Capítulo 7

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Tamara

Mexo a cabeça espreguicando um dos braços e sinto um cheiro de perfume muito bom. Tento abraçar a minha almofada, mas sinto que abracei um corpo quentinho e muito aconchegante. Abro os olhos voltando a consciência pouco à pouco e vejo que estava aninhada no peito e abraçada ao Kenário. Levanto a cabeça e vejo que ele dormia profundamente, que nem um anjo. Queria afastar-me, mas ele era muito forte e muito grande, os braços dele praticamente prenderam a minha cintura então parei de tentar, antes que ele acordasse e me fizesse chorar ou algo parecido. Ele inconsciente parecia um homem inocente, pena que não é. Ainda estava com muito sono e não havia sinais do sol, olho para o relógio de parede digital "4h08" volto a deitar a minha cabeça no seu peito e adormeço novamente.

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O Sol já estava a brilhar e muito forte, quase atravessando as minhas pálpebras. Sento-me na cama levando as mãos para perto dos olhos tapando a entrada dos raios solares.

_30 minutos, O'txala. Estarei na sala a tua espera, mandei vir comida para ti e alguém já arrumou toda a tua roupa nova em malas. _Kenário diz me fazendo assustar. _Seja rápida. _Ele estava parado ao lado da cama de um terno preto com a camisa totalmente fechada e o cabelo solto. Infelizmente ele não fica inconsciente para sempre.
Levanto e vejo que já tinha uma roupa preparada para mim no outro lado da cama, um vestido de alças finas de cetim justo branco todo liso, com a parte de cima toda fechada e a parte de baixo ia até aos joelhos. Ao lado tinha um salto de uma tira entre os dedos preto. Eu gostei do look, mas não do controle pelo que eu visto, mas nessa altura protestar não é o mais inteligente a se fazer. Fui directo à casa de banho e fiz um enxague rápido.

Depois de pronta e de ter feito um rabo de cavalo no cabelo todo liso, estava a acabar de passar iluminador corporal. Eu comprei absolutamente tudo que eu precisava para viver, de bolsas a perfumes. Passei por fim um dos perfumes que tinha comprado e estava pronta. Não posso negar que estava linda, por mais que seja uma roupa não escolhida para mim e de não respeitarem as minhas escolhas, eu gostei. Arrumo as minhas coisas que deixei no banheiro e coloco em um saco.

Saio do banheiro e encontro o Kenário ainda na sala a mexer no telemóvel, ando até ele e paro a sua frente.

_Podemos ir. _ Digo sem olhar para ele.

_Quando comeres. _Ele diz e eu fico irritada. Eu não sou uma criança, muito menos uma propriedade, eu preciso de arranjar uma maneira de fugir, nem que isso me coloque na cadeia. _Aqui tens. _Ele abre a bandeja que estava na mesa de centro e eu vejo um prato com panquecas recheadas com mel e um sumo natural de manga. Eu tenho que parar de tentar protestar, acho melhor entrar no jogo dele se quiser arranjar uma forma de fugir. Pego a bandeja e vou até a sala de jantar, comer.

Assim que termino lavo a minha louça e vou até a minha mochila que estava no chão do quarto encostada a um canto. Abro e pego na minha carteira, tinha duas fotos De 10 por 15, uma da minha família e outra dos meus amigos, dias em que eu estava muito feliz e parecia que ninguém estragaria a minha felicidade naqueles dias, sem me aperceber, uma lágrima escapa, como rotina agora. Levanto a minha pasta e coloco perto das minhas supostas malas.

_Vamos. _ Ele diz e eu pego as minhas coisas. Ele aperta em um botão e quase na velocidade da luz alguém bate a nossa porta, Kenário abre e é um dos senhores que transportam as malas com o varão circular de rodas. Ele vem até mim e pede para que eu deixe as coisas. Pego a minha mochila e coloco em cima de todas malas.

Assim que saímos do hotel, o Grego e o Fredic estavam do lado de fora com ternos também.

_Devo dizer que está linda. _Grego pega na minha mão e beija-a, dou um sorriso para ele e logo sou rodopiada e caio nos braços do Fredic.

A Garantia do TraficanteOnde histórias criam vida. Descubra agora