Capítulo 06

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As aulas já finalizaram, e eu estou saindo da escola. Vou a pé buscar o meu carro, pois o mecânico me notificou que estava tudo pronto. Chego na oficina, pago pelos serviços e dirijo até a casa de Lana. Chegando, desço do carro e reparo, como sempre, no jardim impecável, agora eles plantaram tulipas vermelhas, uma graça. Subo os pequenos degraus e bato na porta, ninguém atende, ligo para Lana.

-Lana, alô?

-Oi Alina, onde você está?

-Eu é que te pergunto, onde você está?

-Estou em casa!

-Então o que você acha da ideia de descer para abrir a porta pra mim?

-Já estou indo. -desligamos.

A porta se abre, e me deparo com Lana, mas não a de sempre, ela está com o cabelo preso em algo que acho, que era para ser um coque, seus olhos estão inchados e vermelhos, ela tem um pote de sorvete em mãos.

-Lana Davis o que aconteceu com você? Eu acabo de me recuperar, e você já entra em colapso?

-Alina, entra.

Entro em sua casa, tudo está em seu devido lugar, não há uma almofada fora do ângulo correto.

-Eu e Jorge terminamos, de vez!

-Ah, minha boneca, vem aqui. -a puxo para um abraço.

-Alina eu amava ele, mas só isso não foi o suficiente. -sinto suas lágrimas quentes molharem minha blusa.

-Vamos para o seu quarto, lá você me explica melhor.

Subimos e entramos no quarto de Lana, o cômodo parece ter sido retirado do Pinterest. Há uma luminária redonda no teto, um tapete felpudo branco em frente a cama, as paredes são de um tom de cinza bem clarinho, há plantas em todos os lugares e todo o enxoval do quarto é em tons de turquesa, é um quarto perfeito.

-Alina, se lembra daquela briga que tivemos, por causa do trabalho com a Diana?

-Claro!

-Eu não quis me dobrar pra ele mais uma vez, então eu fiz o trabalho com ela, Jorge não gostou nem um pouco. Ele disse: "Por que você me desobedeceu? Se isso acontecer de novo, acabo com tudo"

-E o que você fez?

-Eu não sei de onde eu tirei coragem, mas eu disse: "Porque adiar um momento tão maravilhoso como esse, podemos fazer isso agora mesmo!". Então eu tirei a minha aliança do dedo, joguei no lixo, e fui embora.

-Lana, você foi incrível, pode parar de chorar!

-Não Ali, você não entende, eu o amo, eu não podia ter feito isso, eu estraguei tudo, já era. - ela está desesperada, passando os dedos na raiz do cabelo, sem desfazendo o coque.

-Lana, você precisa se acalmar, ou você vai acabar tendo um infarto.

-Eu não quero me acalmar, eu só quero ele de volta, eu só quero o Jorge!

-Lana, você sabe que eu te amo, e que só quero o seu bem, mas me deixe te fazer uma pergunta, você gosta dele, ou da ideia de estar com ele?

-Já falei Alina, amo ele!

-Então liga pra ele, vai, vamos ver se ele merece todo esse "amor"- digo, fazendo aspas com os dedos.- vai Lana, pode ligar.

Ela pega o telefone, e liga.

-Alô, Jorge?

-Coloca no viva voz! -digo.

-Jorge, tá me ouvindo?

Não tão doce liberdade Onde histórias criam vida. Descubra agora