CAPÍTULO 6

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|R y d e r|

— Você não é louca, Dona. — Afirmo, segurando suas mãos e olhando-a dentro dos olhos. — Quer dizer, você é, mas não é nada grave. 

Dona Dolores está em prantos, chorando como nunca vi antes. É Sexta à noite, não fazia nem cinco minutos que acabara de chegar em casa quando um dos funcionários do asilo me ligou desesperado. Os filhos de Dona haviam a visitado, mas na verdade, era uma despedida. Eles estão se mudando para a Europa, levando os netos de Dona e tudo mais. Pelo o que parece, não voltarão mais nem para visitá-la, na verdade, eles tiveram o bom senso de virem se despedir, já que fazia mais de um ano que não botavam os pés aqui. 

— Eles não gostam de mim porque sou louca e velha, só vi meus netos quando nasceram, e agora morrerei aqui, sozinha.

Meu coração se aperta e uma raiva desconhecida começa a brotar no meu peito. Ela não merece isso, na verdade, ninguém merece ser abandonado pela família em um asilo. Isso é revoltante. 

— Não vai morrer sozinha, Dona. — Digo, abraçando seu corpo frágil e pequeno. — Prometo estar com você quando bater as botas. — Digo com humor na tentativa de fazê-la rir e funciona. Dona limpa suas lágrimas e me olha com carinho. 

Minha barriga revira. 

— Você pode não ser meu filho, Ryder, mas o considero como um. 

Minha garganta se fecha, como se eu acabasse de engolir um caroço.  

Em toda minha vida fui solto. Obrigado a amadurecer precocemente para não morrer. Lembro-me da última vez em que vi minha mãe. Foi antes de ir para o reformatório de menores infratores. Depois que completei dezoito e saí daquele lugar, voltei para casa e descobri que ninguém morava mais ali há anos.

Ela simplesmente desapareceu. Nunca me procurou. Não faço a menor ideia do que tenha acontecido, mas também não me importo. Ela nunca foi minha mãe de verdade, nunca se importou muito. 

Mas, agora, com Dona me olhando dessa maneira, sinto meu coração acelerar. Não, essa porra é muito para mim. Não estou acostumado com isso, não estou acostumado com uma mulher me olhando dessa forma maternal.

— Dona, sou seu amigo, não sou seu filho. — Digo baixo, calmo e segurando em seus ombros. Odiaria deixá-la pior do que já está, mas Dona ainda assim possui demência, ela não pode colocar na cabeça que sou filho dela. — Entende? 

Ela sorri meiga e balança a cabeça em afirmação. Solto um suspiro de alívio. Ainda bem. Eu não sei se aguentaria mais um baque emocional. Já basta os que já estou sentindo.

— Sei que não é, mas eu considero. — Ah, merda. — Você sempre está comigo. Você conversa comigo. Não me trata diferente por ser doente e velha. Você me faz sentir jovem. E me pede conselhos…

Ryder - Amor sobre rodasOnde histórias criam vida. Descubra agora