Ajoelhada no meio da sala da Matriarca, eu aguardava em chamas que a mulher provasse o chá que era a razão do meu tormento.
A atmosfera naquela sala era densa, o ar em volta do corpo da mulher que me julgava parecia emitir uma luz incandescente. Tudo em mim era expectativa para ouvir o veredito.
- Me dí o cre.
As sílabas foram pronunciadas com aquela frieza que me rasgava ao meio. Ao mesmo tempo vi o chá ser despejado no chão em frente aos meus joelhos.
Imediatamente as lágrimas brotaram e o ar me faltou.
Uma mão firme segurou meus cabelos forçando meu rosto em direção ao chão. A força que ela tinha era espantosa, não tinha como resistir e me vi tendo a boca esfregada no líquido derramado no chão.
- Tome! Prove e me diga se a senhorita me serviu um chá aceitável.
Lambi o chá o melhor que eu pude. O sabor das ervas se misturando com a cera do chão e o sal das minhas lágrimas.
- A senhorita acha que esse chá está digno de ser servido?
Eu só soluçava e balançava a cabeça, com a boca ainda aberta sendo esfregada no chão.
- Eu vou servir para a senhorita o tipo de líquido a que esse chá se assemelha.
Para a minha surpresa a Matriarca levantou a barra do hábito expondo as pernas cobertas de desenhos e o tufo de pelos abaixo do ventre. Antes que eu pudesse reagir um jato quente de urina atingiu meu rosto, A vergonha era tanta que eu queria virar uma das tábuas do chão e ser esquecida lá pra sempre.
Como se tivesse sentido meu desejo, a sola da sandália de couro veio para grudar ainda mais o meu rosto no chão molhado de chá e urina.
- Levante-se!
Por um instante eu achei que ela me mandaria embora e eu estaria livre daquele suplício, mas os olhos dela continuavam me fuzilando com uma intensidade paralisante.
- Eu preciso me certificar de que a senhorita coloque empenho redobrado a próxima vez que for fazer o meu chá. Aqui nesse convento nós temos a nossa maneira de garantir que as noviças e as irmãs se mantenham dedicadas e com firmeza de propósitos.
A cada palavra dita, as mãos ágeis e precisas iam desfazendo o nó do cordão de couro trançado que ela levava na cintura. Ao fim da frase ela esticava nas mãos o cordão dobrado em quatro partes.
- Levante a túnica e apoie o corpo sobre a mesa!
Meu corpo todo estremeceu. Eu não podia acreditar que aquilo iria acontecer, desde a infância que eu não recebia aquele tipo de castigo físico.
Porém não existia a menor possibilidade de eu me negar a obedecer. Com o corpo apoiado sobre a madeira dura eu prendi a respiração.
- Quantas vezes a senhorita me serviu esse chá medíocre?
- Quatro Senhora.
A textura rústica do couro passeava pela pele das minhas nádegas enquanto ela falava.
- Serão cinco golpes para cada tentativa frustrada de servir um chá decente, mais dez golpes pelo atraso e a confusão com os pergaminhos do Monsenhor. A senhorita entendeu?
- Sim Senhora.
- Quantos golpes no total?
- Trinta Senhora.
- Eu quero que a senhorita conte e que peça perdão a cada um deles. Está claro?
- Sim Senhora.
- Espero que a lição seja bem aprendida.
A Matriarca nem esperou a minha resposta. Um movimento forte e preciso fez o cordão de couro lamber dolorosamente a minha carne. Antes do número veio o gemido profundo que eu tentei sufocar.
- Um. Perdão Senhora.
- Conte mais alto! ZAPT!
- DOIS! Perdão Senhora!
- Eu quero ver arrependimento de verdade, ZAPT!
- TRÊS! PERDÃO SENHORA!
Os golpes vinham impiedosos e a frieza da mulher empunhando o cordão os tornava cada vez piores. A cada golpe o meu traseiro explodia em chamas era mais difícil segurar o grito e os números saiam com mais dificuldade.
Eu apertava a borda da mesa com tanta força que os nós dos meus dedos estavam brancos, as pernas tremiam e as lagrimas desciam soltas.
Para a minha surpresa, aquele fogo incômodo, que me enchia de vergonha e maculava minha virtude, começou a crescer entre as minhas pernas. A cada golpe eu lutava contra ele e ele só fazia tomar posse impetuosamente do meu corpo.
Eu pedia perdão, mas não era mais pelo chá. Pedia perdão por ser fraca e impura, por deixar que aquele êxtase tomar conta de mim da forma que tomou.
Quando os golpes terminaram eu me peguei desejando mais. Eu acreditava genuinamente que merecia mais.
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A Guardiã da Virtude
FantasyUma jovem noviça vai em busca de seu destino em um convento cheio de mistério e provações. É dentro dela que precisa encontrar as forças verdadeiras para prosseguir.