Capítulo 32

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Quando a descarga de adrenalina acontece nossas pupilas se dilatam, o coração passa a bater num ritmo mais frequente, nossos músculos se tencionam para conseguir agir nas situações de emergência, todo nosso organismo se prepara para lutar ou fugir.

Entretanto quando tudo isso passa se tiver entrado numa briga a dormência acaba e tudo se torna dolorido, para minha sorte os medicamentos estavam sendo maravilhosos ajudantes por que meu rosto estava inchado e arrocheado assim como meu corpo contendo algumas escoriações e hematomas onde bati durante a queda e uma luxação no pulso.

Ainda sobre aquela névoa louca vi Harry entrar como um louco naquelas escadas pegando-me no colo e me apertando como se sua vida dependesse disso, pude sentir seu corpo tenso enquanto narravam tudo o que aconteceu durante o caminho até o hospital.

Domênico estava no café porém como passei antes no apartamento ele estranhou a demora logo rastreando meu celular como um bom pai preocupado. Pelas suas palavras quando chegou tudo estava um caos com homens na recepção tentando atrasar os soldados de Harry que notaram o que estava acontecendo rápido.

Por Deus permaneci apenas uma noite em observação, assumo que meus últimos pretextos para vir ao hospital não foram um tanto amigáveis, cada hora uma coisa pior que a outra.

- Mulher do céu, me deixa te levar. - Bufo irritada pela décima vez.

- Se você me pegar no colo eu te capo Trevelyn. - Quase rosno pra ele tentando soar mais amável em seguida. - Mas pode me ajudar a andar por que esses remédios ainda estão fazendo efeito.

- Você é difícil demais. - Diz vindo pra meu lado.

- Também não precisa me ajudar em nada não. - Empino o nariz birrenta começando a andar mas na segunda passada ele me alcança passando o braço sobre minha cintura firmando meu corpo.

- Vamos.

Nem ao mesmo rebato apenas aceito a ajuda tentando me lembrar que ele dormiu numa cadeira desconfortável a noite toda para me fazer companhia.

- Você está bem? - Pergunto vendo o carro tomar as ruas da cidade.

- Sim. - Sua resposta não me convenceu em nada.

Continuo o encarando esperando algo mais concreto e após alguns minutos ele suspira esticando sua mão desocupada para alcançar a minha.

- Juro que quase infartei quando te vi naquela chão chorando. - Confidência num tom baixo. - Porra, você não pode ficar em perigo Ariane.

- Essa situação foi um caso específico.

- Mas você não entende? Na minha vida isso é mais constante do que o normal. - Revela sem me encarar.

- Uma vez prometeu que me protegeria para o resto da vida. - Entrelaço nossos dedos mais fortes. - Estou aprendendo a estar na vida dos Trevelyn Harry e sei que vai me proteger independente de tudo.

Ele me encara por um momento que não passou de segundos mas foi significativo o suficiente para ter a certeza que não estou com medo disso apesar de saber que assim como a noite passada algum pesadelo vai me assombrar e apenas consegui dormir com o toque dele por que sua presença me trás segurança.

Harry - Trilogia Irmãos Trevelyn 2Onde histórias criam vida. Descubra agora