9.

48 6 0
                                    

Os testes para entrar no time de quadribol da Lufa-Lufa iam começar e por isso agora eu vivia ainda mais grudada com Elisabeth que não parava de pensar sobre as mais diversas formas de morrer enquanto jogava o esporte. Acho que ver o Cedrico caindo de vinte metros abaixo deve ter deixado ela um pouco traumatizada, só um pouco.
 
Já eu não tinha muito interesse em entrar no time da Grifinória cujo os testes começariam daqui á algumas semanas pois já tinham se passado os testes da Corvinal e Sonserina -e acrescento que me diverti muito rindo da queda que o insuportável Marcus Flint sofreu-, mas parte de mim planejava ir para a quadra de quadribol apenas para ficar admirando o belo rosto de Olivio Wood, o garoto de nome feio por quem eu estava tendo uma quedinha.
 
– Liana! Liana! Liana! – Gritou Jackson enquanto eu andava pelo corredor, já me preparando para ir ver Elisabeth no teste da Lufa-Lufa.
 
– O que você quer? – Me virei para ele assim que ele me alcançou e me forçou a parar de andar.
 
– O Fred te mandou isso. – Disse e entregou uma carta em minhas mãos. – E o Lino tá te chamando lá no Comunal.
 
– Estou indo. – Disse e sai andando calmamente para não deixar na cara o quanto estava desesperado para a voltar a falar com o meu irmão.
 
Quando cheguei lá, avistei Lino sentado em uma das poltronas, mas ele logo se levantou ao me ver.
 
– Oi.
 
– Oi.
 
– O Jack disse que você queria falar comigo. – Disse Lino e imediatamente eu uni as sobrancelhas.
 
– Ele me disse que você queria falar comigo. – Dei ênfase no “Você”.
 
– O que? Eu não falei nada.
 
– Acho que isso foi um plano dele para voltarmos a nos falar. – Conclui e então ficamos em silêncio apenas observando cada pedaço do salão Comunal para evitarmos ao máximo olharmos um para o outro.
 
– Desculpa. – Meu irmão sussurrou.
 
– O que você disse? – Perguntei, porque realmente não tinha entendido, na verdade parecia ter sido mais uma tosse ou um espirro do que uma frase ou palavra formada.
 
– Desculpa por ter sido cúmplice do Fred e por ter falado que não queria que você fosse minha irmã. Eu estava blefando. – Disse ele em um tom mais alto e olhando nos meus olhos.
 
– Desculpe por ter ficado irritada com vocês por besteira. E me desculpe por ter entregado você para o Snape também. Foi divertido mas não foi algo legal de se fazer.
 
– Os nossos pais não ficaram sabendo de nada então não tem problema. – Lino enfiou as mãos nos bolsos da calça nervosamente. – Então... somos irmãos de novo?
 
– É claro, não é porque a gente brigou que magicamente paramos de ser gêmeos, idiota.
 
– Você ama estragar os momentos legais entre a gente. – Lino bufou irritado.
 
– É a minha especialidade. – Dei de ombros com um sorriso no rosto. – Jackson também me entregou uma carta dizendo que era do Fred, mas depois dessa armação toda eu não tenho mais certeza. Quer dizer, se não for mesmo do Weasley vai ser perda de tempo eu ler.
 
– É do Fred mesmo.
 
– Como você sabe? Viu ele escrever?
 
– Vi, mas se eu fosse você iria ate ele perguntar o que está escrito porque a letra dele não anda muito legível, não.
 
– Talvez depois. Bem, eu estou indo ver a Lizzie no teste de quadribol. Até daqui a pouco. – Dito isso eu dei um abraço apertado no meu irmão e sai do Comunal com a carta de Fred em minhas mãos.
 
Enquanto pensava se iria ler logo ou não, fui abordada pelo ruivo no meio da escadas.
 
– Abaixa as mãos, Weasley, isso aqui não é um assalto. – Falei séria, vendo ele abaixar os braços rendidos e por o dedo indicador na minha boca em um sinal para que eu calasse a boca. – O que você tá fazendo?
 
– Xiu, eu preciso falar com você. Acredito que já tenha lido minha carta mas julgando pela sua cara, você não me perdoou, então preciso te convencer com o meu charme pra você voltar a falar comigo.
 
– Eu não li a carta. E que charme, Fred Wesley?
 
– Eu escrevi uma coisa que não era trabalho da escola só pra te agradar e você não leu?
 
– Eu não tive tempo, ué. Mas...o que tem escrito nela?
 
– Meu pedido de desculpas por ter estourado aquele balaço cheio de tinta em você, e por te perturbar todos os dias, e por ter feito a minha mãe bordar “Jordana" no seu suéter mesmo sabendo que você odeia esse apelido e por te chamar dele o tempo todo também. Olha, eu sei que eu sou implicante com você, Liana, mas você é minha amiga, Liana e eu não quero que pare de ser, Liana. Se quiser eu até paro de implicar tanto, quem sabe te dar uma semana de folga a cada dois meses?
 
– Por que está falando “Liana” a cada três segundos?
 
– É para te mostrar que a partir de agora só vou te chamar assim.
 
– Por que?
 
– Porque você não gosta que eu te chame de Jordana. – Respondeu o óbvio, me olhando confuso. – Você está bem? Bateu a cabeça e esqueceu que não gosta do apelido, foi?
 
– Não, é só... Eu gosto do seu jeito, Fred. Você é meu amigo. E se eu impedisse você de me chamar de Jordana ou de me encher a paciência ou de ensinar sua mãe a me chamar desse apelido ridículo, significaria que não gosto de quem você é de verdade. E eu gosto. – Falei com convicção mas logo tratei de corrigir. – As vezes.
 
Fred pareceu em choque depois da minha confissão e estava tão vermelho quantos os próprios cabelos, o que eu meio que estranhei, mas resolvi deixar passar, afinal já era de se esperar que ele ficasse emocionado depois de um discurso tão lindo quanto o meu.
 
– Bem... – Comecei a falar para ver se Fred parava com a cara de tacho. – Agora que estamos nos falando novamente e já tivemos nosso momento “melhores amigos", você já pode voltar a encher a minha paciência e ser o chato de sempre. Não que você tenha parado de ser chato, é claro.
 
– E você também já pode voltar a me encarar com desprezo. E nunca mais faça esse discurso de novo, a sua versão legal me assusta, aliás, eu não sabia que você era capaz de ser legal. – Debochou Fred, me fazendo revirar os olhos.
 
– E você é insuportável, sabia? Agora se me der licença, eu preciso ir. – Disse, mas permaneci parada no mesmo lugar para a confusão de Fred. – O que foi? As escadas estão se movendo, eu estou esperando pararem.
 
– Aonde está indo?
 
– Teste de quadribol dos lufanos. – Respondi, subindo a escada onde eu estava e dando de cara com uma porta que não me levava nem para o lugar que eu queria ir, nem para lugar nenhum.
 
– Está indo ver o Olivio? – Perguntou Fred me seguindo.
 
– Desde quando o Olívio é da Lufa-Lufa, besta quadrada? Eu estou indo ver a Elizabeth jogar. – Respondi.
 
– É, mas eu duvido que ele não vá ver o teste, ele é doido por Quadribol. Ei, Jordana, você gosta de quadribol?
 
– Gosto de silêncio, será que poderia calar a boca? – Pus os pés em outra escada que não me levava a lugar nenhum. – Eu mereço.
 
– Saudades do seu mau humor, cara Lindana.
 
– Lindana?
 
– É uma mistura de Jordana com Liana, assim fica equilibrado.
 
Ao ouvir aquilo, quase cogitei a ideia de me jogar dali só para não precisar ficar perto de Fred Weasley e suas idiotices.
 
O dia iria ser longo.
 
                                        ...
 
– E aí? Como foi? Fred me parou no meio do caminho, quando cheguei não me deixaram entrar. – Expliquei o motivo de não ter aparecido no teste.
 
– Aconteceu tudo tão rápido que eu nem lembro direito, mas eu acho que consegui ir bem, só errei uma jogada. – Lizzie respondeu tentando parecer confiante e relaxa, mal sabendo ela que eu estava ouvindo todas as suas paranoias mentais.
 
– Você parece estar surtando. – Falei o óbvio.
 
Não é possível, está tão na cara assim? Questionou Elisabeth para si mesma.
 
Sim, minha cara Lizzie, está na cara.
 
– Mas vamos parar de pensar nisso, ok? Ainda temos um tempo livre até a aula da Minerva começar. É melhor aproveitarmos.
 
– Você tem razão, e eu também quero saber mais sobre o que aconteceu quando o Fred te parou no meio do caminho. Vocês já voltaram a se falar? E o Lino? Como está o clima entre vocês dois?
 
– Bem, eu vou começar do começo. Eu estava indo te encontrar quando seu irmão apareceu me entregando uma carta do Fred e dizendo que o Lino queria falar comigo, mas na verdade era mentira e o seu Mongol tinha dito a mesma coisa para o Lino para que ele me encontrasse no Comunal da Grifinória, para quê pudéssemos voltar a nos falar, e meio que deu certo. Seu irmão até que leva jeito para isso de fazer as pessoas se reconciliarem, caso a carreira de cantor não funcione,  ele pode criar um programa pra resolver casos de família. Mas voltando ao assunto, eu e Lino nos resolvemos e ele me perguntou se eu já tinha lido a carta do Fred e eu... Caramba, eu ainda não li a carta. – Dito isso eu peguei a carta que tinha colocado delicadamente no bolso -tão delicadamente que a carta saiu parecendo uma tentativa falha de aviãozinho de papel- e a abri.
 
– O que tem escrito aí? – Perguntou Elisabeth curiosa.
 
– Sei lá, parece que foi uma criança de três anos quem escreveu.
 
– Deixa eu ver. – Pediu Elisabeth e eu lhe entreguei a carta. – Pelas barbas de Merlin, que garrancho é esse? E eu achando que a letra do George era feia. Aqui a sua carta.
 
– Eles são gêmeos, não é? Letra feia deve ser uma característica em comum. – Respondi, pegando a carta de sua mão e mais uma vez tentando ler. – Eu desisto, vou apenas guardar a carta como fiz com as outras.
 
– Mas você conseguiu ler as outras cartas ou apenas resolveu ignorar o garrancho do Fred como vai fazer com essa?
 
– Eu consegui mas em algumas eu tive que usar um feitiço para traduzir. Eles são usados normalmente para traduzir coisas em outras línguas, mas sinceramente estava sendo muito difícil entender a letra do Weasley,  então eu usei.
 
– É um feitiço bem útil. Depois me passa o livro onde você aprendeu esse feitiço. – Pediu e eu assenti.
 
Ficamos mais um tempo ali conversando sobre outras coisas até que o sinal tocou e corremos para a aula da professora Minerva.
 
– Boa tarde turma, hoje vamos relembrar as regras básicas na arte da Transfiguração, mas antes alguém pode me dizer o que é Transfiguração? – Pediu Minerva andando pela sala. – Liana?
 
– A arte da transfiguração consiste basicamente na transformação e alteração da matéria, interferindo diretamente em suas moléculas e permitindo a sua reorganização e transmutação, assim por como por consequência a alteração física dos objetos, em seres ou ate mesmo pessoas. Sendo que, é claro, a transfiguração também consegue fazer o reverso de seu processo original. Para além disto, a transfiguração também abrange a capacidade de conjuração, do desaparecimento, da duplicação e da ilusão. Sendo um campo amplo de habilidades e conhecimentos.
 
– Cof Cof Nerd. – Disse Fred para implicar.
 
– Melhor do que ser um sem cérebro que nem você, Fred Weasley. Aposto que a cor ruiva do seu cabelo deve vir dos parafusos enferrujados da sua cabeça. – Respondi séria apesar de estar brincando.
 
– Se acalmem, crianças. – Pediu Minerva, com medo de que uma briga se iniciasse entre nós. – Está correto, senhorita Jordan, muito obrigada pela resposta. E alguém aqui sabe me dizer o que acontece quando duplicamos dinheiro?
 
– Ficamos ricos? – Lino respondeu sem muita certeza, fazendo boa parte da turma rir.
 
– Não, senhor Jordan. – Respondeu Minerva, se perguntando onde tinha errado como professora. – Alguém pode me dizer o que acontece? Senhorita Carter?
 
– Quando duplicamos dinheiro, sendo ele trouxa ou bruxo, ele se torna sem valor. – Respondeu Elisabeth a resposta certa, mas mesmo assim acanhada.
 
– Perfeito. – Minerva falou com orgulho e logo nos pediu para abrirmos bem lá no começo do livro para que todos pudéssemos relembrar sobre as regras que existiam na transfiguração, mas enquanto a maioria estudava, Fred, George, Jackson e Lino faziam besteira.
 
– Ficamos lindos com o cabelo castanho, talvez devêssemos pintar, não concorda comigo, George? – Perguntou Fred, com um sorriso no rosto e o cabelo castanho.
 
– Eu concordo plenamente, irmão, mas o que você acha de rosa? – Perguntou George, mudando a cor de seu cabelo para um rosa choque.
 
– Acho que verde combina mais comigo. – Disse Jackson mostrando seu cabelo verde e em seguida mudando a cor do cabelo de Lino para o mesmo que o dele estava.
 
– Ridículo. – Eu fiz questão de revirar os olhos, mas por dentro eu queria fazer o mesmo.
 
Enquanto Minerva reclamava com eles, eu não me contive e mudei a coloração do meu cabelo para um tom de vermelho escuro. Olhei para Elisabeth com um sorriso no rosto e ela devolveu, usando a varinha para mudar a cor do cabelo dela para o mesmo tom avermelhado também. Tínhamos descoberto um novo hobbie: trocar a cor do nosso cabelo.
 

.
.
.
.
.

Oieeee, td bem com vcs?

Bem, eu n sei direito como funciona a transfiguração, mas eu achei q seria legal colocar os meninos e no fim a lizzie e a Liana para tentarem, afinal são adolescentes  e sinceramente, eu bem q queria poder mudar a cor do meu cabelo com magia kkkkk

Eu espero q tenham gostado apesar do capítulo n estar tão bom assim e desculpe por estar tão sumida, é q eu estou escrevendo uma outra fanfic q nem tá anunciada aqui no wattpad e isso tá me distraindo muito

Bom, é só isso, bjos e até o próximo capítulo ❤

Legilemência.Onde histórias criam vida. Descubra agora