13.

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Quando apareci na sala de estar dos Weasley, todos estavam ocupados de algum jeito. Molly e George estavam na cozinha, Arthur estava procurando algo pelas gavetas de um armário pequeno encostado em uma das paredes da sala, Percy estava de toalha no cabelo e escovando o dente no meio da sala, Fred estava varrendo sujeira para debaixo do tapete e duas crianças menores que eu não sabia o nome, mas que eram uma menina e um menino, estavam sentados no sofá brincando com um tabuleiro de xadrez bruxo.

– Por Merlin! – A mãe de Fred pôs a mão no coração e por um segundo eu me desesperei, com medo de acabar mandando a mãe dele para o hospital por ter aparecido na lareira sem avisar.

– O que é isso, Jordana? Você não ia ficar em casa hoje e vir só amanhã? – Fred se aproximou de mim confuso e então me olhou preocupado. – O que aconteceu com os seus olhos? Você andou chorando?

– Não. – Neguei, mas meus olhos estavam ficando cheios de lágrimas, o que não passava nenhuma credibilidade. – Eu estou bem.

Bem a beira do colapso.

– Liana, me fala o que aconteceu. – Fred estava sério.

– Eu fugi de casa. – Contei tentando parecer super despreocupada, mas não consegui impedir a minha voz de se tornar um choro cheio de soluços.

Então, como se eu tivesse anunciado que os ingressos para o jogo mundial de quadribol estavam uma pechincha, os Weasley se aproximaram de mim correndo.

– Ei, família, da um espaço para ela. – Fred interviu. – Jordana, por que você fugiu de casa? O que aconteceu? Seus pais fizeram algo que te chateou?

– Para resumir: meu pai disse que você era uma má influência e que se eu não parasse de ser sua amiga, ele me tiraria de Hogwarts. – Respondi em um tom choroso, incerta se eu deveria piorar a situação contando que meu pai era um doido perseguidor que tinha contratado alguém provavelmente mais doido e mais perseguidor ainda para me vigiar.

– O seu pai disso o quê?!? – Molly estava possessa.

Fred tem razão. Dona Molly é um amor, mas não queira ver ela irritada.

– Aquele cachorro, salafrário, ranzinza de óculos de vovó! – Xingou Molly e então me encarou. – Desculpe, querida, não é nada com você.

– Não, senhora Weasley, meu pai é tudo isso mesmo. – Concordei sem hesitar e ela pareceu se sentir mais livre para voltar a xinga-lo.

– Trasgo sem vergonha, diabrete de uma figa, filhote de Troquilho desdentado!

– Que boca suja, mamãe! Depois não venha reclamar quando Fred e eu começarmos a xingar nossos professores desses nomes. – Disse George e eu teria rido se não estivesse tão ocupada chorando.

– Calma, Liana. Vai ficar tudo bem. – Garantiu Fred enquanto me abraçava.

– Como aquele filhote de... de...

– Chupa-cabra. – Propus e dona Molly assentiu na minha direção, agradecida.

– Como aquele filhote de chupa-cabra pôde falar algo assim do meu Fred? Eu vou mandar uma carta para ele. Não, eu vou mandar um berrador!

– Mamãe, deixa isso para depois. Primeiro, vamos nos preocupar com a namorada do Fred chorando no chão da nossa sala e sujando o tapete de cinzas. – Disse Carlinhos adentrando a sala.

– Namorada? – Arthur encarou o filho confuso e depois a mim.

Socorro.

– Não somos namorados, o Carlinhos que tomou muita cerveja amanteigada e por isso está assim.

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