𝗺𝘆 𝗯𝗲𝘀𝘁 𝗳𝗿𝗶𝗲𝗻𝗱

23

𝗣𝗢𝗩. 𝗦𝗔𝗕𝗜𝗡𝗔

Shivani bateu a porta do meu quarto com força, e raiva. Seus olhos estavam cheios de lágrimas, e quando a garota saiu do meu quarto, eu me sentei na minha cama. Será que peguei muito pesado com ela? Claro que peguei pesado. A Shivani faz tudo pra mim, e se não fosse ela ao meu lado, eu nem sei se ainda estaria aqui. Ela me ajudou em todos os momentos. Um dia, eu lembro que um menino estava me zuando, e eu era nova na escola, então foi ela que me ajudou. Do jeitinho dela, mas ajudou. E eu nunca vou esquecer de quando eu disse que estava feia e que não queria sair de casa e ela, de alguma forma, conseguiu aumentar a minha autoestima. Eu sou sortuda de ter essa garota na minha vida. Sou tão idiota.

Só que eu não imaginava que ela teria sentimentos por mim. Nunca isso se passou pela minha cabeça!

Nos beijamos três vezes no total.. ou melhor, ela me beijou três vezes. Deitei na minha cama, e sem ao menos perceber, toquei nos meus lábios. Fechei os olhos, em busca de sentir a sensação do momento em que a indiana me beijou. Mordi o lábio inferior e abri meus olhos. Sentei na cama. Eu estava confusa.

Peguei meu celular e liguei pra Joalin. Pedi para que ela viesse aqui, preciso de alguém para conversar, desabafar tudo que está acontecendo. Shivani realmente me deixa confusa com certas coisas, mas eu me nego a pensar que estou me apaixonando por ela. Somos melhores amigas, tipo, melhores amigas!

── Oi, chata! Eu.. ── parou de falar quando viu que eu estava chorando. ── Ahh, o que foi, Sabininha?

── A Shivani e eu.. a gente brigou. Ela falou que sente algo a mais que amizade por mim.

── E.. ?

── Eu disse que ela estava confusa, e que eu não sentia nada por ela.

── Sério isso? ── assenti. ── Não acredito em vc, quero ter a certeza disso.

── Como vc..

── Vc se importaria se eu virasse a melhor amiga dela?

── Claro que sim! Ela é a minha melhor amiga, Joalin!

── E se eu falasse que estou apaixonada por ela?

Eu travei. Eu não sei porquê, mas senti algo estranho dentro de mim. Raiva. Não sei explicar o que foi isso.

── Já tenho a minha resposta. ── sorriu. ── E relaxa, eu não gosto da Shiv. Queria apenas te testar. No caso, vc ama ela sim. Bem mais que uma amiga.

── Vc acha?

── Da pra parar de ser tão burra, amiga?

── Ai, Joalin, eu não sei.. eu tô confusa! ── reclamei.

── Diz o que vc acha da Shiv. Todos os detalhes. E fala também o que sente por ela. Fala pra mim.

Respirei fundo.

── Shivani é uma menina incrível. Ela me faz rir e me ajudou muito, principalmente esses últimos dias. Ela é linda, simpática, mas também bem tímida. E.. eu acho ela uma garota extremamente.. atraente. ── confessei. ── Hoje a gente tava cantando e dançando nossa playlist com nossas músicas preferidas, e.. eu caí, como sempre. Ela foi tão cuidadosa, e me ajudou. Perguntou até se eu queria parar um pouco de dançar para descansar uns minutos. E.. isso foi bem fofo.

── Humm.. prossiga.

── Ela disse que morria de vergonha de dançar, mas aí eu disse que não precisa, que ela dançava super bem. Mas aí, quando ela começou a dançar.. eu simplesmente não sei o que deu em mim, Joalin.

── Como assim?

── Eu fiquei fixada nos movimentos que ela fazia. Eu senti um frio enorme na barriga! E eu.. babei!

Joalin não segurou a risada, e eu fiquei totalmente envergonhada.

── Ok, e vc ainda tem dúvidas que tá caidinha por sua melhor amiga?

── Ai, Joalin..

── Não acredito que vc babou olhando ela apenas dançar, Sabina!

── Ela tava dançando muito bem, tá?! E os movimentos que ela fazia com o corpo eram tão.. ── fechei meus olhos por dois segundos, dei um suspiro e mordi meu lábio.

── Hummm... ── deu um sorriso maroto e malicioso.

── Para!

── Olha, suas bochechas tão vermelhas!

── Minhas bochechas não tão vermelhas!

── Tão sim! Olha que fofa! ── pegou nas minhas bochechas.

── Para! ── falei brava. ── Chata!

── Vc é insuportável assim quando não tá com a Shiv?

── Eu não sou insuportável.

── Entao faz as pazes logo com ela!

── Como? ── perguntei.

── Convida ela pro baile da escola!

Essa não seria uma má ideia. O medo era apenas dela não aceitar.

Continua...