Ao sair daquela casa estranha, percebi que ainda nevava, continuava muito frio lá fora. Me sentia desorientado, sem saber o que fazer. Caminhei até o local do acidente, não havia resquícios de um crime ali, meu carro não estava mais onde deixei. - O que está acontecendo? - pensei.
Decidi por continuar caminhando até chegar em casa, o frio estava me matando, precisava de um banho quente. Devia me orientar, colocar a cabeça no lugar e depois procurar a policia, aquele assassino tinha que ser preso, tinha que pagar pelo que fez a Juliette.
No caminho de casa tive a estranha sensação de estar sendo observado - será que aquele velho estranho está me seguindo - pensei. Mas ao olhar em volta não percebi ninguém, talvez fosse apenas a minha cabeça, eu ainda não me sentia completamente bem.
Nada pode ser normal em minha vida, enquanto passava por uma banca de jornais, olhei de relance para o New York Times, e no susto soltei um grito - 31 de dezembro!?
O jornaleiro me olhou com uma cara de desconfiado e disse:
- Sim, você está bem meu jovem?
Não consegui responder, apenas continuei caminhando, como isso era possível? Como eu poderia ter dormido por 11 dias.
Eu só podia estar ficando louco, nada disso devia ser real, primeiro o incidente, aqueles olhos vermelhos não saiam da minha mente. Depois aquele velho sombrio falando coisas sem sentido. E agora descubro que passei todo esse tempo adormecido. Isso é impossível.
Parte de mim queria acreditar que tudo não passou de um pesadelo, que logo acordaria ao lado de Juliette e tudo ficaria bem. Mas lá no fundo eu sabia que estava apenas me enganando, Julie estava morta e eu nunca mais a veria.
Quando cheguei em casa meus tios me olharam com caras feias, isso é extremamente normal. Mas não era só isso, pareciam assustados com a minha presença. Eles me ignoram, eu ignoro eles, passei direto e entrei no meu quarto.
Mas logo percebi que eles cochichavam entre si, ouvi o meu nome. - não deve ser nada demais, eles sempre falam mal de mim pelas costas - pensei.
Depois de um longo banho quente, deitei em minha cama, não sabia ainda o que fazer ao certo. Se passaram 11 dias desde o incidente, será que a essa altura a policia já teria capturado aquele criminoso. Eu precisava dar um depoimento, precisava falar o que eu vi.
Mas antes que eu pudesse decidir o que fazer, a policia invadiu o meu quarto, derrubando a porta e apontando armas para mim.
De susto gritei - o que está acontecendo!?
Antes que pudessem me responder, eu já estava algemado e imobilizado.
- Michael Cane, você está preso pelo assassinato de Juliette Malin - disse um dos policiais.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Hunters - o caçador das sombras
HorrorDepois do incidente com Juliette o mundo de Michael não é mais o mesmo, tudo está diferente. O perigo está em todos os lugares, coisas estranhas tem acontecido. O destino do jovem rapaz está traçado, ele deve cumprir uma missão, movido por um dos se...