Parei diante do local marcado e encarei a fachada uns segundos. 'Gangnam Coffee Street', o nome saltava pelo letreiro fincado à parede coberta por folhas da cafeteria, e pude ver SungDeuk sentado junto do balcão através da grande vidraça. Pelo movimento de seu braço, presumi que já tivesse feito seu pedido. Afinal, convenhamos, me esperar não devia ser mais uma alternativa.
Apesar de receosa, respirei fundo e finalmente decidi entrar, uma hora ou outra teríamos que nos encontrar e o melhor seria dar-lhe logo desculpas e acabar com o impasse de uma vez.
Caminhei em direção ao homem que, aparentemente, me aguardava entediado e talvez com a ideia de que eu não aparecesse de novo. Algo que não lhe tirava a razão por estar em dúvida.
— Olá. — murmurei, tirando-o de seus pensamentos.
— Sophia-ssi?! — espantou-se.
Não sei dizer se foi por ter sido pego de surpresa ou por que eu realmente apareci.
— Demorei muito? — sentei na banqueta ao lado.
— Huh, vamos ver.... — fez uma pose pensativa — Desde ontem?!
Ele sorriu e acabei rindo por educação. Sei que a "brincadeira" foi uma bela indireta.
Melhor colocando, uma bela direta mesmo.
— Estou apenas provocando. Cheguei há uns dez minutos, sai mais cedo da agência.
— Entendi. — desviei a atenção para o cardápio que segurava e fiquei quieta, procurando uma maneira de começar as explicações, sem encontrá-la de fato — SungDeuk-ssi, sobre ontem...
— Faça seu pedido antes, por favor. Podemos conversar enquanto comemos, tudo bem?
Suas palavras me surpreenderam, porém, acabei seguindo a sugestão que dera.
Analisei o menu rapidamente e pedi um Mocaccino grande acompanhado de um pedaço de torta salgada. Mudamos para uma mesa próximo a vidraça e, de modo desconfortável, ficamos calados até que trouxessem minha comida. O que me fez pensar se SungDeuk não estava buscando um meio de atrasar nossa conversa – mais do que já estava inegavelmente atrasada.
— Não comerá nada? — perguntei.
— Estou satisfeito apenas com o cappuccino. — esboçou um sorriso fraco.
E caímos novamente em silencio. Isso até eu tomar a iniciativa:
— SungDeuk-ssi, sobre ontem... Me desculpe. — inclinei a cabeça — Surgiu um imprevisto e eu não pude encontrá-lo.
— Nem mesmo ligar?
Com o olhar preso ao copo, remexeu o canudo algumas vezes. Eu, melhor do que ninguém, sabia que ele estava chateado. E não lhe tirava a razão, pois, foi uma sacanagem o que fiz.
Literalmente uma sacanagem.
— Digamos que não tive opções. — suspirei enquanto tentava elaborar um pretexto qualquer e sem dar muitos detalhes — Envolve trabalho, então, você já deve imaginar a importância.
— O Jimin esteve incluído nisso?
A pergunta me fez deter o movimento do braço no mesmo instante. Franzi as sobrancelhas à medida que meus batimentos começaram a acelerar. Encarei-o inquieta. Como raios ele sabia?
Coloquei a caneca em cima da mesa. SungDeuk, que aguardava a resposta, devolvia o olhar confiante de que tinha acertado. Só que ele não sabia era que transar com Jimin foi o motivo.
— Talvez sim. — respondi receosa.
— O que ele fez agora? Sumiu no meio da noite outra vez?
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Imoral
FanfictionSophia Nunes foi convidada para ser a nova manager do Bangtan Boys, mais conhecidos como BTS, um talentoso grupo de sete rapazes que estava alcançando um grande sucesso. Com 29 anos e experiente no ramo do entretenimento, ela embarca para a Coreia...