CAPÍTULO 15

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Os noticiários continuavam a falar sobre os assassinatos que cometi. Forças policiais da cidade grande vinham investigar, mas nada encontraram. As festas continuavam canceladas, nada de música alta, trios elétricos ou blocos. Tudo estava parado, apenas viaturas perambulavam pelas ruas escuras durante a noite enquanto os descrentes faziam suas festas particulares e discretas dentro de suas próprias casas.

Decidi sair de casa na noite seguinte. Ouvi muito barulho e vi muitas coisas enquanto saltava telhados com Joseph em minhas costas. O Carnaval não havia parado, ele continuava vivo, só que fora das ruas. Luzes piscavam e pessoas ficavam bêbadas em suas residências cujo as janelas se fechavam quando uma viatura passava. Orgias aconteciam, vi um casal que havia chegado na cidade para visitar antigos colegas de escola sendo forçados a transar com um amontoado de 15 pessoas em uma xácara, vi uma senhora de uns 60 anos sentando no pau sob efeito de Viagra do irmão de seu amigo e depois fazendo o mesmo com o companheiro ao chegar no quarto pela madrugada. E esses foram só alguns dos exemplos.

Para as autoridades, não era um vampiro o responsável por aqueles assassinatos, mas sim um assassino que estava solto por aí a drenar o sangue de suas vítimas para fazer sabe-se lá o que. Joseph quase cochilava enquanto se segurava em mim com seus braços em volta de meu pescoço assim como suas pernas que abraçavam a minha cintura. Sentir o pau de Joseph roçar e se espremer em meu corpo virou um hobe para mim. Joseph estava se transformando na figura que mais me atiçada a loucura além de Clarita.


— Tem...tem certeza disso, Lutero? — Falava ele — Mas e se a Kaeila...


— Calma, se ela aparecer nós fugiremos de novo — O interrompi sem tirar os olhos da janela do quarto de Clarita — eu preciso falar com ela. A cada dia que se passa sinto que isso vem se tornando uma necessidade para mim.


Joseph continuava a se segurar firme enquanto procurava palavras para me responder. Eu nem precisava ler seus pensamentos para notar os ciúmes, e Joseph não tinha a menor vontade de falar sobre isso, pois tínhamos coisas mais importantes para conversar e resolver, como a perseguição de Keila.


— Não sinta ciúmes, meu amigo, eu levei em consideração tudo o que andou acontecendo entre a gente. A partir de agora você também será propriedade minha, estará sob minha proteção. Eu admiro e valorizo quem me ama.


— Você ama a Clarita? – Ele perguntou com voz fraca.

Fiquei surpreso por não ter conseguido prever que ele falaria isso. Joseph estava sendo ótimo em esconder os seus pensamentos de mim

— Não pensei antes de falar, sei que você me impediria antes que eu abrisse a boca.


Nunca havia pensado sobre isso após a minha transformação...ou talvez deva ter pensado e não me lembro. Acho que desde que me transformei em vampiro só tenho tempo para pensar no quão eu me amo. Mas pensei no quanto que a queria ao meu lado, no desejo que tenho de torná-la imortal como eu e fodê-la para sempre enquanto vemos o mundo evoluir até se auto destruir. Também sabia que queria Joseph conosco, pois sempre há espaço para mais um.


— Isso não importa, Joseph — Falei — o que importa é que a quero comigo, assim como quero você.

Ele deu um suave e arrepiante beijo em meu pescoço ao ouvir isso. Continuávamos a vigiar a janela do quarto de minha Clarita. Esperei pelo aroma vampiresco de minha inimiga, mas ele não apareceu.

Comecei a rondar a casa com Joseph em minhas costas, olhei para dentro, mas não vi Clarita. Porém, aos poucos comecei a sentir o seu cheiro, que estava distante.

Deixei Joseph na porta da loja de fantasias e decidi entrar na casa. Arrastei-me pelo teto como um demônio, ao mesmo tempo em que meus sentidos vigiavam Joseph lá fora.

Então, saindo de um quarto que parecia ser o quarto de seu pai, lá estava ela, linda como nunca, entrando em seu próprio quarto e vestindo o seu belo pijama branco e curto com pequenos coraçõezinhos espalhados no tecido branco. Não tive muita paciência, logo a hipnotizei, ordenei que ela se deitasse em sua cama, e assim ela fez, fechou os olhos e dirigiu-se delicadamente para o seu ninho de amor solitário, passando pelos ambientes escuros até deitar-se e ser iluminada pela fraca luz de seu abajur. Eu desci pelas paredes como uma aranha sorrateira. Caminhei de quatro até sua cama, e aos poucos subi. Quanto mais eu chegava perto de Mariela, mais eu sentia o seu tentador cheiro de mulher. Ele me atraia tanto quanto um pescoço ferido jorrando sangue.

Clarita fechou os olhos, e assim penetrei a sua mente. Subi em sua cama, fiquei de frente para os shorts de seu pijama, ele era tão transparente que até olhos humanos seriam capazes ver os pelos pubianos de sua buceta e um pouco de sua suculenta carne rosada. Delicadamente eu abaixei o seu short, e sua buceta brilhou em minha frente, molhada e hipnotizante. Com meu dedo indicador eu a toquei, e ele grudou em sua carne. Levei minha língua até lá e com muita vontade a passei entre os lábios molhados para sentir o gosto daquele mel. Era cítrico e doce graças ao seu sabonete íntimo de morango. Lambi novamente e Clarita gemeu.

Enquanto isso, um vento gelado penetrou o quarto. Eu não fazia ideia de onde vinha, pois a janela estava fechada. Logo algo me veio á cabeça: era o meu inimigo.

Saí do quarto o mais rápido que pude e fui direto encontrar Joseph. Um estrondoso berro animalesco surgiu do lado de fora enquanto eu saltava pela janela de Clarita. Dei um super salto até chegar no telhado. De lá, pude ver Joseph apavorado a minha espera. Ele poderia ter fugido, mas continuou ali a me esperar. Saltei até o telhado da loja de fantasias, e de lá saltei até o local onde estava Joseph.

— Viu alguma coisa? — Perguntei.

— Não. — Joseph respondeu me agarrando.

Minha inimiga estava ali em alguma parte, e ela fazia questão que eu sentisse a sua presença.

— Saia de onde está, Keila. Não tenho medo de uma puta feito você. Saiba que logo vou arrancar a sua cabeça.

Joseph subiu em minhas costas.

— APAREÇA! — Gritei.

Dos fundos da casa de Clarita, saiu a figura que me golpeou no peito. As veias surgiram em minha testa, meu rosto queimava e uma vermelhidão tomava conta de minha palidez.

— Vamos embora, Lutero. — Falou Joseph com voz de medo.

Minha inimiga estava de pé a me encarar. Pude ouvir que ela sorria, e sua risada era duplicada como a voz de um demônio. Fiz Joseph descer de minhas costas e avancei na direção de Keila, mas ela sumiu como um flash antes mesmo que eu chegasse na metade do caminho. Imaginei que ela mataria Joseph, mas ela não fez isso. Keila sumiu. Nem o seu cheiro estava mais por perto.

Peguei Joseph e fomos de volta para minha casa. Eu já havia me alimentado de um bêbado que caminhava a pé na estrada em direção a cidade dizendo que chegaria até o amor da sua vida. Então eu estava satisfeito.

— Acho melhor você dormir na minha cama. Não é confortável para você dentro do meu caixão.

Joseph pensou em contestar, mas tirou suas roupas e deitou-se na cama. Retirei todas as minhas roupas, pois elas fediam a morte. Dormiria pelado. Me abaixei e puxei meu caixão como se ele não fosse nada e um cheiro 10 vezes pior do que o cheiro de minha roupa incensou todo o quarto.

— Joseph. — Falei seriamente sem tirar os olhos de minha caixa de descanso.

Ele levantou-se e veio para perto de mim perguntando:

— O que foi?

Eu fitava o meu caixão com os olhos arregalados, pois eu já sabia o que estava dentro dele antes mesmo de abrir a tampa.

— Lutero, o que é que...

Joseph censurou sua própria frase com as mãos e correu direto para o banheiro onde quase desmaiou de tanto vomitar, pois eu havia aberto a tampa do caixão e revelei o acinzentado cadáver de Keila que tinha uma grande estaca em seu coração e diversas larvas que saiam pelos cantos de seu ferimento. 

O Vampiro Libertino - Sangue E Sêmen Livro 1 (+18 CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora