Capítulo 4

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Tamara

Senti uma luz muito quente na minha cara que parecia atravessar as minhas pálpebras de tão forte. Abri lentamente os olhos e fechei de novo levando a mão ao rosto, sento-me na cama e volto a abrir os olhos, dessa vez havia uma sombra. Olho a volta e tento lembrar como dormi, eu já estava com a cara toda vermelha de tanta ansiedade. Não fui esclarecida como deve ser, pelo que entendi, estou a viver um sequestro que são mais ou menos férias de tudo, mas se a minha família sabe, então tudo que aconteceu antes de eu estar aqui é mentira? É tudo uma grande armação por parte da minha tia? não posso viver de suposições.

Levanto-me procurando logo algo para calçar, o chão está gelado. Puxo o edredón grande até ao chão e piso nele como se fosse um pano de chão andando pelo quarto grande procurando alguma coisa que possa usar nos pés, vou até ao closet que lá tinha e abro todos os armários na esperança de encontrar algo para usar. Acabo por encontrar num dos armários coisas para hóspedes, toalhas, escovas, produtos de higiene e até pantufas. Olho para baixo e vejo que precisava sim de uma higienização séria, pego tudo que usaria e calço as pantufas, vou até ao banheiro que lá tinha e começo o meu processo de higienização.

Tive que meter um robe azul curto de cetim porque não tinham roupas lá e eu não sabia onde estavam as minhas, para a minha sorte tinha roupa íntima selada em uma gaveta no banheiro, então resolvi usar. Estava menos frio que ontem, mas ainda assim o clima estava húmido. Abri a porta do quarto e fui até onde me lembrei de ontem à noite. Chego perto da tal sala e vejo a minha tia sentada com as mãos na cabeça, era um escritório todo preto com vários livros nas estantes e esculturas antigas. Me aproximo e logo ela levanta a cabeça dentre as mãos, dá um sorriso de lábios bem esticado e se levanta erguendo os braços, me aproximo dela que me acolhe nos mesmos e dou um sorriso casto.

__Bom dia, minha princesa. __ Ela diz ainda no abraço e logo me solto.

__Bom dia, tia Vallery. __ Respondo na mesma sintonia. __Agora, pode me explicar tudo, por favor? __Eu estava demasiado calma naquele momento, para alguém que foi traga a força para Rússia.

__Claro, vamos comer primero, pode ser? __Ela diz, e a minha barriga gritou literalmente.

Sigo-a até a sala de jantar e sento-me segundo as suas orientações. A mesa estava já posta e com uma diversidade de comida extraordinária. De frutas e bolachas fit a bolos e ovos mexidos com bacon, panquecas, crepes, waffles e todo tipo de fruta que podia imaginar. Sem nem perguntar sirvo uma porção generosa de cada coisa e devoro com as mãos, enquanto devorava a comida comoum tigre, a gargalhada da minha tia ecoava em toda sala de jantar.

__Já vi que tens mesmo fome. __Ela limpa as lágrimas dos cantos.

__Muita, meu bem. __Digo e meto logo um croissant amanteigado na boca.

__Vais acabar tudo isso? __ Ela pergunta com uma cara de espanto olhando para o meu prato.

__Que tudo?__Sirvo leite com café e sento-me para começar o meu ataque.

__Bom, eu estou a espera de uma visita e acho que ela já chegou. __Ela diz rindo e olha para o smartwatch no pulso. __ Fica à vontade, não te preocupes com nada, está tudo bem! __Ela realça o ''tudo'', me dando a entender que tudo que aconteceu era apenas uma parte do plano, mas ainda não disse com essas palavras, então não sei o que pensar.

Eu não sei porquê, mas ainda estou com um pé atrás, mas também eu não posso duvidar da minha tia, ou não posso?!

(...)

Naquele exato momento coloquei o copo que antes tinha sumo na mesa e levantei-me procurando a minha tia. Felizmente nenhum daqueles homens estava por perto então tive que andar com cuidado, pois não sabia onde eles estavam e a qualquer momento eles podiam carregar-me como um saco de cerrapilheira novamente. Chego quase até ao princípio das escadas andando próximo às paredes para não correr o risco de entrar em uma sala onde eles estarão possivelmente.

A Garantia do TraficanteOnde histórias criam vida. Descubra agora