Capítulo 06 - Pretexto

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Ainda encostada na lateral da van, dei um impulso para frente assim que avistei o grupo caminhando em direção ao veículo. Só que, ao invés de sete, apenas seis pararam diante de mim. Olhei ao redor e respirei fundo quando percebi que a "praga Park" não estava entre eles.

Cruzei os braços e, impaciente, indaguei:

— Cadê o Jimin?

— Sophia-noona... — o líder hesitou ao notar que franzi as sobrancelhas — Ele não irá descer.

— Como assim ele não vai descer?

O rosto de Namjoon se contorceu em uma careta, assim como o dos outros meninos. Respirei fundo e contei mentalmente até dez para manter o resquício de paciência que me sobrara.

— Qual é a desculpa dessa vez? — indaguei.

— Ele acordou indisposto. Sequer tomou o café da manhã. — J-Hope disse.

De irritada, num segundo e inevitavelmente, fiquei preocupada.

— Também não saiu da cama. — Suga completou, com seu jeito honesto de sempre, e olhar afiado — Por esse motivo pediu que avisássemos que não irá para gravação do programa.

— Para o "energético" Park Jimin não sair da cama, só pode significar que é algo realmente sério. — refleti um segundo e todos concordaram — Bom, eu vou subir para ver como ele está, e enquanto isso a van irá levá-los para o local do Fansign. Nós nos encontraremos lá.

Não esperei que concordassem, apenas dei as costas a fim de retornar ao prédio, mas a voz grossa de Namjoon deteve meus passos ao soltar "noona" de repente. Virei de imediato.

— Não é melhor esperarmos? Acho que será menos trabalhoso para você e, já que temos uma folga no horário, não haverá problema se sairmos com alguns minutos de diferença.

— Você tem razão. — não era uma má ideia — Tudo bem. Esperem aqui e não vou demorar.

Caminhei apressadamente em direção ao prédio e consegui entrar em um dos elevadores antes de as portas fecharem. Meus pensamentos giravam em torno da mesma pergunta desde que os meninos deram o aviso: "Será que Jimin está bem?". Levando em consideração o que disseram, provavelmente estivesse gripado ou algo do gênero, e, nesse caso, teria que levá-lo ao hospital e avisar seus pais. O que lhe deixaria longe dos compromissos por, ao menos, duas semanas.

Eu até entendia que, devido a agenda lotada e toda a estafa, os meninos perigavam de adoecer um momento ou outro. Dito e feito. Eu só não imaginava era que o "sortudo" seria logo a praga.

— Só dá trabalho.

Comentei para o nada enquanto aguardava o elevador parar e peguei-me incapaz de não rir ao pensar que aquele garoto tinha mesmo um talento nato de ser problemático de qualquer jeito.

E olha que nem estávamos nos falando.

Abri cuidadosamente a porta do dormitório e fui recepcionada pelo silêncio, o que era muito estranho tendo em conta que estava acostumada com todo o barulho produzido pelos meninos quando em casa; caminhei devagar até o corredor dos quartos e súbito um ruído incomum chegou aos meus ouvidos. Franzi as sobrancelhas. E a cada passo que eu dava, mais alto o tal ruído ficava, e fez-se maior assim que parei diante do quarto em que Jimin dormia.

Ou supostamente deveria estar dormindo.

Por um instante, incrédula demais para admitir o que acontecia, não quis acreditar no que escutava. Tinha de ser mentira ou uma brincadeira de muito, muito, mau gosto. No entanto, era explícito de tal forma, que todas as possibilidades sumiram da minha cabeça. Mas que merda!

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