Capítulo 5

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Jungkook

Naquele dia, quando achei que tudo para mim havia acabado ele apareceu e me ajudou, mesmo as chances de vitória sendo mínimas. Na época eu me achei um garoto de sorte por ter conhecido alguém como ele, mas que infelizmente não consegui entrar em contato com ele durante um tempo e quando finalmente consegui precisei ficar fora do país por alguns anos, mas nem por isso parei de pensar em Taehyung.

Quando voltei, pensei que o destino estava do meu lado, acabei sendo transferido para mesma universidade que ele, só que claro em cursos diferentes. A partir disso, aos poucos fui me aproximando de Taehyung até chegar os dias atuais no qual nós estamos juntos.

Enquanto estava comigo, ele nunca demonstrou uma personalidade diferente, Taehyung sempre foi o Taehyung. Apesar de ter me dito que haviam outros além dele, nunca tive contato, talvez por conta do tratamento que havia feito. Sabia que existia a possibilidade de um dia voltarem, porém...

- Jungkook, você precisa se acalmar. Vamos ligar para Namjoon e Hoseok, talvez tenham o visto, ou até mesmo esteja com eles.

Jimin foi quem sempre esteve ao lado de Taehyung e as vezes eu sinto um pouco de inveja dele. Eles são melhores amigos, inseparáveis eu diria e também foi aquele quem conseguiu convencer de que Tae precisava de ajuda.

Nisso, a campainha tocou e Jimin foi ver quem era, e para o nosso alivio era Taehyung. Me levantei do sofá e o abracei, mas não fui retribuído.

- Tae...?

- Pareço ser ele para você? – soou indiferente – Nanico, teu namoradinho tá vindo aí e parece preocupado. Na verdade todos vocês estão, certo? O Choi deve ter falado sobre o que aconteceu pelo visto. – disse sentando no sofá.

- Pelo “nanico”, você é o Killer. O que aconteceu para reaparecer depois de quase dois anos? Taehyung estava indo muito bem sem você por perto.

- Eu nunca desapareci, apenas estava dormindo por um tempo. E não diga que ele estava indo bem, porque Taehyung nunca esteve bem desde o que aconteceu anos atrás, ele não superou tudo. Apenas colocaram um esparadrapo no lugar dos machucados sem antes por algum remédio.

- Taehyung, você está bem? – tentei perguntar por ele, mas o que recebi foi um olhar frio em resposta.

- Você é namoradinho dele... – se levantou e caminhou até parar bem de frente para mim. Me analisou da cabeça aos pés. – Não sei o porquê, mas sua cara é irritante. Eu pretendia lidar sozinho com isso, mas desse jeito não vai dar, alguém troca comigo estou cansado. – tive então o meu queixo levemente erguido por ele – Você parece ser confiável Jungkook, mas será que te deixar por perto do Taehyung vai ser mesmo bom para ele? O que pensa sobre isso Jiminnie?

- Lock. Por que não deixam Taehyung assumir?

- Taetae responde essa! – disse erguendo o braço animado – O tio Kim fez contato com ele ontem de noite, e para Taehyung não sofrer mais nós estamos no comando. Mas me diz, Jungukkie qual de nós mais gostou de conhecer? É a primeira vez que nós aparecemos de uma vez assim para você.

- Ei! Não confunde a gente assim! Poderia ser mais claro com o que quis dizer? Como assim sofrer? O tio dele ter vindo procurar ele não devia ser bom? Me lembro que eram apegados.

- Chimmy, você não sabe o que aconteceu de verdade então é melhor aceitar que o Taehyung vai ficar longe por um tempo.

- Como assim? – questionei.

- Exatamente o que ouviram! Taehyung ficará um tempo fora de cena, pelo menos até que eu dê um jeito naquele pedaço de merda. – pelo linguajar e expressão, novamente havia mudado para outra identidade – Vocês não atrapalhem, ouviram?

- O que pretende? – Park questionou preocupado – Sei bem do que você é capaz de fazer, mas não vejo motivos de procurar o tio de Taehyung e espancar ele!

- E quem disse em espancar? Pretendo matar mesmo. Por que você acha que meu nome é Killer, heim? Eu sou o desejo de Taehyung, aquele quem está disposto a ajudar os que precisam, mas também o que tem um propósito maior. Matar o tio que ele tanto admirava e amava.

- Mas por que quer fazer isso? Ele não fez nada de errado! – Jimin insistia.

- Você não estava lá, ninguém estava. Eu tinha que ser o Taetae toda vez que via aquelas cenas, a mãe do Taehyung chorando enquanto era assediada pelo tio Kim e tantos outros momentos que sequer imaginam... Ele não se lembra dessas coisas e será melhor assim.

- Assediada? Mas a mãe do Tae não foi derrubada do segundo andar? Foi o que ele me falou que aconteceu. – como assim?

- Mas foi isso que aconteceu. – Jimin falou – Foi o que passou no jornal e os policiais confirmaram, porém nunca acharam o assassino. Depois disso a guarda do Tae foi para os avós, já que o tio não teria tempo para cuidar de Taehyung por conta dos assuntos da empresa.

- Eu não tenho certeza também do que aconteceu, mas o único que poderia ter feito isso é o tio Kim, se ele era capaz de fazer aquilo com a mãe de Taehyung poderia muito bem derrubar ela do segundo andar.

- Mas e o sangue que estavam nas mãos de Taehyung?

- Ele não se lembra, mas naquela noite Taehyung tentou ajudar a mãe. Enquanto via o tio enforcar ela próximo a sacada, pegou a faca que estava caída no chão e a enfiou nas costas do Tio. Como consequência em um último ato de raiva, jogou Hae-ri do segundo andar. Depois disso ele apagou.

- Mas isso é... Deviam ter cogitado essa possibilidade! – esbravejei – A polícia tinha quer ter averiguado melhor as coisas e...

- Isso só prova ainda mais que a polícia pode ter sido comprada Jungkook. Não dá para confiar em todo mundo. A empresa dos Kim's é grande mundialmente e quem herdou ela foi Daeyon... Não, quem devia herdar tudo era Taehyung. Aquele lixo nem sequer liga pro sobrinho, apenas quer todo o dinheiro e é por isso que nós três estamos atuando juntos agora. Somos identidades distintas, viemos a tona em momentos diferentes da vida de Taehyung, nos que ele mais precisava da gente.

- Mas como pretendem fazer algo assim, vocês podem ser três, mas o corpo é um só. Estarão colocando Taehyung em perigo!

- Eu não pretendo deixar que machuquem ele. É como você disse, o corpo é só um mas nós três somos mais fortes. E pensar que eu chegaria ao ponto de recorrer aos outros dois... Tsc! Que patético.

- Killer... Repense no que irão fazer. Matar não é a resposta, no fim das contas Taehyung iria preso. Podemos ver outra forma de resolver tudo isso. Quem sabe uma conversa não resolve tudo e...

- Está bem. Eu irei ajudá-los. – falei convicto e vi Jimin me olhar sem entender – É pelo bem do Taehyung.

- Ei rostinho irritante, entendeu quando eu disse que iria matar? – assenti – Então por que está se oferecendo para ajudar? Nem sequer pedimos ajuda.

- Não preciso de permissão para ajudar a pessoa que eu amo. – me aproximei de si e o encarei – E meu nome é Jungkook, Killer. Irei ajudar, mas ninguém vai morrer ou ser morto. Iremos bolar um plano para conseguir pegar o tio de Taehyung. Precisamos de provas do que aconteceu naquela noite, uma confissão do próprio assassino.

- E como pretende fazer isso rostinho irritante?

- Deixemos ele vir até o sobrinho de novo. Se ele veio procurá-lo, significa que está confiante de que qualquer tipo de prova que possa o incriminar não existe mais, e que também quer algo que Taehyung tem, caso contrário teria sido morto ontem mesmo, não acham?

- E ele quer. Ele me quer. – novamente uma mudança brusca de expressão – Eu sou Key, a quinta identidade.

- Jungkook, Jimin cheguei. Eu mandei mensagem para o Taehyung e ele visuali... Ah, ele já está aqui. O que eu perdi? – Yoongi perguntou.

- Tudo. – Park respondeu.

The four selves - Taekook (vkook)Onde histórias criam vida. Descubra agora