40. Reminding the past

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Any Gabrielly • POV

Faziam dois dias desde que eu tinha ido até a delegacia apenas para Noah quebrar meu coração em pedacinhos. Depois que nós saímos da delegacia meu pai apenas decidiu que eu já estava sofrendo demais e não merecia receber castigo nenhum ou acabaria deprimida, mas ainda assim eu passei os últimos dois dias no meu quarto sem querer nenhum contato com o mundo externo.

Para piorar um pouco mais a situação em que minha vida se encontrava, minha mãe estava lidando comigo como se eu fosse problemática e precisasse de mais atenção. Ela estava lidando comigo como se eu fosse a criatura mais frágil do planeta e pudesse quebrar a qualquer segundo, mas eu tenho me aproveitado disso para dizer que ainda não me sinto confortável em voltar para o colégio.

Meus olhos encaravam os cristais do lustre no teto do meu quarto enquanto eu continuava deitada na cama, pelo menos eu tinha conseguido parar de chorar e isso já era um avanço enorme já que era tudo o que eu sabia fazer nos últimos dias.

Escutei a porta do meu quarto se abrindo mas nem precisei olhar para saber quem era, só a minha mãe entrava no meu quarto sem bater na porta antes. Não demorou muito para o cheiro do seu perfume invadir minhas narinas para me provar que eu estava certa e então ela se sentou ao meu lado.

— Como você está hoje? — ela vinha no meu quarto todo dia fazer a mesma pergunta.

Não podia deixar de reconhecer que ela estava finalmente fazendo um bom papel materno, ela estava se esforçando e ao mesmo tempo estava preocupada mas estava sendo importante para mim todo seu esforço.

— Bem melhor que ontem. — murmurei.

— Seu pai e eu fomos pessoalmente conversar com o diretor do seu colégio para explicar que você estava passando por um período delicado, ele foi bastante compreensivo e deixou você voltar apenas no próximo semestre sem ter que reprovar nas matérias. — ela contou e eu ri nasalado.

— Vocês o subornaram, não é?

— Digamos que nós temos um bom poder de persuasão. — e isso confirmava minha suspeita. — Mas, querida, eu estou aqui para falar com você sobre uma outra coisa.

Me ajeitei na cama para ficar sentada de frente para ela e então gesticulei para ela prosseguir.

— Bom, eu e seu pai teremos que viajar para Washington. Nós temos que resolver algumas questões e fortalecer alianças políticas para o seu pai, não sabemos ao certo o quanto vai demorar mas tenho certeza que não será muito. — ela disse. — Mas eu não queria deixar você sozinha em casa estando desse jeito então eu e seu pai conversamos e achamos melhor deixar você esse tempo com o seu irmão. — e pelo jeito como ela falou eu tinha certeza que essa ideia não tinha vindo dela.

— Quando vocês vão viajar?

— Amanhã pela manhã.

— Então eu posso ir para casa do Chaz agora? — pedi, fazendo minha melhor cara angelical para comovê-la.

— Any, eu não... — a interrompi.

— Por favor, mãe. — insisti. — Não aguento mais ficar aqui olhando para o teto.

Minha mãe levou alguns segundos para analisar meu pedido antes de bufar em desistência.

— Tudo bem.

Eu comemorei e a puxei para um abraço animado antes de levantar da cama em um pulo para preparar minhas coisas para passar um tempo com meu irmão. Eu não precisaria levar muita coisa já que tinha coisas minhas em seu apartamento mas ainda assim fiz uma mochila com coisas necessárias.

ULTRAVIOLENCE | NoanyOnde histórias criam vida. Descubra agora