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O dia anterior foi horrivel.

Tive que perder o primeiro dia de aula inteirinho em Hogwarts devido a um probleminha incrivel chamado "vozes na minha cabeça", e isso me deixou extremamente irritada. Uma irritação se estendeu até o dia seguinte.

Desci as escadas que davam até o salão comunal da Grifinória com um certo ódio no coração e dei logo de cara com Lino, que carregava aquela expressão de irmão preocupado que eu tanto amava e odiava. Odiamava.

– Sim, eu faltei aula ontem. Não, eu não estou bem. Sim, eu quero que cale seus pensamentos preocupados comigo. E não, eu não quero conversar com nenhum professor sobre isso, já me basta a Minerva ter descoberto. – Interrompi Lino antes que ele pudesse fazer todas as perguntas que rodeavam a sua mente.

– Como a professora Minerva descobriu? – Lino uniu as sobrancelhas.

– Angelina, uma das minhas colegas de quarto, achou que eu estava passando mal e falou com a Minerva, e bom, você já sabe no que deu. Eu tive que contar.

– Disseram que ela foi para o Ministério da Magia, você acha que...

– Sim, ela foi avisar à eles sobre mim. – Lino me olhou preocupado. – Não se preocupe, eu concordei. E ser legilemente não é algo que vai me levar para Azkaban, então não estou preocupada.

– Mas eu achei que quisesse deixar isso em segredo.

– E queria, mas a professora Minerva achou melhor contar logo, assim a nossa família não arranjaria problemas com o Ministério. – Dei de ombros, tentando parecer mais confortável do que estava com aquele assunto para ver se assim o meu irmão parava de me olhar daquele jeito. – Minerva disse que vai falar com Dumbledore também, assim eu vou ter permissão para perder algumas aulas caso... Você sabe.

– Não acha melhor falar com os nossos pais?

– Para eles me tirarem de Hogwarts? Não mesmo, eu cheguei aqui não faz nem uma semana. Não posso desistir tão fácil.

Eu não quero te ver sofrer.

– É só fechar os olhos.

Como alguém tão atencioso, bonitão e preocupado pode ter uma irmã fria que nem você?

– Eu não sei. Antes sofria, hoje sou fria. Bem, estou indo. Te vejo na aula de Herbologia.

Então dei as costas e sai rumo a minha primeira aula em Hogwarts, escondendo minha animação atrás de uma carranca.
                           ...

A aula de Herbologia ainda não tinha começado apesar da professora já estar em sala, e eu não sabia se estava ansiosa para começar a aula ou se era apenas os pensamentos ao redor me influenciando.

Ele parece tão feliz rindo com os gêmeos Weasley. Eu queria ser capaz de fazer amigos. Um pensamento feminino chamou minha atenção.

Quais são as chances de eu tentar ser sociável e me dar mau? Todas, mas acho que não tenho nada a perder.

– Aiai, como eu queria ter a capacidade de fazer amigos. – Liana Jordan ensinando como arrumar amigos sem parecer desesperada ou esquisita.

– Olá. – A garota ao meu lado praticamente gritou, após alguns segundos de silêncio. – Sou Elisabeth Carter.

– Eu sou Liana Jordan, irmã daquele otário ali. – Apontei para Lino.

Pra que inimigos quando se tem você?

– Eu sou irmã do mongol que tá do lado do seu otário. – Elisabeth apontou para um garoto bem alto e de cabelos castanhos como o dela.

– Vocês são tão parecidos. – Observei. A única diferença era a altura, enquanto o mongol parecia ter quase dois metros, Elisabeth parecia um gnomo.

– Somos gêmeos.

– Eu sei, sou o mais bonito. – Disse o Mongol sorrindo para a irmã de modo convencido.

– Lino e eu também.

– Com a quantidade de figurinha repetida que tem aqui dá pra encher três álbuns. – Disse um ruivo, ao lado de outro ruivo com a mesma cara que ele.

Nós provavelmente teríamos continuado a conversa, mas a professora nos interrompeu com sua explicação sobre mandrágoras.

Terminadas as primeiras aulas e o almoço, fui direto para biblioteca e comecei a ler um livro repleto de feitiços. Fiquei um bom tempo sozinha ali, até que senti alguém se aproximar.

– Oi, posso sentar? – Elisabeth pediu, parecendo muito animada.

– Claro. – Dei de ombros.

Então passaram-se minutos de puro silêncio, não só se tratando de falas, mas de pensamentos também, e aquilo me deu muito mais alegria para estudar, alegria que acabou no momento em que Lino e companhia começaram a se aproximar.

– Lá vem o Jackson atrapalhar nossos estudos.

Então esse é o nome dele?

Vou continuar chamando de Mongol.

– E lá vem o Lino para colaborar.

Eles e os gêmeos ruivos demoraram apenas dez segundo para chegar até a mesa em que estávamos.

– Ooooi, Jordana. – Um dos gêmeos, não sei qual, porque eu sabia o nome deles, disse com um enorme sorriso no rosto.

– Primeiramente, é Liana. Segundo, eu estou tentando estudar e ficaria feliz se vocês  não atrapalhassem a minha caminhada árdua em direção ao meu futuro brilhante.

– Nossa. – Disse sério, pondo a mão no peito. – Isso é um preconceito com os burros aqui presentes... O Jackson pode ser ofender, você não pensa nos outros não?

– Ah, falou o Dumbledore, professor Flitwick encarnado, dicionário Aurélio ambulante. – Disse o Mongol, arrancando boas risadas de sua irmã e um sorriso discreto meu. – Mas vamos ao que importa, viemos chamar vocês para uma aventura.

– Recuso. – Disse Elisabeth.

– Não. – Neguei e voltei a enfiar a cara no livro.

– Qual é irmãzinha, um pouco de aventura seria legal, não acha?

– Não, obrigada, prefiro viver.

Vamos, por favor, vai ser legal, Lily. A gente só vai dar uma saída. Pensou meu irmão.

Lino, cala a boca! Ah, é, ele não consegue me ouvir.

– Mine Jackson, convença sua amiga. – O ruivo mais baixo pediu.

– Se eu convencer ela vou ter que ir também, então não, desculpa.

Aquilo foi suficiente para fazê-lo desistir, mas o outro ruivo parecia decidido a nos levar nessa linda aventura, por isso se virou para mim com carinha de cachorro pidão.

– Qual é, Jordana, colabora. Vai ser divertido.

– É...uma coisinha, qual é o seu nome mesmo?

– Fred e esse é meu irmão George. – Apresentou sorridente, provavelmente achando que estava prestes a me convencer.

– Então, Fred, se não quiser que eu te faça engolir o livro que estou lendo, acho melhor parar de me chamar assim.

– Nossa, você é tão azeda, Jordana. – Disse, me olhando com um sorriso ainda maior do que já estava.

– Obrigada.– Respondi séria.

Eu realmente achei que eles desistiriam depois da minha atitude, mas na verdade, eles só ficaram mais decididos a nos convencer.

– Tá, tá bom. – Elisabeth e eu concordamos juntas, depois de quase 20 minutos de argumentos do porque deveriamos ir com eles para sei lá onde.

– O que vamos fazer? – Perguntei tentando soar o mais desanimada possível na esperança deles finalmente desistirem de me levar.

– Floresta. – Disse o ruivo maior.

– Proibida. – Completou o outro.

OK, até que pode ser divertido.

– Vocês são loucos. – Disse Elisabeth.

– Você vai com a gente, então é tão louca quanto que teve essa ideia, que no caso foi o Fred. – Disse o ruivo menor.

Então Fred é o mais alto? Seria mais fácil reparar a altura se eles parassem de ficar corcundas para falar com Elisabeth.

– Veja o lado bom, se você morrer não vai poder ser castigada por entrar na floresta. – Fred disse, me arrancando um sorriso pequeno.

– E não precisará terminar as tarefas da escola. – Lino disse com uma empolgação genuína.

Maluco.

O sorriso mínimo em meu rosto logo sumiu, pois diversos pensamentos invadiram de vez a minha cabeça, todos extremamente altos.

Ninguém, nem mesmo Lino, notou a minha estranheza, então logo fomos em direção ao nosso destino.

Ficamos um bom tempo conversando na orla da floresta e até impedimos os gêmeos de entrarem mais afundo alegando que para a nossa primeira vez quebrando regras, aquilo estava de bom tamanho.

E estava tudo indo bem, até que Elisabeth me puxou para longe e me fez ficar escondida atrás de uma moita com ela. Eu não sabia o motivo de sua ação -afinal, muitos pensamentos rodeavam a minha mente-, mas fiquei extremamente assustada.



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Oieee, td bem com vcs? Espero q sim

Bom, o primeiro capítulo não ta lá essas coisas mas eu espero que gostem mesmo assim

Já q a Liana escuta o pensamento de todos, eu coloquei o dela em negrito para vcs identificarem melhor.




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