Capítulo 17

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Por um resquício de tempo pude me imaginar tendo um relacionamento normal com o cara ao meu lado, onde sairiamos aos finais de semana conhecendo de parques a cassinos, sem esquecer das noites que iríamos a uma boate qualquer apenas para dançar e se divertir.

Mas também teríamos momentos nossos, onde comeriamos pizza e sorvete assistindo a alguma série ilógica e ficaríamos discutindo os acontecimentos estando contrariados a cada etapa.

Então me lembro que o homem ao meu lado vive num mundo totalmente diferente de mim o que me dá medo mas que hoje isso não me faz fugir pro lado oposto, muito pelo contrário.

- Como nós começamos tudo isso?

Sinto seus dedos deslizarem pela minha coluna lentamente num carinho agradável.

- Sabe que o médico pediu pra não forçar sua mente não sabe? - Seguro a vontade de bufar por raiva disso tudo.

- Vamos, me dê algo. - Peço manhoso fazendo círculos imaginários em seu peito.

Qualquer pessoa numa situação parecida faria perguntas atrás de informações e somente eles podem me dar, posso imaginar o que se passa na mente dele mas estou deixando tudo de lado para viver apenas o momento.

- Quer a verdade? - Afirmo o óbvio. - Nós saímos uma vez depois de um show seu na boate em que eu assisti como muitos outros e transamos mas eu fui um babaca no dia seguinte e fiz de conta que nada tinha acontecido até tudo acontecer e ver você desesperada num quarto por que viu dois caras mortos e no final do dia estávamos de baixo do mesmo teto, depois disso foi um jogo de gato e rato.

O sinto tenso mas não me deixo levar por isso sendo que no meu subconsciente algo me alertava e me fez esperar por uma mentira que obviamente não veio.

- Claro que não poderíamos ter uma história normal. - Murmuro brincando.

- Comparando a da loira com meu irmão até que estamos bem. - Solto uma risada.

- Isso é verdade. - Deposito um beijo no seu peito e me sento na cama. - Precisamos ir.

- Por que?

- Tenho consulta e exames hoje com o doutor Campbell. - Ele fecha a cara na mesma hora e faço minha maior cara de inocente.

- Não gosto dele.

- Percebi aquele dia, mas por que?

- Só, não gosto. - Ele também se senta ao meu lado.

- Eu conhecia ele? - Pressiono de cenho franzido e ele dá de ombros desviando o olhar.

- Não sei. - Fala como se não desse importância.

- Hmm. - Resmungo mas ele não me da tempo para pensar ao se levantar da cama me puxando junto.

- Mas vamos nos arrumar que vou com você no doutorzinho. - Debocha e não seguro o riso.

●●●

Estou me sentindo como o presidente.

Tem dois carros com homens, um a nossa frente e outro atrás, sem contar os dois caras que estão dentro do carro conosco enquanto a mão de Harry segura forte a minha.

Nas palavras de Harry eu preciso ir ao médico para ter certeza que está tudo certo, porém não vai brincar com minha segurança e não está ligando se as pessoas vão olhar torto pro ter homens de preto a nossa volta.

Não estou ligando muito pra isso sendo que não estou por dentro de todos os acontecimentos sobre nosso acidente e na verdade nem sei se quero estar, até por que isso significaria que passaria a entender melhor o seu mundo e não estou preparada pra isso.

- Vamos. - Assinto.

Hospital realmente não é pra mim, não gosto do lugar, do cheiro, da áurea, realmente não gosto mas infelizmente é o mal necessário. Mesmo eu me sentindo bem e as dores de cabeça terem praticamente acabado entendo a reação de estar aqui.

- Ariane. - O doutor bonitinho me cumprimenta com um sorriso e retribuo.

- Senhorita Stone. - Harry corrige e eu prendo os lábios para não rir da sua fala e da cara de espanto do doutor.

- Vamos aos exames. - Disfarça chamando uma enfermeira.

- Claro. - Me movo para o seguir mas Harry segura meu braço.

- Você não vai sozinha.

- Harry. - Repreendo.

- Um segurança vai estar por perto. - Avisa sério nem me dando chance de nada e beija meus lábios docemente antes de me soltar. - Te espero aqui.

Vejo o olhar confuso de Martino sobre nós mas não me prendo nisso acompanhando a enfermeira. Depois de alguns exames sou levada pra fazer uma tomografia do crânio e fico horrorizada com a roupa ridícula de hospital, sério, é muito feia e a enfermeira simpática concorda comigo.

Sinto um olhar sobre mim antes de ser levada a sala mas não ligo imaginando ser o tal segurança. Assim que sento na maca ainda batendo papo com a mulher olho por cima de seus ombros vendo um olhar desconhecido sobre mim, o cara tem olhos e cabelos escuros de pele clara como neve, por que esse olhar não me é estranho.

- Está tudo bem? - Ela me questiona e afirmo sem ter muito o que dizer.

Permaneço todo tempo meio aflita com aquela olhar e quando saio da sala lá está ele novamente de máscara e roupa hospitalar.

- O doutor Campbell pediu que a levasse. - Diz para a enfermeira mostrando alguma cartão de identificação.

Ela se despede de mim e segue outro caminho enquanto ele me leva pela cadeira de rodas num elevador mas apertar o botão do subsolo.

- Ah, acho que apertou o botão errado.

- Vai ficar tudo bem.

- Como?

Ele sorri pra mim, literalmente sorri abertamente parecendo feliz e pressiona um pano sobre meu nariz não me dando chance nenhuma.

- Estou feliz por te conhecer. - O escuto sussurrar antes de simplesmente apagar.

●●

Olá pessoas, agora Ariane se ferrou! Ou não?

Pergunta, querem outro capítulo de Liam???

Harry - Trilogia Irmãos Trevelyn 2Onde histórias criam vida. Descubra agora