ULTRAVIOLENCE | Noany

26. Back together

Any Gabrielly • POV

Minha cabeça doía antes mesmo de eu despertar completamente. Abri os olhos devagar com uma careta, amaldiçoando o momento que eu resolvi colocar um gole sequer de bebida na boca naquela boate. Engoli em seco quando me dei conta de onde eu estava, e minha cabeça pareceu doer mais ao chegar a conclusão de que as memórias na minha mente da noite anterior eram reais e não um sonho como eu queria acreditar que fosse.

Ouvi a porta do banheiro se abrir e de lá saiu Noah com o cabelo molhado e com a toalha presa ao redor da cintura. Ele me encarou por breves segundos antes de seguir para o closet, saindo de lá quando estava vestido. Me sentei na cama enquanto ele andava pelo quarto procurando por alguma coisa, olhei para baixo vendo a roupa que eu usava e respirei fundo antes de subir meu olhar para ele de novo.

— Nós...? — não consegui nem mesmo completar a frase só de pensar na possibilidade, Noah parou e me olhou confuso mas entendeu sobre o que eu estava me referindo quando eu gesticulei para minha roupa.

Noah riu pelo nariz de uma forma completamente sem humor, na verdade a risada teve um ar de incredulidade. Ele negou com a cabeça.

— Você acha que eu faria isso com você enquanto você estava bêbada pra caralho? — ele pareceu ofendido.

— Não... Eu não... — parei para respirar fundo. — Desculpa, você tem razão, foi uma pergunta idiota.

Ele pareceu começar um voto de silêncio por ter ficado chateado com a pergunta quando voltou a procurar o que queria, quando finalmente encontrou seu relógio para colocá-lo em seu pulso.

— Noah. — chamei quando ele começou a dar passos em direção a porta, ele parou e me encarou como se estivesse me esperando prosseguir. — Você não contou o que aconteceu para o meu irmão, não é?

— Não tive opção já que ele estava surtando mais cedo porque seus pais ligaram para falar sobre o seu sumiço. — ele deu de ombros.

— Droga, eu ainda perdi minhas aulas hoje. Foi uma ideia completamente irresponsável ter saído para beber em dia de semana. — passei a mão no rosto, frustrada por ter sido tão irresponsável. — Acho que vou entrar em um novo castigo.

— Chaz livrou a sua bunda dessa, falou que você ia passar uns dias aqui porque estava mal. — me contou.

Assenti com a cabeça. Eu não sabia bem o por quê mas estava um pouco sem graça na sua presença, talvez por ter vomitado na frente dele ou por tudo o que eu havia falado antes.

— Sinto muito por ter te dado um pouco de trabalho ontem. — entortei a boca, um pouco envergonhada, e ouvi uma breve risada vinda de Noah.

— Eu espero que você nunca mais beba, você fica insuportável com álcool no corpo. — zombou.

— Com certeza eu não vou mais, minha cabeça parece querer me matar. — resmunguei.

— Já esperava por isso então deixei isso aí para você. — ele apontou para a mesa de cabeceira ao lado da cômoda, onde estava um copo d'água e uma cartela de comprimidos.

Abri um sorriso agradecido para ele e então peguei um comprimido para tomá-lo, desesperada para que fizesse logo efeito.

Noah caminhou até a porta quando se encontrava pronto mas ele parou assim que tocou a maçaneta, bufou e então virou seu olhar para mim.

— Está afim de ir à um lugar? — ele perguntou, eu arqueei uma sobrancelha para ele.

— Que lugar?

— Só vai saber se vier comigo. — deu de ombros com um olhar divertido.

Tive uma pequena briga interna que durou alguns segundos depois que Noah me convidou, como se um lado do meu cérebro me dissesse que eu não deveria ir pois deveria ser mais difícil enquanto o outro me dizia que eu deveria ir sim e aproveitar aquele tempo com ele, que a mágoa não me levaria a lugar algum. Suspirei antes de assentir com a cabeça, deixando meu coração falar mais alto.