CAPÍTULO 11

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Agora estou nos noticiários. Todos falam sobre mim sem nem saberem quem eu sou. Eles dizem que sou um monstro, quando na verdade sou um deus. Eu poderia me importar com isso no passado, mas tenho muito o que aproveitar e ninguém pode me parar, ninguém pode pensar em me tocar sem que eu o mate antes, nenhuma viatura pode me encontrar na escuridão, pois ela é minha aliada assim como os demônios são fiéis ao diabo. Eu sou intocável como um relâmpago nas nuvens.

Quanto a estranha figura que vi ontem, foda-se ela. Não tenho medo. Acho que a única coisa que temo na vida é voltar a ser o Lutero que eu era antes.

Joseph não estava mais em minha cama quando cheguei em casa. Ele havia levantado meia-hora antes e saído pela porta da frente. Seu cheiro ainda estava lá e eu o suguei. Meus olhos fecharam com satisfação enquanto aquele aroma excitante penetrou os meus tubos respiratórios. Adormeci as 6 da manhã e despertei as 6 da noite. Pela primeira vez não ouvi qualquer eco de festa vindo das ruas, pois elas estavam completamente desertas e silenciosas como se fosse a meia-noite de um dia qualquer. Desci os degraus e me deparei com meus pais de frente para a tv assistindo a reportagem sobre "o demônio do carnaval" que havia feito várias vítimas na noite passada.

— Eu estava bem lúcida quando vi. Ele era magro e tinha uma pele muito branca. Eu vi quando ele saltou para o céu segurando o corpo daquela menina. — Dizia uma das testemunhas entrevistadas.

Ele estava todo de preto, os olhos eram bem vermelhos e tinham dois chifres no topo da cabeça dele. Era o diabo, eu tenho certeza! — Disse outra suposta testemunha.

— Quem me dera... — Falei permitindo que meus pais percebessem a minha presença.

— Lutero, você viu isso? Tem um...

— Parem. — Ordenei.

Passei no meio de ambos enquanto eles olhavam para a tv com olhares petrificados como duas estátuas. Desliguei o aparelho e mandei que ambos fossem para o quarto e saíssem apenas quando eu não estivesse mais lá. Sentei-me no sofá e refleti por um bom tempo. As pessoas me viram, sabiam como eu era e que por minha causa o carnaval estava sendo cancelado. Minhas vítimas estariam escondidas com um medo que se sobressairia os seus tesões. Eles não podem me pegar, mas podem se esconder de mim. Por isso farei como eles. Vou me esconder, penetrar mais ainda a escuridão, me camuflar em uma capa preta como o meu adorável Conde, fundir minha pele branca e gelada em algo semelhante a ela: a neblina.

Como sempre eu estava faminto como um pobre cão abandonado, mas eu precisava me disfarçar antes de fazer minha próxima vítima. Assim, fui para a loja de fantasias próxima a casa de Clarita, mas ela estava fechada assim como todas as outras lojas da cidade. Quando cheguei lá, olhei para a casa de minha amada. Ela continuava do mesmo jeito desde minha última visita a alguns anos atrás. Tentei farejar o seu cheiro, mas um aroma que me lembrava vários tipos de sangue congelados em uma pedra de gelo assolou meu olfato. Com certeza ele vinha de uma forte presença que estava por ali em algum lugar, me observando de alguma das árvores solitárias nas calçadas da rua.

— Mestre, é você? — Perguntei enquanto o procurava, mas não obtive resposta, nem se quer em meu pensamento.

Adentrei a loja de fantasias por uma das janelas do andar de cima. Estava escuro e empoeirado. Acho que a loja estava prestes a falir. Caminhei sutilmente entre os tecidos coloridos, as máscaras cheias de glitter, as penas pintadas, os colares floridos e os chapéus gigantes. Até que finalmente encontrei o que precisava: um sobretudo retrô que vinha até os meus calcanhares e os detalhes no tecido me lembrava assinaturas feitas com uma pena. Também encontrei diversas tintas de cabelo em um balcão, que usei para colorir o meu cabelo com o vermelho mais próximo de sangue que encontrei. Então, agora eu tinha o meu visual. Eu era o demônio do carnaval como eles me chamavam, pronto para caçar minhas vítimas seja lá onde elas estivessem.

Saí da loja e o cheiro que assolava o lugar havia sumido, e agora finalmente pude sentir o aroma de Clarita. Seu cheiro não era mais de uma menina, mas sim de uma mulher. Agora era impossível vê-la apenas como uma bela futura esposa, pois seu corpo se transformara em um perfume caro de desejo e sedução. Agora ela era uma mulher pronta par ser fodida e eu não podia esperar para o dia de amanhã, pois desde que tive o prazer de tocar sua buceta molhada nunca mais meus sonhos foram outros ao pensar nela.

Caminhei na direção da casa de Clarita, lentamente como se tivesse todo o tempo do mundo. E a cada passo que eu dava mais eu podia sentir a sua fragrância. De longe eu já podia vê-la através daquelas paredes. Ela estava deitada em sua cama no universo cor de rosa de seu quarto, gemia lindamente sem exageros, seu corpo estava nu, seus dedos penetravam delicadamente o seu órgão molhado e vermelho como o mais maduro dos morangos. Ela se tocava, seus seios estavam duros. Eu precisava entrar lá, eu precisava subir, eu precisava fodê-la do jeito que ela queria!!! Meu pau já estava pulsando dentro de minha calça de tecido fino e apertado. Seria a hora de realizar o meu sonho, mas novamente o cheiro retornou, e lá se foram os meus pensamentos em Clarita.

— QUEM ESTÁ AÍ? — Gritei ferozmente, com minhas veias quase a estourar em minha face vermelha e demoníaca, com minhas presas completamente a mostra e sedentas.

Não tive nenhuma resposta, e isso foi tudo o que eu precisava para entender. Fiquei em silêncio, pois senti que morreria se eu entrasse naquela casa. Algo maior e mais forte estava à espreita, e mesmo com os meus olhos de vampiro eu não podia encontrá-lo, pois ele estava distante e escondido sob diversas camadas de escuridão.

Decidi ir embora, e por sorte, logo encontrei uma bela prostituta em um beco perto de minha casa. Ela foi a primeira pessoa que vi nas ruas desde o momento em que eu havia saído, e foi a primeira que não teve medo de dar de cara com o demônio do carnaval. 

O Vampiro Libertino - Sangue E Sêmen Livro 1 (+18 CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora