ULTRAVIOLENCE | Noany

5. Protection

Any Gabrielly • Pov

O dia já estava anoitecendo quando eu abri a porta do apartamento do meu irmão com a chave que ele tinha me dado, fecho a porta quando estou dentro e me viro, dando de cara com Noah.

— Cacete! — resmunguei levando a mão até o peito esquerdo, sentindo meu coração acelerado por causa do susto que levei. — Você me assustou!

— Onde você estava? — ele perguntou sério, sério até demais.

— Ãh... Desculpa? Não me lembro de ter que te dar satisfações. — disse quando vi que ele não estava brincando, ele realmente estava querendo fuxicar minha vida. Mas com que direito?

— Não estou com tempo e nem paciência para gracinhas, Any. — ele continuou sério, seu rosto impassível e seu olhar atento em mim. — Responde logo onde você estava. — seu tom autoritário sempre presente.

— Céus! Você está mesmo parecendo com meu pai. — reclamei, revirando os olhos. — Não é como se isso fosse da sua conta.

Essa conversa estava estranha, Noah estava estranho. Mas eu já nem levava ele tão a sério assim mais, então optei por seguir para o meu quarto. Dei o primeiro passo para me afastar dele mas Noah segurou meu braço para me manter ali, seus olhos ainda me encaravam.

— Que diabos há de errado com você? — resmunguei ao puxar meu braço, fazendo-o me soltar. — Você está parecendo um louco com essa perguntinha e essa insistência!

Noah parou e respirou fundo, seus olhos sem abandonar o contato visual por um segundo sequer.

— É tão difícil assim responder em que porra de lugar você estava? — ele manteve sua voz controlada, mas nos seus olhos eu podia ver que ele já estava perdendo a paciência.

Bufei em desistência.

— Eu estava dando uma volta no shopping com minha amiga Shay. Está bom para você? — cruzei os braços.

— Você não sai mais dessa casa sem falar comigo ou com Chaz antes, entendeu? — eu ri incrédula antes mesmo dele falar a última palavra.

Noah tinha ficado louco de vez? Essa era a única explicação possível para esse momento extremamente estranho onde ele estava agindo como se fosse meu pai ou meu irmão mais velho, o que ele estava longe de ser.

— Você está falando mesmo sério? — ele concordou com a cabeça. — Noah, o que há de errado? Em que tipo de universo estamos vivendo agora para você achar que pode me dar ordens ou cuidar da minha vida?

— Por que você precisa ser tão teimosa? — Noah rosnou, vacilando na sua tentativa de manter a calma. — Você acha mesmo que eu estou afim de ser babá de criança mimada? Só estou fazendo o que é necessário então acho melhor você colaborar ou teremos problemas.

Tinha alguma coisa por trás disso tudo, eu podia ver. Noah realmente não estaria cuidando da minha vida só por diversão, com certeza tinha um motivo que ele não estava me contando mas minha curiosidade estava gritando dentro de mim querendo saber.

Relaxei os ombros na hora e descruzei os braços, saindo do meu modo de defesa.

— O que aconteceu? — perguntei com calma.

Noah abriu a boca para responder mas desistiu, voltando a fechá-la. Ele balançou a cabeça e bufou, seguindo em passos largos até a sala de estar, se jogando no sofá despreocupadamente.

Minha curiosidade me moveu até ele, então me sentei ao seu lado observando seus movimentos. Tinha alguma coisa incomodando ele, eu podia sentir isso.