38. We need his help

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Noah Urrea • POV

Pude ouvir os gritos fracos e desesperados da Any, ela tinha voltado a chorar e daquela vez parecia ter mais intensidade. Continuei sustentando minha troca de olhares com o policial que estava na minha frente enquanto mantinha minha postura, ninguém precisava me ver agindo como a porra de um derrotado.

Josh era realmente um grande filho da puta, nem mesmo depois de morto ele deixava de me arrumar problemas.

Eu estava tão cego de raiva que nem desconfiei do fato de ele não ter se defendido em momento algum e ficar me provocando como se quisesse mesmo morrer pelas minhas mãos, mas acho que nunca passaria pela minha cabeça que ele estivesse armando tudo com a polícia para me pegar no flagra.

Meus pensamentos foram interrompidos quando senti alguém agarrar minha camisa, olhei para baixo e vi que Any tinha conseguido se soltar de Chaz. Ela chorava como uma criança e eu me sentia culpado por estar causando tanto sofrimento à ela nos últimos dias. Any me abraçou com toda força que ainda tinha e escondeu seu rosto em meu peito, fazendo com que eu sentisse minha camisa ficar molhada por conta das suas lágrimas.

— Bebê — tentei chamar sua atenção mas ela parecia se recusar a me olhar nos olhos, ela estava abraçada ao meu corpo e eu me sentia totalmente inútil por ter meus pulsos presos pela algema. — Bebê, olha para mim. — pedi baixo.

Ela fungou antes de levantar o rosto devagar sem diminuir seu aperto ao meu redor, parecia que ela queria garantir que eu não fosse escapar dela naquele momento.

— Noah... — ela não conseguiu completar sua frase por causa do seu choro.

Any voltou a esconder seu rosto em meu peito e me apertou com muito mais força, mas naquele momento eu não reclamei daquilo. Respirei fundo e apoiei meu queixo no topo da sua cabeça.

Os caras estavam no canto do lugar conversando com os policiais para entender o que aconteceria dali para frente.

— Você não pode ficar desse jeito. — murmurei para ela. — Josh não está mais aqui e não poderá fazer mais nada contra você, é isso que importa agora.

Ela afastou o rosto do meu corpo para conseguir me olhar nos olhos, me dando a visão do seu rosto molhado e inchado.

— Você não pode me pedir para não ficar desse jeito. Você está sendo preso, Noah. Preso! — soluçou. — Isso é demais para eu suportar, eu não posso. Você não faz ideia de como me machuca quando algo ruim acontece com você, e agora você está indo preso. — ela pareceu suspirar. — E ainda por cima tem alguma coisa dentro de mim que me faz sentir como se isso fosse nos atrapalhar de algum jeito. — sussurrou.

E eu não pude negar aquilo, não podia mentir para ela.

— Nós vamos ficar bem. — garanti.

Individualmente bem, pensei.

— Você não vai tentar me afastar de novo, não é? — ela disse. — Você vai me deixar enfrentar tudo isso junto com você?

— Any... — ela me interrompeu.

— Eu ainda não sei como as coisas vão acontecer. Com certeza meus pais vão saber disso e tentar me impedir de estar com você mas eu não me importo. Eu posso ficar com Chaz, ir visitar você todos os dias enquanto a gente acha um jeito de inocentar você, eu posso... — a interrompi antes que ela continuasse a fantasiar a situação.

— Eu não quero que você faça isso. — falei firme. — Eu seria egoísta demais se permitisse que você ficasse presa a mim, eu posso ficar lá por bastante tempo. Você não pode enfrentar seus pais por minha causa e muito menos ficar no meio dessa merda, cadeia não é um lugar legal para você ficar frequentando.

ULTRAVIOLENCE | NoanyOnde histórias criam vida. Descubra agora