23. Enemies around

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Any Gabrielly • POV

Desperdicei toda a minha madrugada tentando convencer Chaz a fazer Noah mudar de ideia e me permitir ficar, foi a madrugada inteira chorando com o meu irmão tentando me consolar enquanto tentava me explicar que seria melhor daquela forma, mas eu sabia que não seria. Minha cabeça latejava enquanto toda a conversa com Noah se repetia na minha cabeça como um flashback doloroso. Ele passou o dia inteiro estranho mas eu nunca iria desconfiar que esse seria o motivo, nunca iria imaginar que ele desistiria de nós dessa forma.

Eu não tinha dormido nada quando o sol começou a aparecer pela manhã, uma parte porque eu estava ocupada chorando e outra parte porque estava esperando Noah chegar em casa - o que não aconteceu. Tive esperanças de que ele estaria na sala junto do resto do pessoal quando eu desci com minhas malas para me despedir, mas isso não aconteceu e então todo o peso do término parecia ter caído sobre minhas costas e eu sentia como se pudesse voltar a chorar compulsivamente a qualquer momento.

- Vai ficar tudo bem. - meu irmão sussurrou para mim enquanto esperávamos na fila do meu vôo, no aeroporto.

Ri completamente sem humor algum e também sem querer encará-lo naquele momento.

- Você sabe que não é assim que as coisas funcionam. - balancei a cabeça.

- Quando tudo isso passar você vai entender que estamos fazendo isso pelo seu bem. - deu um beijo no topo da minha cabeça.

Chaz ficou comigo até eu embarcar no vôo, era primeira classe e ele preferiu me colocar em um avião normal porque seria mais fácil de explicar quando os seguranças dos meus pais fossem me buscar no aeroporto, mas apenas para garantir minha segurança ele colocou alguns seguranças no mesmo vôo que eu.

Assim que o avião decolou eu voltei a chorar, estava completamente cansada mas a tristeza estava tomando conta de mim e não me permitia descansar de forma alguma. Passei o vôo inteiro chorando - assim como tinha feito durante a madrugada - e tentei secar o máximo possível de lágrimas quando o avião aterrissou. Arrastava minhas duas malas de rodinhas pelo aeroporto tentando achar a minha carona para casa até que meus olhos pararam em uma pessoa familiar.

Suspirei quando cheguei perto da minha mãe e larguei as malas para abraçá-la. Eu não imaginava o quanto eu precisava daquilo agora e o quanto seu abraço me ajudaria a aliviar a vontade de chorar um pouco mesmo que ela não soubesse da situação atual.

- Meu amor, o que houve? - a mulher de cabelos lisos e loiros perguntou quando terminamos o abraço, segurando meu rosto com as mãos. - Você está com uma carinha péssima, parece que não descansa há dias. Seu irmão não estava cuidando bem de você?

- Está tudo bem, mãe, é só que foi difícil me despedir de Chaz. - menti tentando forçar minha voz para que ela não vacilasse.

- Não se preocupe com isso, logo ele está na cidade de volta. - ela me lançou um sorriso. - Não tem usado os produtos de skincare que eu te dei, não é? Sua pele não está nada boa.

- Não estava tendo tempo para isso.

- Então agora já tem tempo de novo, posso ligar para a minha dermatologista e ver o que ela pode fazer por você. - ela colocou o braço ao redor do meu ombro e começou a caminhar comigo com cerca de quatro seguranças acompanhando a gente. - Alguns paparazzis estão na entrada. Você sabe, estão querendo algum pronunciamento sobre o caso do seu pai.

- Sobre o esquema de corrupção? - perguntei enquanto caminhávamos.

- Esse mesmo. - na entrada do aeroporto já dava para ver os paparazzis esperando que saíssemos do lugar. - Apenas sorria e acene.

ULTRAVIOLENCE | NoanyOnde histórias criam vida. Descubra agora