𝗺𝘆 𝗯𝗲𝘀𝘁 𝗳𝗿𝗶𝗲𝗻𝗱

16

𝗣𝗢𝗩. 𝗦𝗛𝗜𝗩𝗔𝗡𝗜

Era tão ruim, Sabina fazia tanta falta na minha vida. São sete da noite, era pra gente tá lá no quarto dela, ou era pra ela tá aqui em casa. Estaríamos assistindo, e comendo várias besteiras. Ela me contando da vida dela, e eu da minha. Nós duas sabendo de tudo uma da outra. Mas não, eu estou aqui, e ela está lá. E eu tô com saudade.

Eu sei, sou uma trouxa, mas não posso ficar sem a Saby nem um dia. Saí da minha casa e fui até a dela. Quem abriu a porta foi sua mãe.

── Oi, tia!

── Oi! Sabina está lá no quarto, pode ir.

── Obrigada.

Agradeci, e caminhei até o quarto da minha melhor amiga. Bati na porta duas vezes.

── Quem é?

── Shivani. Posso entrar?

Não obtive resposta, porém, mesmo assim, entrei. Encostei a porta, e olhei para Sabina, e.. meu Deus. Ela estava com o rosto vermelho, apenas de pijama, e eu não sei.. aparentava estar tão mal.

── O que aconteceu? ── me aproximei aos poucos.

── Por que eu sou tão idiota? Hein? Me diz! ── derramou mais lágrimas.

── Vc não é idiota. ── sentei ao seu lado. ── Por que está chorando? Por favor, eu quero te ajudar.

Segurei sua mão, e ela soluçou de tanto que estava chorando. Eu alisei suas costas.

── E-eu.. tava lá.. procurando o Pepe, né? Só que eu não o e-encontrava em lugar nenhum. ── explicou, chorando. ── Então eu fui no banheiro pra fazer xixi, m-mas aí, quando eu.. saí, fui ver se ele tava no banheiro masculino. ── nisso tudo, eu já tinha entendido o que aconteceu. ── Ele tava.. com uma menina.. e eles tavam..

── Ai, que filho da puta!

── Ele.. ele tava lá, Shivani.. com a menina.. ── soluçou. Vê-la assim me parte o coração. ── Mas sabe de uma coisa?

── O quê? ── olhei para seus olhinhos vermelhos.

── A gente nunca transou.

── Serio? Por que?

── Porque eu sou virgem, e nunca tava pronta pra ele. Acho que.. fui uma idiota de nunca aceitar ficar com ele, sabe.. ── desviou sua vista, encarando o chão. ── Talvez tenha sido por isso que procurou alguém que pudesse satisfazer ele.

── Ei, olha pra mim. ── segurei seu rosto. ── O seu tempo, é o seu tempo. Não deixe que outras pessoas te forcem a fazer o que não quer fazer. Até porque, vc é quem manda em vc, Sabina. Entendeu?

Não me respondeu, apenas olhou para o chão e começou a chorar de novo, e de novo. Mas dessa vez o choro dela estava mais alto, e eu conheço a Sabina, ela sempre chora bem baixinho.

── Eu sou uma idiota, eu sou uma idiota, eu sou uma idiota.. ── repetiu.

── Não! Não é idiota!

── Ele não me ama, eu fui feita de palhaça, Shivani.

── Oh, Sabina..

── Eu sou uma idiota!

Seu corpo ia para frente e para trás, como um balanço. Suas mãos estavam suadas, e tremendo, e seus olhos vermelhinhos. Nada que eu falava a acalmava. Ela começou a ofegar, estava tendo uma crise de.. pânico?

Nao acredito que ela ama tanto esse menino ao ponto de ficar desse jeito. Algo me diz que ele fez alguma coisa com ela.. mas o que eu queria agora era acalmá-la, mas minhas palavras não adiantavam, não tive outra opção, eu a beijei.

Continua...