Capítulo 15

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Era impossível resistir. O Monsenhor segurava meu rosto me obrigando a encarar os olhos gelados enquanto a outra mão torcia meu mamilo como um alicate.

Ele continuava me perguntando se eu estava certa de ter conseguido me afastar do ímpeto da luxúria e eu não conseguia responder. Simplesmente porque meu sangue borbulhava como lava e o fogo estava mais presente do que nunca dentro de mim.

- Seja verdadeira! Eu posso sentir o que a senhorita tem por dentro. A senhorita está casta?

A verdade explodiu incontrolável e a minha negativa veio entremeada pelo choro e pelas súplicas de perdão.

- Ajoelhe-se!

De joelhos, o meu rosto estava logo abaixo da cintura do clérigo. Para minha surpresa, ele abriu os botões da batina e expôs o membro ereto em direção a minha boca.

Afastei o rosto em pânico e fui acertada com um sonoro tapa. A mão forte segurou meu rosto forçando a abertura da boca enquanto a outra introduzia o membro contra todas as minhas súplicas.

- Eu sei que era isso o que a senhorita queria. Eu vi o desejo nos seus olhos desde o primeiro momento. A senhorita não é capaz de fugir da luxúria.

Ele tinha razão, eu era fraca e sabia disso. Qual era o propósito de resistir se eu nunca iria conseguir me manter realmente casta?

O membro rijo entrava fundo em minha garganta sufocando as súplicas. Eu sentia o sangue dele pulsando em mim e a energia que ele emanava me segurando com força pelos cabelos desgrenhados.

Lágrimas de derrota escorriam pelo meu rosto. Eu estava pronta para ceder, me deixando ser usada e me permitindo sentir o êxtase que há tempos eu vinha evitando.

Mas veio em minha mente o rosto da Matriarca, com o desdém estampado nos olhos de fogo. Eu não podia decepcionar a Guardiã da minha virtude.

Imaginei a mão dela descendo firme para o tapa entre as minhas pernas, a dor me arrancando do êxtase no momento exato. Resisti com todas as minhas forças, empurrei o corpo do Monsenhor para longe e me afastei o melhor que eu pude chutando e gritando.

- NÃO! NÃO! NÃAAAAAOOO!

- O que foi? Não era isso que buscava em mim? Não foi isso que seus olhos me pediram?

Minha resposta saiu surpreendentemente clara e segura.

- Não Senhor. Minha virtude pertence a Matriarca, somente ela tem o poder de me conceder o êxtase ou dispor do meu corpo.

- Muito bem menina! Era isso que eu queria ouvir. Sua Matriarca pode se orgulhar do seu compromisso. Agora tire a túnica e ajoelhe-se de costas para mim, chegou a hora de receber sua penitência e o meu perdão.

Eu nem precisaria ter visto ele desamarrando o cordão de couro da cintura para saber o que viria, mas se eu tivesse prestado atenção teria notado um detalhe importante. Diferente dos cordões das irmãs do convento, o cordão do Monsenhor trazia bolinhas de metal nas pontas.

Os joelhos esfolados mais uma vez encontraram o chão. Com as mãos apoiadas sobre as coxas e o tronco inclinado para frente, ofereci as costas ao açoite do Monsenhor.

Recebi o primeiro golpe com um grito angustiante. O segundo e o terceiro vieram para me mostrar que o ritmo seria intenso. Diferente da Matriarca, ele não falava, não buscava me educar ou mostrar o sentido da minha provação. Ele sabia que eu sabia e seguia me castigando com eficiência mecânica, determinado a me levar para o caminho da absolvição.

Os golpes seguiram vigorosos e constantes, arrancando de mim muito mais que gritos e súplicas. Golpe após golpe a pele das costas rompia e as gotas de sangue começavam a escorrer.

A lava que borbulhava dentro de mim finalmente encontrava por onde sair, levando em sua passagem tudo o que pudesse ainda existir de impuro.

Os cânticos das minhas irmãs ainda soavam no salão distante dando ritmo aos golpes obstinados do meu algoz. Com a paz interior que há muito eu não encontrava, comecei a recitar junto as orações com as palavras se embaralhando entre as lagrimas.

Até que eu perdi os sentidos.

A Guardiã da VirtudeOnde histórias criam vida. Descubra agora