CAPÍTULO 25

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É tão estranho ver a rua de Clarita tão movimentada. Nunca a tinha visto assim antes. A luz vinda dos postes está extremamente forte. Acho que o pessoal da prefeitura deu um jeito nelas. Já que esse pode ser o meu fim, não vou me importar nem um pouco em revelar a minha verdadeira forma para essas pessoas.

Fiquei a um passo da porta da casa de Clarita, e esperei que eu fosse morto antes que eu pudesse entrar. Mas nada aconteceu. A porta estava aberta. A abri lentamente, e nos segundos em que isso acontecia a imagem de Joseph sentado e amarrado em uma cadeira ia sendo revelada.

— Esse pobre garoto não tem nada a ver com as suas traquinagens — Disse uma voz etérea que parecia vir do teto — ele é só um ser humano frágil e ingênuo que se deixou ludibriar pela falsa promissora vida de vampiro.

— Vá tomar no seu cu, Ernesto! Enfie essas suas palavras de vilão barato de romance adolescente no seu rabo e desça aqui para que a gente possa resolver as coisas.

— E você agora decidiu se render ao seu real vocabulário. A pouco tempo você se achava sexy e sofisticado como o seu mestre Drácula, mas você não passa de um menininho desprezível de uma cidade esquecida que ninguém liga. Acorde para a vida, Lutero, acorde desse sonho.

Avancei na direção de Joseph e rapidamente o soltei.

— Fique atrás de mim. — Falei retirando as duas estacas de meu pescoço e segurando uma em cada mão. Joseph pegou uma das que estavam em minha cintura e a segurou com as duas mãos.

— Que bela essa sua atitude. Parece até que se importa com o amiguinho...

— Não ouça ele. Passei um bom tempo planejando um jeito de vir aqui só para te salvar, Joseph. Só isso que me importa.

Ernesto sorriu.

— Eu vou te matar, Lutero. Vou te matar BEM devagar, para que você sinta cada resquício de dor em seu corpo, — A sombra de Ernesto foi surgindo em uma parte do primeiro andar — e mesmo assim!... ela não será tão forte quanto a dor de perder a minha esposa. — Agora eu podia vê-lo por inteiro. Ele estava encostado no corrimão da escada, em uma posição que me lembrava um galã de filme antigo. Clarita surgiu bem atrás dele, e abraçou os ombros do pai sem tirar os olhos de mim. Havia uma pequena pontada de sorriso em seu rosto.

— Vagabunda... PUTA DESGRAÇADA!

As feições de Ernesto se transformaram nas feições de um demônio mil vezes mais feio e aterrador do que ele já era. Clarita o soltou.

— Se... se você se aproximar de mim... vai... vai...

Ernesto Avançou. Levantei uma de minhas estacas para finca-la em seu coração, mas com um simples tapa ele a fez voar de minha mão. Em seguida ele me agarrou pelo pescoço e me levantou. Seus olhos vermelhos se fixaram nos meus. O vermelho era tão forte que parecia fogo. Juro que pude sentir os meus olhos queimarem. Ele deixou que eu lesse a sua mente. Assim, vi o que ele pensava em fazer comigo naquele momento: Ernesto Madrugador ia enfiar as suas garras em meu estômago e arrancar as minhas tripas. Depois ele faria com que eu as engolisse enquanto fatiaria todo o meu corpo até que minhas partes estivessem espalhadas como um quebra cabeça.

Ernesto sorria para mim. Sentir a morte se aproximar enquanto tinha aquela feição horrível colada a minha era uma das piores sensação de minha vida, mas, para o meu deleite, vi a estaca que Joseph segurava penetrar o lado esquerdo daquele rosto infernal e o sangue saltar de lá como uma jatada de porra.

— PAI! — Exclamou Clarita descendo as escadas. Joseph arrancou à estaca do rosto de Ernesto e a segurou como um bastão de baseball. E enquanto Clarita passava por ele, Joseph a golpeou com força no rosto. Clarita caiu com as costas no chão e levou a mão até seu nariz onde esguichava sangue.

O Vampiro Libertino - Sangue E Sêmen Livro 1 (+18 CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora