Imoral

Capítulo 05 - Interesse

E quando eu pensei que a situação não poderia piorar, claro, o planeta prova o contrário.

Um mês passou diante dos meus olhos e a relação com Jimin se complicou a um nível quase irreversível. Nem por obrigação trocávamos uma palavra. Nossa comunicação era feita por intermédio dos outros membros e, se eu pensava que o clima estava ruim, nesse meio tempo tornou-se insuportável. Por causa disso, eu mal colocava os pés no dormitório dos garotos, e também não voltei a fazer "coisas desnecessárias" – como ele mesmo disse – outra vez.

Era melhor evitar situações como aquela.

Graças ao novo álbum, as apresentações do BTS dobraram nos programas e tivemos que incluir mais compromissos na agenda, o que acabaria sobrecarregando bastante os meninos por algum tempo. Ainda tentei negociar algumas atividades nas reuniões que tive como CEO, mas, para variar, ele nem deu ouvidos e pediu que eu acrescentasse todos os pedidos feitos a Big Hit.

— E amanhã será o M!Countdown. — Si Hyuk continuou enquanto eu tomava nota.

— Entendi. — analisei a lista rapidamente — No dia seguinte haverá o Fansign e a gravação do KBS1 Open Concert, certo?

— Exato.

Olhei para ele assim que terminei de escrever.

— Si Hyuk-ssi...

— Sophia, não vamos voltar ao assunto.

— Os garotos estão trabalhando desde o começo do mês sem parar. E quando voltam das atividades, ainda ficam na agência repassando as coreografias. — suspirei, verdadeiramente preocupada com o bem-estar deles — Sei que estão cientes de suas obrigações, mas...

— Sophia. — sua voz soou incisiva ao recostar-se na cadeira e me encarar — Eles são idols e acabaram de lançar um novo cd. As emissoras querem o grupo em seus programas e é isso o que daremos a eles. Até porque, a popularidade do Bangtan aumentou consideravelmente por causa disso e as vendas estão cada vez melhores. Não podemos relaxar agora, entendeu?!

Fechei a agenda com certa força e o observei impaciente.

— Entendi.

— Não se preocupe. — fez um movimento com a mão — Eu quero o bem desses meninos tanto quanto você, e não arriscaria a saúde de nenhum deles por causa de trabalho.

Meneei a cabeça concordando.

"Afinal, são a sua maior fonte de dinheiro, não é?!", me segurei para não dizer.

— Bom, como já revisamos e incluímos as novas tarefas do grupo, peço que vá até a sala de práticas e leve-os para o dormitório.

Sorriu e eu retribui com alguma falsidade. Continuava irritada.

Sai de sua sala do mesmo jeito.

Eu sabia como as coisas funcionavam nessas agências, mas o nível de exigência chegava a ser ridículo, principalmente quando o grupo estava em ascensão ou numa posição boa no mercado.

Compromissos surgiam do nada e as empresas sempre encontravam uma maneira de colocá-los no cronograma já abarrotado dos idols. Era até engraçado – e um tanto medonho, admito – comparar a situação com os lugares em que trabalhei anteriormente porque, mesmo os Estados Unidos com uma grande demanda de artistas, o tipo de cobrança era completamente diferente e não alcançava nem um terço do que os sul-coreanos estavam acostumados.

Retornando das divagações, entrei na sala de práticas e os Bangtan ensaiavam os passos de "I Need U", acompanhados pelo coreógrafo principal da Big Hit, chamado Son SungDeuk.