Capítulo 02 - Dormitório

2.1K 274 80
                                    

A minivan da Big Hit estacionou em frente a um condomínio relativamente grande e que, pelo o que escutei, localizava-se a somente algumas quadras de distância da empresa.

A terceira torre abrigava o dormitório do BTS e também o meu novo lar.

Encarei a fachada enquanto o motorista tirava minhas parafernálias do porta-malas e levava para dentro. As cores neutras das paredes destacavam-no, porém, era sua simplicidade que o acobertava de prováveis ataques de fãs loucas, conhecidas como "sasaeng", que não tinham nada melhor para fazer além de perseguirem seus ídolos e invadirem sua privacidade com métodos questionáveis – para não dizer coisa pior.

Em outras palavras, em termos educados, gente desocupada.

Examinei o hall assim que entrei e, como a maioria dos prédios em Seoul que visitei até então, a modernidade imperava em qualquer canto que fosse. Assim como bom gosto.

Será que não existiam edifícios antigos na cidade?

— No que posso ajudá-la?

Um senhor de, chutei, quase cinquenta anos apareceu de repente.

— Olá! — estendi-lhe a mão — Eu sou Sophia Nunes. A nova manager do grupo BTS.

— A moça que ficará no apartamento 204?

— Isso. — sorri.

— É um prazer. — retribuiu o gesto.

Aquele era o zelador do prédio. Uma pessoa muito simpática e atenciosa.

Explicou-me as regras do condomínio e também as "exceções" que o Bangtan tinha devido a agenda lotada e a ajuda da Big Hit, o que já era de se imaginar. No geral, explicou-me que os demais inquilinos não davam muita importância a esse detalhe.

Porém, às vezes, os garotos do 202 extrapolavam no barulho e eram constantemente advertidos por isso, e que os vizinhos só relevavam porque sete garotos vivendo sozinhos não daria em boa coisa mesmo – e eu fui obrigada a concordar com tamanha verdade.

— E quando a senhorita se mudará?

— Agora.

Ficamos calados.

Ele franziu o cenho depois de olhar para a entrada rapidamente. Eu segui seu movimento.

— Agora? Mas... Onde estão?

— O que? — nos encaramos outra vez.

— Sua mudança. Os móveis, roupas...

— Estão aqui.

Apontei para baixo e ele arregalou os olhos ao notar minha "mudança".

— Trouxe apenas essas caixas?

— Bom, disseram que tudo já tinha sido providenciado, por isso não pensei em trazer tanta coisa assim. — analisei as quatro caixas de papelão e a bolsa grande rodeando os meus pés. E encolhi os ombros — Será que podemos levá-las em uma única viagem?

O senhor me observou um momento, provavelmente estudando se era viável eu carregar duas daquelas caixas sozinha, e se ele mesmo teria forças para isso. Afinal, embora não fossem muito grandes, elas tinham um peso considerável já que estavam cheias de tralhas.

— Não seria melhor chamar um dos meninos?

— Eles não aguentam levantar nem um copo.

Revirei os olhos e suspirei. O jeito era fazer duas viagens; dei com os ombros e, colocando uma caixa sobre a outra, suspendi ambas com certo esforço e fiz apoio com o corpo.

ImoralOnde histórias criam vida. Descubra agora