A Garantia do Traficante

Capítulo 18

Tamara

Durante o caminho fiquei meio nervosa, depois de termos feito a troca de carros, eu só fiquei a pensar na possibilidade de não conseguir completar essa missão devidamente. Logo que o carro pára em uma rua deserta, Kenário entregar-me o smartwatch que usei na minha antiga missão e dá-me, na verdade já estava comigo, só que eu tinha me esquecido dele em casa.

_Guapa, terás que misturar o sotaque. _Ele diz e eu assinto.

_Falar inglês e espanhol ao mesmo tempo? Ou falar inglês com sotaque? _Pergunto qual seria a melhor alternativa.

_Inglês com sotaque. Normalmente a Natália esquece algumas palavras e usa o espanhol mesmo. _Diz ele.

_Conheces muito bem a Natália. _Digo meio irónica e ele olha para mim.

_Conheço, já fodemos muitas vezes juntos. _Diz ele e eu fico logo com uma expressão séria estampada no rosto.

_Que bom, acho que ela deveria estar aqui e não eu. Pode ser que iam relembrar dos bons velhos tempos. _Digo já sem paciência e viro-me para o outro lado.

_O problema é que eu quero que tu estejas aqui e não ela. _Ele diz calmamente me fazendo ficar mais irritada.

_Mas eu não quero, podes levar-me para casa e ir buscar a tua sedutora sexy e completarem a missão. _Digo sentindo uma raiva preencher o meu peito, não estava a conseguir entender o quê que se estava a passar comigo.

_Não, ela não é para completar missões, é para encher-me de prazer. _Ele dizia as palavras tão calmamente que eu fiquei com vontade de chorar.

_Ok, vou descer desse carro e ninguém mais completa missão nenhuma. _Digo já tentando abrir a porta.

_Tudo bem, podes ir. _ Logo que ele acabou de dizer aquilo eu fiquei boquiaberta. A calma dele estava a deixar-me louca de raiva. _Talvez no meio do caminho reflitas sobre a cena de ciúmes que acabaste de fazer. _Ele diz dando um sorrisinho de canto e eu semicerro os olhos.

_Eu não estou a fazer cena de ciúmes nenhuma. _Digo ajustando o vestido.

_Estás, O'txala. Estás sim. _Ele diz calmamente me deixando sem reacção, é impossível esse homem. Fico sem saber o que responder e cruzo os braços. _Na verdade, a Natália e eu somos grandes parceiros de negócios. Apenas isso. _Ele diz. _Mas estavas a negar tanto que não tens ciúmes.

_Eu não tenho ciúmes, tu estás a irritar-me apenas. _Digo para ele.

_Estou a irritar-te? _Ele levanta uma das sobrancelhas. _Sequer te fiz alguma coisa. _Ele diz na sua calmaria.

_Vamos para essa missão logo e depois para casa, por favor. _Digo tentando manter a calma e ele apenas assente com a cabeça.

_Ok, madame. _Diz ele e manda o motorista avançar.

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Ao longo do caminho fiquei em silêncio e o Kenário estava no seu telemóvel, eu tentava entender o porquê de eu ter agido daquele jeito, não tem lógica alguma fazer o drama todo que eu fiz, aliás, ele é um homem livre...

Tentei afastar esses pensamentos e focar-me na missão para que nenhum erro acontecesse. Depois de mais uns minutos, finalmente chegamos a uma grande e vasta mansão com 4 lindos e dois blocos, toda iluminada e com vários seguranças e serviçais a rodarem a área externa da casa, vestidos de ternos e com um mini crachá a identificar.

A porta foi aberta e descemos os dois, eu com ajuda do homem que abriu a porta e o Kenário sozinho. O meu vestido brilhava, atraí olhares de todos os cantos enquanto subia as escadas da enorme mansão até à porta principal, que logo que cheguei até ela, todas as atenções viraram para mim, naquele momento eu tive plena certeza que estava radiante. Ao meu lado o Kenário parou e baixou um pouco perto do meu ouvido.