele descubra. _Ela diz e eu começo a rir novamente.
_Mais cedo ou mais tarde ele terá que aceitar que um dos melhores amigos dele faz a irmã mais nova dele gritar de prazer. _ Dei um riso e ela uma gargalhada altíssima.
_Eu não sei o que seria de mim ou dele caso isso acontecesse. O Kenário aceita que eu namore, mas não com um dos amigos dele. _Ela pega logo na travessa bife e leva ao forno.
_Bem, talvez queria poupar-te de coisas que ele acha que não aguentarias. _Sento-me nas cadeiras do balcão e ela pára a minha frente.
_Eu acho que o meu irmão tem que entender que eu já não sou uma criança. _Ela diz revirando os olhos e eu apenas passo a minha mão pelo seu braço. _Enfim, que tal sairmos hoje? Vamos às compras e depois a um clube nocturno, o quê que achas? _Ela diz empolgada.
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A Garantia do Traficante
Lãng mạnEm um mundo que o dinheiro e o poder falam mais alto que a compaixão e o amor, duas facções inimigas disputarão a posse de uma mulher que foi enganada e traficada por um membro da sua própria família. Embarque nessa história cheia de tombos e revira...