Imoral

Capítulo 36 - Caso

Eu mal estava acreditando no que tinha acabado de ouvir e Jin, aparentemente, também não. Pois, era absurdo demais para acreditar, tanto que indagamos ao mesmo tempo:

— Sua, o quê?

Sem um pingo de vergonha da cara, Jimin estufou o peito, e repetiu:

— Minha mulher.

Permanecemos calados. Um observando o outro.

Seokjin parecia não assimilar àquelas palavras. Eu, completamente perplexa, encarava Jimin com tanta raiva que, se não estivesse machucada e morrendo de dor, já teria voado em cima dele e arrancado no tapa a expressão cínica que teimava em ostentar.

A praga respirou profundamente e colocou-se ao meu lado, e, mesmo com a diferença de altura, não recuou um centímetro que fosse quando Jin deu um passo em sua direção.

O enfrentamento continuou e, de repente, presenciei o sereno e gentil Kim Seokjin transformar-se em algo que não pude distinguir.

— Quer dizer que você também gosta da noona, Jimin?!

Park balançou a cabeça e notei a expressão de seu hyung relaxar. Porém, no segundo em que um sorriso descarado surgiu no canto de seus lábios grossos, tudo foi por água abaixo.

— Eu estou com ela. É diferente.

— Está? — franziu o cenho e olhou para mim — O que ele quis dizer com isso, Sophia?

O tamanho de Jin, subitamente, fez com que eu me sentirsse coagida. Pois, comparada a ele, eu parecia uma formiga. Sua expressão raivosa dizia tudo. Nós nos observamos.

Sua respiração cada vez mais ofegante e irritadiça aumentava meu nervosismo. Tentei dizer alguma coisa, qualquer desculpa que fosse, mas simplesmente não fui capaz disso.

— E então, noona? — insistiu, bufando.

— Foi exatamente o que entendeu, Jin-hyung. — Jimin se intrometeu, chamando a atenção para si, e nem titubeou em disparar — Estamos juntos e já faz algum tempo.

Jin estreitou os olhos ameaçadoramente e avançou um passo em minha direção, fazendo-me recuar como reflexo, assustada com a atitude repentina. Jimin se pôs entre nós dois.

— Hyung...

— Cale a boca! — o mais velho gritou, pegando Jimin e eu de surpresa — Quero ouvir tudo da Sophia e não de você. Até que ela confirme essa palhaçada, eu não vou acredi...

— É verdade. — disse com toda a coragem que consegui reunir.

Jin encarou-me friamente e, engolindo seco, confessei:

— Tudo o que Jimin falou.... É a pura verdade.

Novamente o silêncio.

Observando-nos desconcertado, Jin cerrou os punhos e súbito deu um soco na parede perto de mim. Park teve o impulso de me proteger enquanto o outro gritava fora de si:

— Você está dormindo com ele, Sophia?

Sua voz ecoou no corredor igual a um trovão e foi questão de segundos até que os demais Bangtan saíssem de seus quartos para ver o que estava acontecendo, alarmados com o grito do amigo e toda a comoção, deparando com aquela cena horrível: Jimin segurando-me, pondo-se a minha frente, e Jin furioso com a mão ferida graças ao soco que deu.

Namjoon, já ciente de tudo, tentou tomar as rédeas da situação e fazer seu papel como líder. Mas era notória sua surpresa ao ver o pacífico Seokjin alterado daquela maneira.