CAPÍTULO 10

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Eu estava sedento. Fazia grunhidos e babava com minha boca vermelha enquanto caminhava a passos largos e pesados no meio de uma estrada deserta e escura onde árvores no acostamento dançavam com a ventania da noite. Eu seguia a música e os gritos que vinham do centro da cidade onde uma multidão de pessoas se concentrava na grande praça José de Ló para seguir um trio elétrico que soltava luzes de diversas cores pelo céu escuro com gigantes cinzas que anunciavam uma tempestade.

Eu grunhia como um animal selvagem e agressivo. Eu queria matar, queria me deliciar com muito sangue, me lambuzar com entranhas e ver minhas vítimas gemerem enquanto eu enfiava as minhas presas em seus pescoços suados e devorava o seu sangue batizado com álcool.

Cheguei na praça. Todos os postes estavam apagados para que somente as luzes coloridas que vinham do trio elétrico iluminasse o lugar. Muitas silhuetas pulavam e cantavam, todas aglomeradas no meio do espaçoso local. Eu entrei no meio daquela multidão. Apenas eu, com minha visão de vampiro tinha o poder de enxergar cada um daqueles rostos no meio daquela forte escuridão. Logo agarrei uma mulher de pele macia e corpulenta que dançava sem parar, senti suas banhas rasgarem em minhas grandes unhas e o sangue escorrer pelos meus dedos e pela cintura dela. Cravei meus dentes em seu pescoço e suguei o seu sangue sem parar. O gosto de ferro me saciava aos poucos, me dava tremedeiras e me transmitia mais energia para ir atrás de meus desejos.

A larguei ali mesmo no meio da multidão, onde ela caiu e esborrachou-se no chão. Logo um amontoado de pessoas a cercaram e gritavam por socorro. Enquanto isso eu continuei a me embrenhar no meio do resto da multidão, pois havia gente por toda parte. Agarrei uma nova vítima: um belo e jovem rapaz sem camisa, cujo o cheiro de suor de seu corpo me levou a loucura. Quando cravei meus dentes em seu pescoço, o aroma de seu sangue misturou-se com seu cheiro de macho juvenil. Logo me lembrei de Joseph que ainda exalava o seu cheiro em meu quarto enquanto dormia. O deixei jogado assim como a outra vítima, e fui direto agarra uma bela mulher a poucos metros de onde eu estava. Essa eu decidi levá-la para longe. Agarrei com força o seu corpo e dei um super salto dali na direção de um grupo de coqueiros com as folhas que balançavam fervorosamente com uma tempestade que estava prestes a cair. Olhei para baixo e vi que alguns olhos haviam me descoberto. Três jovens apontavam e me olhavam enquanto eu dava o meu salto sobrenatural segurando a minha vítima. Até que agarrei em um dos coqueiros e escalei até o topo com minha linda garota, que àquela altura já estava desmaiada graças à o meu hipnotismo. Pessoas começavam a correr para todos os lados, enquanto outras paravam de dançar para entender o que acontecia.

As luzes coloridas do trio elétrico continuavam a perambular por todos os lados e penetrar as nuvens carregadas do céu escuro. Em meio a forte ventania do lugar em que eu estava, suguei o sangue do corpo feminino que eu agarrava com uma das mãos, enquanto com a outra eu fincava minhas unhas na madeira do coqueiro. Parei um pouco para olhar para o céu onde trovões violentos e uma chuva forte escondia a música do trio elétrico e espantava ainda mais as pessoas lá embaixo. Em minha mente ouvi uma sarcástica risada de Drácula, e eu logo a respondi com:

— Sim, meu mestre, eu estou amando isso.

Olhei para a garota jovem que eu segurava. Sua pele estava extremamente branca e seu cabelo longo e loiro colado em seu rosto cadavérico graças a chuva. Larguei o seu corpo e ele desceu cortando o vento gélido das dez da noite até se espatifar no meio da multidão que agora corria totalmente movidas pelo pânico. Aquilo me fascinava. Eu sorria como nunca havia sorrido antes e um grande êxtase tomava conta de meu corpo.

— ISSO! CORRAM! HÁ PREDADOR NA CIDADE! — Eu gritava de onde eu estava.

As luzes do trio elétrico, cujo as cores eram variadas continuavam a andar por toda parte, mesmo ele indo embora. Eu seguia cada uma daquelas luzes com o meu rápido olhar, tentando ser mais rápido que elas, até que em um dado momento a luz vermelha estacionou bem ao centro de uma figura encapuzada em meio ao pouco de gente que restara na praça, os corajosos que haviam ficado para socorrer as minhas vítimas. A figura estava de pé a alguns metros das outras pessoas e de onde eu estava pude ouvir perfeitamente a sua respiração pesada. Era como a respiração de um búfalo. Eu não pude saber quem era, pois a pessoa usava grandes óculos escuros e um lenço preto abaixo do nariz, cobrindo toda a sua boca. Pisquei os olhos por 1 segundo, e ao abri-los novamente o estranho ser que me encarava não estava mais lá.

O Vampiro Libertino - Sangue E Sêmen Livro 1 (+18 CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora