Capítulo 12

894 25 0
                                    

Como a Matriarca não tinha me dado nenhuma tarefa para depois do almoço, passei a tarde na biblioteca ajudando a irmã Brígida com a limpeza das estantes.

Eu mal consegui contar pra ela a confusão de tão nervosa que eu estava. Eu tinha certeza que depois daquela noite eu ia passar uma semana na enfermaria com o traseiro em carne viva.

Ela nem conseguia me dar palavras de conforto, era inegável que minha situação era crítica. Apenas trabalhamos em silêncio esperando o sino chamar para as orações.

No primeiro toque saímos juntas, ela para o salão e eu com o balde e os panos para meu trabalho de limpeza. Mas podia muito bem estar indo para a morte.

Esfreguei e encerei o chão da sala toda com tanto afinco, que ficou melhor do que estava antes de eu derrubar o vinho. Mas eu sabia muito bem que nada seria capaz de salvar a minha pele.

Ajoelhei de frente para porta com o coração disparado e aguardei. Enquanto esperava sentia o fogo indigno crescendo dentro de mim, a ponto de eu sentir o caldo quente melando a parte interna das minhas coxas.

Quando a porta se abriu, eu estava pronta para aceitar o que quer que a Guardiã da minha virtude achasse necessário.

A Matriarca entrou com passos duros e um fogo mortal no olhar. Ela demorou tanto para começar a falar que parecia ser um esforço físico descomunal controlar a fúria. Eu só mantinha os olhos baixos e tentava respirar.

- Eu tenho a impressão que a senhorita nasceu para me fazer passar vergonha. Não consigo imaginar nenhuma outra razão para que o céu a tenha colocado no meu caminho.

Ela falava dando passos calculados ao meu redor. Cada passo fazia o ar pesar mais em cima de mim.

- Perdão Senhora... eu não tive intenção...

- Não teve intenção???? Tudo o que havia na senhorita era intenção! Pensa que eu não vi a forma que olhou para o Monsenhor?

Aquela acusação me acertou como uma pedrada no peito. Ela tinha entendido tudo errado... eu precisava explicar... as palavras saíram da minha boca como se uma represa tivesse ruído. Acho que eu nunca tinha sido capaz de responder pra ela com frases tão longas.

- Não Senhora... foi apenas um acidente! A senhora sabe que sou atrapalhada. Não tive intenção nenhuma com o Monsenhor. Eu respeito a castidade... a Senhora sabe...

A sequencia de tapas que acertou meu rosto com força, me fez romper em lagrimas e me atirar aos pés dela implorando por misericórdia. A Senhora continuava um gelo, com o desdém estampado no rosto.

- Misericórdia? Era só o que me faltava! Não existe uma única fibra de castidade nesse seu corpo. Mesmo agora eu sinto a senhorita exalando o odor da luxúria. Foi com luxúria que a senhorita olhou para o Monsenhor!

Eu só conseguia chorar, negar e implorar por clemência agarrada aos pés dela. Ela se afastava e cuspia em mim me chamando de devassa, fraca, impura e uma porção de outras coisas.

Eu ouvia as palavras duras me negando a aceitá-las, mas lá no fundo eu sabia que ela tinha razão. Eu era tudo aquilo. Eu não merecia clemência mas continuava implorando.

Cansada de me ver rastejando ela se abaixou, me segurou pelos cabelos e me fez olhar para cima.

- PUTA!

Nem nos meus delírios mais insanos eu era capaz de imaginar a Matriarca proferindo aquela palavra com aquela precisão tão certeira. E a palavra veio de novo.

- PUTA DEVASSA! Levante-se do chão!

Eu não consegui me levantar direito e ela seguiu me arrastando pelos cabelos até me obrigar a subir na mesa. Eu já sabia o que tinha que fazer, deitar e abrir as pernas.

A posição ainda era angustiante para mim, mas naquele momento não cabia contestação.

Eu achava que ela começaria a costumeira sessão de tapas mas ela se afastou e voltou com correias de couro nas mãos. Ela usou as correias para amarrar minhas pernas aos pés da mesa, de forma que eu não pudesse fechá-las. E também amarrou minhas mãos acima da minha cabeça.

- É assim que as PUTAS ficam, de pernas abertas. A senhorita vai saber como se trata as PUTAS aqui nesse convento.

Ela se aproximou de mim com uma tesoura enorme na mão e tocou a ponta bem na região do baixo ventre. Tudo em mim era pânico, eu não conseguia nem implorar, só chorava baixinho enquanto tentava em vão fechar as pernas que estavam amarradas.

Estremeci quando a tesoura gelada encostou na minha parte mais íntima e a ponta abriu de leve.

- É aqui que a senhorita sente o ímpeto da luxúria, não é? Bem nesse lugarzinho aqui, não é?

A tesoura pressionou de leve e eu gritei desesperada negando e implorando.

A Matriarca riu do meu desespero, um riso contido mas repleto de sadismo. Com displicência cortou em tiras a minha túnica de noviça. Até que eu estava lá, completamente nua e amarrada com as pernas abertas. A ponta fria da tesoura correndo aberta pelo meu corpo exposto.

A leve pressão da lâmina contra a ponta de um dos mamilos me fez redobrar a quantidade de gemidos e súplicas.

- Aqui também a senhorita sente o ímpeto da luxúria, não sente?

A pressão da tesoura não era mais tão leve, a dor irradiava pelo corpo. Meu lamento passou a ser um grito de súplica.

Concentrada que eu estava na ponta da tesoura não percebi a outra mão da Matriarca vindo acertar um tapa estalado no meu rosto.

- O que a senhorita está com medo de perder? Aqui nesse convento nem suas tetas nem o que a senhorita tem entre as pernas tem utilidade.

Com o rosto dela bem perto do meu, eu vi a expressão de nojo se formando quando ela preparou a cuspida que acertou em cheio nos meus olhos.

- PUTA!

Outro tapa e mais outra cuspida. Depois ela largou a tesoura em um canto e se afastou da mesa.

A Guardiã da VirtudeOnde histórias criam vida. Descubra agora