Capítulo 26

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Enfermeira: Podem ir, a dra. já está esperando vocês.

As meninas assentiram e entraram. Dra. Valéria estava com o exame nas mãos, o analizando.

Valéria: Oi meninas. - sorriu.

Elas sentaram nas três cadeiras de frente pra doutora.

Valéria: Anahi Giovanna. - subiu o olhar pra loira que estava visivelmente nervosa.

Anahi: E ai, doutora? A senhora pode me dizer logo o resultado? - perguntou anciosa.

Valéria: Anahi, por favor... eu tenho vinte e quatro anos, não precisa me chamar de senhora. - Any assentiu. - Então minha querida, parabéns, você vai ser mamãe. - sorriu.

Anahi: Não. - sussurou com os olhos novamentes cheios d'água.

Dulce: Certeza prima?

Valéria: Absoluta. - mostrou o exame pra ela. - 90% do hormônio HCG. Ele só é produzido pelas mulheres grávidas.

Anahi estava sem reação nenhuma. E agora, o que seria de sua vida?

Maite: Ela tá de quanto tempo doutora?

Valéria: Cinco semanas. 1 mês e uma semana. - entregou o teste nas mãos de Dulce. - Parabéns minha querida, daqui a oito meses e três semanas você será mamãe.

Anahi: Eu não quero ser mãe. - sussurou. - Eu não posso ter um filho. Eu não quero esse filho. - as meninas a olharam.

Valéria: Não diga isso, minha querida. - suspirou. - Um filho é a jóia mais preciosa na vida de uma mulher. Eu digo por experiência própria. Eu também sou mãe. Minha filha hoje tem um ano e dois meses. Quando eu engravidei da Laura, eu pensei que seria o fim do mundo, ainda estava terminando minha especialização em obstetria, achei que não ia conseguir da conta, mas eu consegui. E hoje, eu olho pra minha filha e sinto um amor tão grande, que acho que palavras não são capazes de descrever. Conseguir me formar, me casei e sou muito feliz.

Anahi ouvia tudo que a doutora dizia.

Valéria: Um filho é um presente de Deus pra nós. É o amor mais verdadeiro que conhecemos. No começo pode parecer muito difícil, mas você vai ter vontade de fazer tudo de novo quando ele sorrir pra você. - ela pegou a mão de Any. - Boa sorte, Anahi. Eu sei que um dia você vai entender tudo que eu tô falando. - olhou Any com ternura.

Anahi: Obrigada. - sussurou. Estava muito abalada.

Valéria: Não quer ver o seu bebê?

Anahi: Não. - recusou prontamente.

Valéria suspirou. Deveria ser muito difícil, era uma menina ainda.

Valéria: Ok, querida. Apareça pra iniciar o pre natal. - sorriu e deu a consula por encerrada.

As meninas se despediram da doutora e saíram.

Chegaram no colégio e correram pro dormitório.

Anahi: Minha vida acabou. - deitou na cama, começando a chorar.

Dulce: Amiga, eu nem sei o que te falar. - sentou ao lado dela, acompanhada de Maite.

Maite: Vai contar pro Poncho?

Anahi por um segundo sentiu como se seu coração parasse. Aquele bebê não era apenas dela, ele tinha um pai, e esse pai era o Poncho.

Anahi: Eu posso ficar sozinha um pouco meninas? Eu sei que não posso pedir isso, porque o quarto é de nós três, mas por favor. E se a Mari perguntar, diga que não estou no colégio - as meninas assentiram e saíram.

Anahi fechou os olhos e tocou o ventre com as duas mãos. Ela não tinha condições para ser mãe tão nova, ainda mais um filho com Alfonso. Deus, porque tudo aquilo com ela? As palavras de Valéria ainda perturbavam sua cabeça. Ela não conseguia se imaginar mãe, era muita responsabilidade, responsabilidade essa que ela não tinha nem com ela, dependia dos pais pra absolutamente tudo. E seus pais? O que iriam falar quando soubesse da gravidez? Ela ainda era uma menina, uma menina cheia de sonhos que com certeza seriam atrapalhados se esse bebê nascesse. Mas cada vez que espalmava seu ventre, ela sentia uma coisa boa, como se fosse um pontinho de luz no meio de toda escuridão da sua vida. Sentiu um certo remorso ao recusar ver seu bebê pela ultrassom.

Anahi: Eu não posso. - sussurou, acariciando o ventre liso, deixando grossas lágrimas escaparem. - Eu não sou capaz.

Depois de muito pensar e chorar, Any pegou no sono. Mas tarde, as meninas voltaram ao quarto e ela ainda dormia. E dormiu até o dia seguinte.


~


No outro dia, as meninas acordaram, tomaram banho, foram pra cantina tomar café e logo depois foram pra sala de aula. Anahi já estava com uma decisão tomada. Assim que adentrou na sala, viu Poncho conversando com Fuzz. Respirou fundo e foi até ele.

Anahi: Alfonso, posso falar com você?

Ele arqueou a sombrancelha.

Poncho: A Barbie tá falando comigo, que linda. - debochou e Anahi revirou os olhos.

Fuzz: Que cê quer hein loira oxigenada?

Anahi: Quero falar com o Alfonso, não se mete Maria Fernanda. - olhou Poncho com desdém. - Você vai ou não playboy?

Poncho: Vou sim. Já volto Fuzz. - Anahi saiu e ele foi atrás dela. - Ficou com saudade e tá querendo de novo é bebê? - safado.

Anahi fingiu que não ouviu. Foram caminhando até chegar no jardim que por ser horário de aula, estava vazio.

Poncho: E ai, pode falar loira. Tô esperando. - cruzou os braços na frente dela

Alérgicos Anahi - Não autoral Onde histórias criam vida. Descubra agora