ULTRAVIOLENCE | Noany

3. Bad night

Any Gabrielly • POV

Bufei pela milésima vez enquanto encarava o lustre plafon de cristal pendurado no teto do meu quarto, entediada.

Depois de todo aquele episódio de eu ter fugido de casa para sair com Shay e acabado dormindo no apartamento de Chaz, meus pais me deixaram de castigo. Tive que ouvir horas de sermão da minha mãe já que meu pai não estava em casa e já fazia algum tempo que não o via, tudo o que ele se deu o trabalho de fazer foi me mandar uma mensagem de texto dizendo o quanto ele estava decepcionado com minha rebeldia.

O meu castigo era um mês sem sair de casa e sem ver minha melhor amiga, que meus pais disseram que era uma má influência para mim. Tudo o que eu fazia era ir para o colégio, mas não dava nem mesmo para dar um perdido já que meu pai tinha feito questão de colocar um segurança de sua confiança na minha cola.

Estou vivendo como uma prisioneira nessa casa.

Já fazia duas semanas que eu não saía, só queria alguma distração porque estava à beira de surtar de tédio. Hoje é sexta-feira e eu estou jogada na minha cama vendo filmes adolescentes clichês e me lamentando pela minha vida, e ainda por cima estou sozinha porque meu pai está em uma viagem de negócios na capital do país e minha mãe foi passar o fim de semana em Nova York com as amigas. E então bufei de novo, voltando minha atenção para a televisão para tentar ocupar minha cabeça.

Peguei o controle e comecei a zapear pelos canais, meu celular começou a tocar porém eu optei por ignorar já que provavelmente era a minha mãe para fingir alguma preocupação que fosse. O celular insistiu em tocar de novo então eu me dei por vencida, largando o controle na cama e revirando os olhos antes de pegar o aparelho que estava jogado nos meus travesseiros.

Para minha surpresa e salvação, não era minha mãe e sim Chaz. Seu nome brilhava na tela junto de uma foto ridícula de nós dois juntos. Abri um sorriso de orelha à orelha, logo aceitando a ligação e colocando o celular no ouvido.

— Olá, melhor irmão do mundo inteirinho! — cantarolei animada, ouvindo a risada de Chaz do outro lado da linha.

— Foi mal aí, acho que liguei errado. Definitivamente não é minha irmã falando comigo. — ele brincou, eu revirei os olhos mas meu sorriso se manteve. — Você está doente ou foi abduzida e substituída?

— Palerma! — impliquei. — Qual o motivo de você ter lembrado que tem uma irmã e ligado para ela?

— Acho que muito tempo de castigo está alimentando demais seu lado dramático. — Chaz continuou me provocando. — Eu ia ligar antes mas eu meio que tive uma semana corrida, muito trabalho a fazer.

— E desde quando você trabalha, Charles? Da última vez que eu chequei você era sustentado pelo papai.

— Qual foi, Gabrielly, eu não sou esse vagabundo que você pensa não. — se fingiu de ofendido.

— Tudo bem, tudo bem. Agora me diga, qual o motivo da ligação?

— Eu tenho uma boa notícia para você. — disse animado, me deixando animada também. — Bom, eu acho que é uma boa notícia.

— Então diga de uma vez, estou precisando de boas notícias. — falei, curiosa.

— Conversei com o nosso pai hoje pela manhã e consegui convencer ele de te deixar passar esse fim de semana aqui em casa. — levantei abruptamente com suas palavras e fiquei sentada na cama, quase prestes a explodir de animação.

— Isso é sério? Você não está zoando comigo dessa vez, não é? — ele confirmou e eu dei um gritinho animado, ficando de pé na cama pronta para começar a pular igual uma criança. — E quando eu vou poder ir?