Capítulo 2

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Tamara

Enquanto vou recuperando a consciência, ouço um barulho horrível que estava a fazer com que o meu cérebro não permitisse que as minhas pálpebras se movessem. Não aguentava mais aquele som, nem sabia o que era, mas desejava que acabasse imediatamente. Arranjo forças e de não sei onde e consigo abrir os olhos, vejo tudo a girar lentamente, os efeitos da bebida chegaram, viva!

Levanto-me e vou até a cômoda do computador, era o alarme do meu telemóvel, tirei-o da bolsa e desliguei. 05h da manhã de Quinta feira. Eu acordo sempre a essa hora para ter tempo para fazer tudo, antes que volte a cair na cama, vou devagar até a casa de banho pegando em tudo que pudesse me apoiar. Paro em frente ao espelho da pia e olho o meu aspecto.

_Meu Deus. _ Estava com a cara toda vermelha e brilhante, com os seios de fora todos inchados, o meu cabelo estava a parecer um ventilador parado e para piorar as minhas pernas doiam bastante. Eu já perdi a conta das promessas que fiz a mim mesma de não voltar a beber nunca mais. Enfim, tiro a calcinha e coloco na mesa do Poliban. Pego a minha bolsa de limpeza facial e começo a fazer o meu trabalho.

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Depois de vestir uma calça jeans azul escura, blusa preta com a cara do Mickey e tênis Nike pretos, fazer uma maquiagem super invisível mas com um delineado notável, ter dividido o cabelo à frente e ter feito um coque bem em baixo, Arrumei a minha mochila com tudo que eu precisava e saí do quarto com o telemóvel na mão, sempre que acordo mando uma mensagem para o Nick ou ele manda para mim, e ele não mandou. Lembro exatamente de o ter pedido para dar notícias, talvez ele fez o mesmo que eu quando cheguei. Mando uma mensagem para ele a perguntar se ele está bem e guardo o telemóvel. Enquanto desço as escadas a imagem do meu pai a tomar café enche totalmente o meu coração de alegria, o meu pai é um homem dedicado ao trabalho e ao lar da mesma forma, sempre fui muito apegada a ele, desde os primórdios da minha existência. Desço mais rápido e dou-lhe um forte abraço.

__Ohhh.__Ele ri-se. __ Bom dia, minha filha. __ e retribui o abraço.

__Bom dia, Papá. __ Depósito um beijo na sua cara barbuda e levanto o meu tronco, indo direto a cadeira a sua frente.

__Então, como o senhor está? __ Mantenho o perfeito sorriso que se formou nos meus lábios e automaticamente aciono o dele.

__Bom, cansado de tudo. __ Ele baixa o sorriso e continua. __Estou a pensar seriamente em ... __ Um barulho de saltos altos invade a sala de jantar cortando de imediato as falas do meu pai.

__Renovar os votos de casamento, não é, amor? __ Minha mãe Harley aparece sentando logo no colo dele. Vejo o desconforto no seu olhar e o descontentamento por o nosso momento a sós ter acabado.

__Outra vez com isso, Harley? __ O quê? O meu pai nunca trata a minha mãe pelo nome dela, é sempre por apelidos carinhosos.

__Mas...

__Papá, acho melhor acabarmos de comer rápido para não nos atrasarmos, não? __ Corto a minha mãe daquela situação desconfortável e ela levanta-se indo até a cadeira ao lado.

__Sim, um enorme sim, minha filha. __Ele revisa os olhos e eu solto uma leve risada.

__Vou buscar a minha comida e já volto. __ Levanto-me e vou até a cozinha buscar o prato recheado que o Germán faz para mim todas as manhãs. Ao voltar para a sala de jantar, ouço os murmúrios altos dos meus pais e logo um "CHEGA" em alto e bom som da voz do meu pai ecoa. Ando mais rapidamente até lá e vejo uma expressão séria na cara do meu pai e vou até a mesa, dona Harley já se tinha retirado quando eu cheguei. Pouso o prato na mesa e olho para ele.

A Garantia do TraficanteOnde histórias criam vida. Descubra agora