0.8 - Decisão

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Minha mãe sempre me disse que eu nunca sabia mentir e sempre que tentava a ponta de meu nariz ficava vermelho, certamente agora estaria dessa forma.

– Você deve estar com frio, pode ficar com meu casaco – dito isso ele se aproximou de mim pondo o enorme casaco em volta de meus ombros – Amanhã você pode me devolver, vou indo então – seu beijo dessa vez foi em minha boca, um beijo rápido como forma de marcar o seu território.

Durante todo o percurso até minha casa eu fiquei imaginando se deveria contar realmente a Seungmin o que havia de fato ocorrido, só que eu e Hyunjin nunca poderíamos ficar juntos por mais que fosse o fim do mundo.

Adentro a sala de minha casa sentindo um enorme cheiro de sopa, minha mãe estava em casa.

– Meu anjo lindo, finalmente chegou – ela vem em minha direção tirando tudo do seu caminho, me dando o abraço mais gostoso do mundo – Porque demorou tanto seu moleque? – e agora é bipolar?

– Estava estudando mãe – dou-lhe um sorriso sem mostrar os dentes – Porque não me disse que viria para casa hoje?

– Eu voltarei essa madrugada amor, vim apenas vê meu filhão e lhe preparar uma boa comida, porque sei que só come porcaria – por mais que eu e ela não passávamos muito tempo juntos, eu sempre tinha aquele colo de mãe quando precisasse – Como anda sua vida? E a escola?.

Antes de lhe contar tudo, vou até meu quartl tomar um banho e saindo logo em suguida devidamente limpo. Falei a mesma que minha vida na escola até que estava boa, mas a amorosa estava indo de mal a pior.

– Se você ama ele porque não fala logo de uma vez? – falar era mais fácil do que fazer acontecer, pros adultos quase tudo é mais fácil – E se você acha que não tem que ficar com Seungmin, não fique meu filho, enganar ele não vai levar a lugal algum.

Por mais que eu quisesse ter Hyunjin ao meu lado, eu não podia já que ele ama outra pessoa. E Seungmin era um cara legal, então devia lhe dar um chance.

Ficamos mais ou menos três horas conversando, até que ela teve que ir e eu fui organizar a bagunça que estava a cozinha, já passava da meia noite quando terminei tudo e fui me deitar, logo dando liberdade pro sono me abraçar

[...]

Estranho seria se eu dissesse que essa escola era normal, havia alunos correndo por todos os cantos e gritando feitos sem costume.

– Oi sunshine – Jeongin veio até meu lado se agarrando em meu braço – Vamos entrar porque aqueles ali vão demorar pelo visto – não dá pra acreditar, eles estavam "brincando" no meio do pátio de quem tinhas as pernas mais longas.

Ao chegarmos na sala vejo Hyunjin que assim que me vê abaixa sua cabeça e eu fico me perguntando se havia feito algo que o deixasse chateado, mas verificando minha memória vejo que não.

As "crianças" adentraram a sala segundos depois com o maior barulho, só parando quando perceberam que o professor já estava posto em seu lugar.

– Que bonito em, o casal chiclete fazendo o maior barulho – digo assim que Han se senta na carteira ao lado e me retribui com um tapa na cabeça – Até papai Chan está no meio, que cena triste – Chan apenas se sentou revirando seus pequenos olhinhos.

– Oi sumido – e extremamente do nada Seungmin se aproxima de mim deixando um selar em meus lábios – Desculpe estava com saudades – senti minhas bochechas esquentarem quando vi que alguns alunos viram a tal cena.

Hoje não era um dos melhores dias para Hyunjin, sua disposição estava fora de seu corpo e presente só havia o vazio de sempre. Vazio este que só sentia quando estava longe do australiano e sem ao menos estar no seu campo de visão.

Amava sentar junto a ele e os outros na mesma mesa, sempre observava Felix com o sorriso mais bobo nos lábios, era só vê seu rostinho perfeito que se perguntava:"Onde será que ele escondia as assas de anjo?"

Não era possível que alguém como ele poderia ser amado pelo mais novo, por mais que seu coração dissesse não, ele estava decidido que assim que chegasse a escola iria dar um fim nisso tudo. Claro que iria doer vê seu amor irritado e provavelmente nunca mais iria ouvir sua voz ao pé de seu ouvido e muito menos sentir seus lábios aos seus.

Naquela manhã o Hwang acordou cedo e logo saiu se despedindo dos seus pais, a caminho da escola escrevia algo que iria entregar nas mãos do australiano para lhe ajudar de certa forma, cruzava os dedos a procurar da sorte estar ao seu favor.

Acho que o universo estava ao meu favor só por hoje, nosso professor nos deu horário livre para fazermos o que quiséssemos. Já que podíamos ficar sem fazer nada, resolvi guardar meu material e ir até o pátio onde estava os outros. Mas antes que eu pudesse me levantar sinto alguém pressionando meu ombro e se pondo perto de minha orelha.

– Sou eu, Minho, só vim avisar que Hyunjin está a sua espera perto dos vestiários e não quer um não como resposta – quando me viro vejo o coreano já está saindo da sala e antes soltou um sorriso, havia malícia.

Saio correndo até onde mandaram eu ir, e quando chego vejo ele encostado na parede com suas mãos no bolso, o vento forte fazia com que seu cabelos fossem de encontro com seus olhos, me aproximei ainda mais tirando os fios de sua visão.

– Oi, me chamou? – ele estava um pouco sério e isso me deixou de certa forma desconfortável – Está doente?

– Que beijo foi aquele no meio da sala? – jogou seu cabelo para trás e pós suas mãos em minha cintura – Não é ciumes, eu só não sabia que as coisas estavam nesse nível, estou fazendo um bom trabalho?

– Hyung, não é isso, Minnie e eu nunca demos um passo a mais – digo cruzando meus braços da altura do meu abdômen – Mas o que vc queria?

O corredor onde estávamos estava solitário, quando não tinha jogo ele ficava livre e hoje era um desses dias. Mesmo assim, Hyunjin olhou ao redor e em seguida jogou minhas costas contra a parede beijando meu pescoço intercalando com mordidas.

– Antes de ir direto ao assunto, preciso fazer isso – avançou em meus lábios como uma presa – Não faça nada que possa me deixar ainda mais louco.

Fiquei imóvel por alguns minutos até que passo minhas mãos ao redor de seu pescoço enquanto ele apertava minha cintura que provavelmente iria ficar um leve marca.

Meus lábios já deviam estar vermelhos com tantos puxões que estavam vindo do mais alto, lhe dei ainda mais liberdade e com isso o beijo ficou ainda mais profundo e quente, senti sua língua brincar com a minha, até que paramos e tomamos de volta nosso fôlego, antes lhe dei um selinho para terminar tudo perfeitamente.

– Felix, eu sei que você vai me odiar depois do que eu falar, mas saiba que acima de tudo quero seu bem e por isso estou fazendo isso – ele andou dois passos para trás e antes de falar abaixou sua cabeça – essa será a última vez que nos vimos assim tão perto um do outro e principalmente, nos beijamos.

Por um momento achei que tudo aquilo não passava de uma piada, mas assim que ele levanta seu rosto, vejo uma expressão séria vinda dele.

– Então quer dizer que você só me usou de passa tempo? – eu estava certo quando pensei nisso alguns dias atrás – Você é um babaca mesmo que só sabe usar as pessoas ao seu favor, não liga pro que sentem não? Agora eu falo – respiro fundo antes de tomar uma decisão – o único laço que teremos de agora em diante é a sua ajuda que quero com Seungmin, porque ele sim é um homem e não uma criança como você.

Antes de sair dali correndo deixo uma lágrima escorrer, ouvir por várias vezes ele me chamar e dizer que queria explicar o restante, mas quando se tá com raiva é capaz de fazer qualquer besteira.

Fui até minha sala arrastando minhas coisas, só queria sair daquela maldita  escola e chegar em casa, chorar iria ser a melhor coisa a se fazer agora.







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Um quase cupido - HyunlixOnde histórias criam vida. Descubra agora