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– Então, é Natal... – Cantou Fred no meu ouvido e eu chutei o que achei ser seu estomago, mas era dificil mirar com o rosto enfiado no travesseiro. – Au, agressiva!

– Me deixa dormir, Weasley.

– É manhã de Natal, temos que tomar café da manhã de Natal. Vamos, Jordana! Para de babar no travesseiro da Gina e levanta! – Fred segurou meus ombros e me sacudiu.

– Sai daqui! – Gritei e Fred continuou me balançando. – Não se acorda alguém que está dormindo, Fred Weasley.

– Levanta ou eu vou me jogar em cima de você.

– E um saco de ossos pesa tanto assim? – Debochei, já me sentindo -infelizmente- mais acordada.

Falou o peso pena. Pensou Fred, sabendo que eu ouviria.

– Peso pena é você, Fedido Weasley! – Devolvi, ofendida. Mas não tinha muito o que fazer, afinal, Fred e eu competíamos para ver quem era mais gente fina.

– Cuidado com os ventos, Jordana, eles podem te levar voando daqui.

– Contanto que seja para longe de você, eu não reclamaria.

– Eu sei que você me ama, Daninha. Agora levanta e vem abrir seus presentes.

Presentes?

Levantei rapidamente e limpei a remela dos olhos. Fred continuava parado perto de mim, me encarando enquanto eu tentava melhorar meu estado arrumando meu cabelo em um rabo de cavalo e ajeitando a roupa emprestada de Gina.

– Que foi? Se apaixonou? – Perguntei, incomodada com a atenção.

– Você parece uma doida de Azkaban quando acaba de acordar. – Disse Fred e eu tentei chuta-lo, mas ele conseguiu correr antes que eu o acertasse.

Fui até a sala dos Weasley e tentei parecer amigável, desejando um “Bom dia!” caloroso. Eu me sentia um peixe fora d’água sempre que tinha que agir mais delicadamente do que eu realmente era.

– Um raio acertou sua cabeça? – George me encarou estranho e eu pensei que fosse sobre o meu cabelo. – Que gentileza toda é essa?

– O “Bom dia!” foi para seus pais, não para você, Estrupício Weasley. – Respondi com um sorriso cínico e me aproximei de Gina sentada no sofá.

– Oi, Liana. – Gina sorriu para mim com aqueles dentinhos fofos e eu sorri de volta.

– Oi, Gina. Como se sente sabendo que é mais legal do que seus irmãos jamais serão?

– Eu sou legal! – Resmungou Carlinhos e eu o encarei feio.

– Não é mais, não depois de ontem.

– Desculpa espalhar o romance secreto adolescente de vocês, Liana, eu já disse que não foi pessoal, eu só queria dificultar a vida do meu irmãozinho.

– Mas dificultou a minha!

– Você não desmentiu a parte do “romance secreto”. – Lembrou-me Fred e eu fiz um joinha em agradecimento.

– E não tem romance secreto!

– Não mesmo, ela gosta do chato do Olivio. – Fred revirou os olhos. – Sendo que eu sou um partido bem melhor. Ruivo, musculoso, engraçado...

– Eu não sei onde você está vendo o músculo, engraçado só para pessoas com a mesma quantidade de neurônios que você... é, a única parte que você acertou é que é ruivo. – Retruquei, revirando o cabelo ruivo, liso e curto de Fred com os dedos.

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