8. Nightmare

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Any Gabrielly • POV

O bar era até aconchegante, a decoração era bonita. Em um canto tinha duas mesas de sinuca e no outro algumas mesas com o balcão do bar no canto, o lugar realmente não parecia barato. O que me deixou um pouco desconfortável foram as pessoas que estavam ali, todas elas tinham cara de serem perigosas, parecia que todos pertenciam a alguma gangue da cidade. Sem contar que eu era uma das poucas mulheres presentes ali.

Noah se colocou do meu lado quando notou olhares estranhos de uns caras em mim, e eu curvei os lábios em um sorrisinho pelo seu gesto. Ele revirou os olhos pra mim mas pude ver o pequeno sorriso que ele abriu.

Nós seguimos para uma das mesas disponíveis. Olhei ao meu redor para continuar analisando o lugar, o cheiro de maconha se fazia presente, mas o que me chamou atenção foi um pequeno grupo de pessoas no canto. Eles estavam em um círculo e apontando um revólver para a própria cabeça e passando o mesmo adiante, como se fosse algum tipo de jogo.

— O que eles estão fazendo? — perguntei para Noah, curiosa.

Noah olhou para onde minha atenção estava e então voltou seus olhos pra mim, rindo pelo nariz.

— Roleta russa. — falou.

No momento seguinte um som alto do disparo do revólver foi ouvido por todos presentes no bar e então um homem do círculo caiu morto no chão. Eu arregalei os olhos ao vê-lo caído na sua própria poça de sangue enquanto todos ali agiam com naturalidade. Um funcionário do bar arrastou o corpo pra fora e ninguém se comoveu, apenas continuaram rindo e jogando.

— Esse não teve sorte. — Noah deu de ombros, agora ele já tinha uma garrafa de cerveja na mão.

— Esse jogo é bizarro. — murmurei. — Como isso funciona?

— É simples. Carrega o revólver com apenas uma bala, gira o tambor, aponta para sua cabeça e aperta o gatilho. Se você tiver sorte, a bala não vai ser pra você. Se tiver azar, vai ter o mesmo destino daquele cara. — explicou. — Vou jogar uma partida depois. — olhei séria pra ele quando isso foi dito, não acreditando que ele iria mesmo se arriscar dessa forma.

— Você está louco? Você pode morrer nessa palhaçada! — minha preocupação era evidente. Noah deu de ombros como se não fosse grande coisa.

Ryan nos interrompeu se colocando no meio de nós dois balançando um pacotinho transparente com a mão. Era um saquinho com maconha.

— E aí, bro, quer apertar um cigarro? — ele disse animado e Noah abriu um sorrisinho concordando com a cabeça. — E você, Any, está afim?

— Ela não fuma. — Noah respondeu por mim, me fazendo estreitar meus olhos pra ele.

— Você não sabe de nada. — reclamei com ele. — Mas não estou muito afim não. — era claro que eu não fumava, mas a intromissão de Noah me irritou.

Noah então bolou um cigarro de maconha, logo colocando entre os lábios para acender com o isqueiro que Ryan deu à ele. Noah puxa e então solta a fumaça no ar, me fazendo tossir um pouco por estar próxima demais e fazer uma careta por isso. Noah nem mesmo se importou com isso e continuou, me fazendo revirar os olhos e me afastar dos dois.

Me aproximei de Jess e então nós conversamos bastante. Ela me contou sobre algumas coisas que tinham acontecido com ela desde a última vez que nos vimos, incluindo que ela tinha conseguido um emprego em um estúdio de tatuagem da cidade e que isso estava ocupando muito o tempo dela. Ela me fez rir várias vezes com suas histórias, Jess tinha um jeito muito engraçado.

— Mas me conta, — ela abriu um sorrisinho. — O que está rolando entre você e Noah?

— Chaz te contou? — ergui a sobrancelha e ela riu antes de concordar. — Bom... Acho que não está rolando nada demais. Eu não sei.

ULTRAVIOLENCE | NoanyOnde histórias criam vida. Descubra agora